Capítulo 44

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Depressão profunda pq a letra dessa música e os artistas que cantam combinam tanto com Jason e Charlie e eu nem conhecia ela quando comecei a escrever...

"Nós somos o mistério um do outro,
Será por isso que é ainda mais especial?"
— Friends, V & Jimin.

"Nós somos o mistério um do outro,Será por isso que é ainda mais especial?"— Friends, V & Jimin

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2020.

A melodia de Friends deixava Charlie eufórico demais, para quem já estava há duas horas sentado desconfortavelmente em um fusca insuportável de barulhento — a caixa de som precisava ficar no volume máximo para ouvirmos.

Eu tinha certeza de que o guri estava cantando tudo errado, pois ele não sabia coreano — mas não seria eu quem estragaria seu momento. Seu cabelo azul balançava freneticamente pelo vidro aberto e ele erguia os braços em uma dancinha divertida.

Diferente do habitual, estávamos usando roupas além dos moletons naquela vez: Charlie vestiu uma blusa florida azul de botões e outra jeans por cima, desabotoada. Seu pescoço estava rodeado por cordões de miçangas que ele mesmo fizera, inclusive também havia um no meu, que ele fez com as cores da bandeira não-binária: amarelo, roxo e branco.

— Tu fica tããão linde desse jeito... — Ele diminuiu o som da caixa em seu colo para falar comigo e olhei rapidamente para ele, sem desviar minha atenção da estrada.

— Desse jeito como? — Franzi as sobrancelhas com uma expressão confusa por trás do óculos de aviador preto.

— Seu cabelo voando pra trás, o óculos bem vintage, essa blusa mal abotoada... — Ele esticou a mão para descaradamente desabotoar mais um. Eu usava uma camisa de algodão na cor vinho parecida com a jeans que ele usava, mas as mangas estavam dobradas até os cotovelos. — Se eu soubesse que tu ia ficar mais estiloso depois de se viciar em coisas retrô, eu teria te mostrado as musicas dos anos 50 antes.

— Tu é um miserável de um fanfiqueiro, Charlie. — Ri sem olhar para ele e notei sua movimentação no banco para ficar mais perto de mim, sua mão alisava meu peito exposto.

— Vou escrever um romance histórico contigo, o que acha?

— Qual vai ser a época? — Ergui uma sobrancelha, sempre ficava curioso com as ideias de enredo de Charlie.

— Não muito antiga, porque não sei escrever nesse estilo, mas vou me inspirar em ti. — Seus dedos começaram a fazer movimentos circulares. O gesto me deixou quente naquela região de forma instantânea. — Vou fazer um badboy que parece malvado, mas no fundo é gentil e vai viver um romance impossível.

— Vai ter sexo? — Sorri malandro e Charlie beliscou meu peito, rindo.

— Vou pensar! Chega de pergunta, fica dirigindo enquanto te admiro.

— Tá gostando da visão? — Ri descaradamente e tirei uma das mãos do volante para pegar em seu rosto, onde deixei um carinho leve e me afastei de novo. Charlie sorriu e abriu o porta-luvas do fusca, retirando de lá um maço de Marlboro tradicional e ainda lacrado. — Sua chaminé ambulante.

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