Capitulo dez

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Adrian salvatore. 

Depois de me despedir da Anna Júlia fiquei parado rente à sua porta reflexivo, era a primeira vez que eu me abria para uma pessoa sem ser a Emma, o que era no mínimo estranho, normalmente eu me desabafo com Deus, ou de outras maneiras, mas quando dei por mim estava respondendo as questões dela sem hesitar, por pouco não acabei falando demais, e aí sim teria grandes problemas.

No mundo existem muitas mulheres bonitas, Emma é uma delas, mas para mim todas as mulheres são iguais, embora cada tivesse seu encanto,  nada era diferente, exceto ela, Anna é diferente das outras mulheres, como eu poderia dizer? Ela não é preocupada em estar bonita na maior parte do tempo, não se esforça para ser perfeita, defende sua irmã com unhas e dentes, fala o que pensa sem se importar em ser descriminada por isso, quando me desafiou pela batida no meu carro, sabia que eu poderia ferrar com a vida dela se quisesse, mesmo assim ela me enfrentou, aos olhos dos outros pode parecer burra, mas na verdade é corajosa, quando Arthur me contou como ela enfrentou o Rodrigo fiquei admirado com sua ousadia, talvez seja por isso que meu irmão ficou interessado nela, percebi que ela é assim por que precisou ser forte a vida inteira, tendo uma madrasta e uma irmã como aquelas duas, baixar a cabeça não é opção e eu admiro sua coragem. E apesar de todos os desafios que ela tem, incluindo seu pai em um hospital, uma irmã que precisa de cuidados especiais, e aquele carro velho dela que  se nega a se desfazer, ela não aceita desistir, nem que para isso precise pedir ajuda á um completo estranho, e a trabalhar para o homem que humilhou na frente de todos, e sabe  o que é mais incrível disso tudo? que faz isso com um sorriso no rosto.

Mas não se engane, ela não é forte o tempo o todo, aliás, a atitude mais corajosa que ela teve até agora, foi demonstrar sua fraqueza e sua sensibilidade, e é preciso ser forte para admitir que somos fracos e precisamos de ajuda, e foi isso que ela fez quando disse que se não fosse pelo pichador que tanto admira, ela não estaria viva, mas o que um cara que se esconde atrás de suas pinturas poderia fazer por uma garota como ela? Somente Deus poderá ter essa resposta.

Enfim, eu queria pode ser assim, mas tudo que faço, é fugir e me esconder, eu brigo com meu irmão por estar se limitando a uma cadeira de rodas, mas me encontro pior que ele, por que sou prisioneiro do meu coração por manter esse segredo.

E estava cometendo o mesmo erro quando corri atrás da Emma, achando que me casando com ela seria a solução dos nossos problemas, obviamente que estou cansado do meu irmão pisando nela, e toda a pressão da minha mãe para que eu me case, mas se fizermos a vontade deles seria ceder mais uma vez, como fizemos no passado.

___O que está dizendo Adrian? Está falando serio? - disse enquanto ria.

___Não sei onde está a graça Emma, não é isso que nossos pais querem, que nos casamos, para que nossa empresa se torne uma. - reafirmei.

___Eu não estou nem ai para que meu pai quer, eu não vou me casar por interesse Adrian.

___Por isso eu disse para namorarmos, acha que não pode se apaixonar por mim como fez com meu irmão?

___Não é tão simples! - suspirou. ___Eu ainda amo seu irmão.

___Mas por que quase me beijou agora pouco? - franzi a testa. ___ Claro, que pergunta idiota, fez isso para provoca-lo.

___Sim, porque seu irmão está tentando me fazer ciúmes com aquela garota. - revirou os olhos.

___Parece que está funcionando. - cruzei os braços refazendo minha postura.

___E você por que recusou meu beijo? - arqueou a sobrancelha.

___Você sabe o motivo.

___Sim, você somente ira beijar a mulher que será sua esposa, acertei? - perguntou sorrindo e assenti seriamente.

Uma cinderela diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora