Capítulo 56

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"Eu sabia que você era a salvação
A única mão que me defendia desde as partes dolorosas da minha vida
O melhor de mim, eu não tenho nada além de você."
— Save Me, BTS.

"— Save Me, BTS

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2021.

Era a primeira vez que eu quebrava um osso e esperava que fosse a última, porque a dor era insuportável.

Eu conseguia me lembrar de poucas coisas depois do acidente, que pareciam flashes aleatórios. Eu me lembrava da ambulância, dos médicos falando coisas sem sentido para me manter acordade e meus olhos se esforçando para ficarem abertos.

Me lembrava das luzes brancas do hospital e da médica que me dizia palavras para me acalmar enquanto eu entrava em uma sala. Depois, só conseguia me lembrar da minha perna doer pra cacete e depois não conseguir movê-la.

Quando abri os olhos, me agoniei com a claridade do quarto, que percebi ser compartilhado por outra maca, separada por uma cortina branca grossa. Olhei para baixo e fiz uma careta ao ver minha perna engessada.

"Tá de brincadeira, mano."

Senti uma pontada no meio do braço e percebi que havia uma medicação entrando lentamente por minha veia. Esfreguei os olhos para me acostumar com a luz e olhei ao redor, procurando por algo reconhecível, e quase gritei de surpresa ao ver ninguém menos do que Charlie Stewart, olhando para fora da janela.

Automaticamente meus olhos se encheram de água e minha garganta doeu, o que me fez soltar um soluço repentino e fez o guri se virar bruscamente para mim.

— Jay! — Ele disse meu apelido com susto e correu até mim, os olhos azuis tão arregalados que era fofo. Ele se sentou na maca e me puxou para um abraço, mas acabei gemendo de dor pelo corpo inteiro ainda estar debilitado. — Droga, me desculpa! — Ele ameaçou se afastar, mas o puxei de novo pela cintura usando meu braço que não estava com a seringa.

— Fica... — murmurei e enterrei minha cabeça no seu peito, ignorando a dor o máximo possível. Ainda cauteloso, Charlie passou as mãos nos meus cabelos.

— Não quero te machucar, tu tem que descansar... Depois eu vou chamar um motorista pra gente ir pra casa da Paloma.

Naquele momento, ouvi o barulho da porta e dois homens fardados apareceram. Charlie ficou tímido de repente e se afastou de mim para ficar em pé ao meu lado, enquanto eu enxuguei minhas lágrimas o mais rápido possível.

Contudo, não deixei de apertar sua mão para mantê-lo por perto — não iria cometer o mesmo erro duas vezes.

— E aí, guri! Que bom te ver melhor agora. — O primeiro policial de máscara estreitou os olhos por sorrir e Charlie percebeu que estava sem nada cobrindo o rosto ali no quarto, então retirou a sua do bolso e a colocou. Eu sequer estava usando uma comigo, depois de um ano Esplendor quase não possuía pessoas usando. — Acho que tu não me reconhece, mas sou o Capitão Jorge, te acompanhei na ambulância.

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