Capitulo trinta e nove

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Isaías 53

5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Adrian salvatore.

Naquele momento, estar nos braços da Anna era tudo o que eu precisava. Apesar da dor da nossa separação, eu sabia que ambos não desejávamos estar em outro lugar além dali. Deus traçou um caminho em que nossas vidas se encontraram de forma dolorosa, até mesmo cruel, mas ninguém poderia compreender melhor o que ela estava sentindo do que eu. Estávamos prestes a perder a vida do meu pai, e ninguém poderia entender melhor meus sentimentos do que ela, pois já havia passado por algo semelhante. Agora, ela estava enfrentando uma situação semelhante à minha.

De qualquer maneira, não podia continuar ali, pois era difícil demais colocá-la nessa situação. Afinal, tudo o que meu pai fez foi lhe causar mal. Assim, mesmo relutante, afastei-me e me levantei do chão, evitando olhá-la por muito mais tempo, enquanto fixava meu olhar em um ponto no chão.

_ Muito obrigada pelo seu apoio, mas sei que tem coisas mais importantes para fazer aqui. Como está seu pai? - esfreguei o rosto para disfarçar as lágrimas, e Anna suspirou tristemente.

__ Amanhã vão operá-lo. É a última chance de tentar salvá-lo. - pisquei os olhos e não pude evitar tocá-la mais uma vez.

__ Vai dar tudo certo, confie em Deus. Se há alguém que merece viver, é seu pai. Deus não seria injusto a esse ponto. - falei com firmeza.

__ Eu espero que sim, especialmente agora que meu pai finalmente se entregou a Deus. Depois de tantas orações de joelhos dobrados, finalmente seus olhos se abriram. Não é justo que Deus o tire de mim também.

__ E não vai... - Dei um passo à frente, segurando as laterais do seu rosto. __ Eu estou aqui por você, não se esqueça disso. - Ela engoliu em seco, tentando conter as lágrimas, e a abracei apertado, trazendo-a para perto de mim. Eu havia prometido que, quando a encontrasse, enxugaria todas as suas lágrimas e a faria sorrir, mas como posso fazer isso se mal consigo segurar as minhas? Não sei quais são os critérios de Deus para salvar ou condenar alguém, mas uma coisa eu sei: Anna não merece perder seu pai, assim como eu não gostaria de perder o meu. Nesse caso, não seria pedir demais a Deus que salvasse os dois? Qual será o tamanho da misericórdia de Deus?

__ Eu preciso ir falar com o médico. - Ela falou com a voz fraca, afastando-se.

__ Quer que eu vá com você?

__ Não, apesar de você não acreditar, sinto muito pelo seu pai. - Apertei os lábios, assentindo. __ Apesar de tudo, não desejo mal nenhum a ele, principalmente porque não suporto ver você sofrer, nem sua família, que de alguma forma aprendi a amar como se fosse minha. Por isso, quero que saiba que vou orar pela recuperação dele.

__ Você é realmente um anjo, Anna. Como pode dizer essas coisas depois de tudo que meu pai te fez? Não desejar o mal para ele é o mínimo que esperaria de alguém como você, mas orar por quem te feriu? Por que faria isso? - A olhei com incredulidade.

__ Porque é o que Jesus faria no meu lugar, Adrian. E porque não são os curados que precisam de médico, mas os doentes. Agora, tenho que ir. Se cuida. - Ela beijou meu rosto, me deixando reflexivo.

Cada vez que conhecia o coração dessa mulher, percebia que era como uma fonte inesgotável de amor. Mesmo apesar de ter passado por tantas provações, ela ainda conseguia brotar ainda mais amor. Eu só conseguia ficar ainda mais fascinado e com vontade de mergulhar fundo nesse oceano para descobrir todos os seus segredos. No entanto, a cada vez que a conhecia, percebia que estava longe de merecer alguém tão bondoso como ela.


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