Uma cinderela diferente.

Capitulo sete.

Anna Julia.

Arregalei os olhos surpresa, não, não e não, isso só pode ser algum engano, como é possível ele me convidar para ir com ele, ao invés da Cassandra? Isso seria para ela a pior das humilhações, nem posso pensar no que minha madrasta é capaz de fazer, sem contar que não vou a lugar nenhum sem minha irmã, meu pai está internado não posso me dar ao luxo de tirar umas férias, que tipo de filha eu seria se o fizesse?

___Como assim eu sou a escolhida? claramente está havendo um engano, esse sapato não é meu. - me defendi quase que imediatamente

___Eu sei disso, não acabou de ouvir o que eu disse? Não estou procurando a dona do sapato, e sim da bíblia, e certamente não é a sua irmã. - Analisei sua expressão, suas sobrancelhas unidas, e nem um sinal de sorriso no rosto, ele está mesmo falando sério? Porquê eu?

___Olha Senhor Salvatore, é mesmo uma honra poder participar de algo assim, qualquer jornalista daria tudo para estar no meu lugar.

___Eu daria tudo! Isso não é justo, Anna nem mesmo gosta de carros - Cassandra gritou quase me assustando, e tive que segurar um sorriso.

___Minha irmã inclusive, mas eu não posso aceitar, leve a Cassandra ao invés de mim, tenho certeza que ela irá aproveitar muito melhor esse prêmio do que eu.

___Senhorita, posso saber o motivo de tal desfeita se qualquer pessoa gostaria de ir, por que você está recusando? - insistiu inexpressivo.

___Eu não posso aceitar, sinto muito. - tento passar por ele, quando sinto seus dedos segurarem meu braço.

___Me desculpe, podemos conversar a sós, prometo não tomar muito do seu tempo. - concordo.

Andei pela casa enorme, olhando tudo abobalhada enquanto ele me direcionava para um corredor longo, apesar da mansão ser linda e digna de filmes, era muito fria e triste, faltava vida ali, me sentia deprimida apenas de ficar naquele ambiente, O senhor Adrian abriu a porta e percebi que entramos em um escritório. Gesticulou para que eu me senta-se na cadeira a frente.

___Não precisa, eu fico em pé, creio que nossa conversa será rápida. - me apoiei na quina da mesa o fitando.

___Por mais que eu tente entender, não sei por que está recusando minha oferta. Pelo que vi dentro dessa bíblia você é uma fotografa excepcional, e ir comigo nessa viagem será muito bom para aprimorar seu talento. - abaixei os olhos um segundo, em seguida o encarei.

___ Você e seu irmão tem problemas em ouvir um não como resposta? Eu agradeço o elogiou, a oferta é incrível, mas eu não vou aceitar, tenho coisas importante para resolver aqui, não posso me dar ao luxo de ir a uma viagem com o senhor. Sei que destruí seu carro, se for esse o problema um dia eu irei pagar antes da volta de Jesus, apenas seja paciente.

___Senhorita, o carro eu já paguei o conserto, o que tem de tão importante para perder uma proposta como essa talvez eu posso ajuda-la.

___Não pode me ajudar, e eu não quero seu dinheiro. - rebati com firmeza.

___Tudo bem, sendo assim não a nada que eu possa fazer, mas eu vou dizer algo que talvez a senhorita compreenda, não podemos ir contra os planos de Deus, tenho certeza que vai mudar de ideia. - deu a volta na mesa e anotou algo em um bloco de notas, escreveu algo e o dobrou em quatro partes em seguida veio até mim e estendeu o papel. ___ Não hesite em me ligar.

O encarei alguns instantes, e retribuiu o olhar, finalmente segurei o papel em mãos, espero que ele esteja equivocado, e que a vontade de Deus não seja estar perto dessas pessoas, por que não acho que é o melhor para mim no momento.