Ai meu deus, estou tao nervosa que nem consegui dormir essa noite. Fala serio, sao quatro e quinze da manha e eu ainda estou olhando pela janela.
É muito triste, mas muito legal de dizer que esse é meu ultimo sábado por aqui. Logo vou voltar pra casa, dois dias antes das aulas começarem.
Acredite ou não, mas fiquei muito mal com todo esse lance de voltar. Meus amigos vão continuar aqui, a quilômetros de distancia de mim, e toda a minha vida não vai ser a mesma. Por isso, ao invés de escrever esse diário só pela viagem, vou escrever pelo resto da minha vida. Se algum dia alguem achar e conseguir ler sobre o quanto eu sou patética mas interessante, vou agradecer mesmo se eu tiver morta.Bom, já me despedi dos meus amigos, e prometi (não, jurei) que ia conversar quando desse pelo skype ou por mensagens. Minha tia também esta triste por minha ida. Ela é a minha única tia que ainda fala comigo. Mas acho que ela ficara feliz, assim ela poderia trazer seu namorado sem problema. É, nem conto essas historias kkk.
Minhas malas também estão prontas. Agora só falta chegar a hora de acordar e depois de partir.Não aguento mais ficar olhando pro nada. Pelo menos tem uma música muito legal tocando. Não sei bem de onde vem, mas acho que é do quintal. Não custa nada ver, neh.
Desci nas pontas dos pés a escada e abri a porta dos fundo na cozinha. Tem uma cerca separando as casas, então pego uma caixa pra poder ver o que tem do outro lado. Me arrependo na hora por não ter pego uma blusa. Estava ventando e eu só de pijama, um shorts curto e uma camiseta azuis. Me levantei e vi de onde vinha a música. Meu vizinho tocava violão e estava cantando. A música era linda, mas estava cantando bem baixo. Também ne, quem faz isso as quatro da manha?
Nunca tinha sequer falado com ele, nem sabia seu nome, mas era muito talentoso. Nem notei quanto tempo fiquei olhando, ate que ele parou de tocar e olhou pra cima. Levamos um mini susto mutuo. Foi hilário.
- Anh, oi. - eu falei, sem graça.
- Oi.
- Desculpa atrapalhar. É que eu tava ouvindo lá de cima, e queria ver o que era.
- Serio? Foi mal por te acordar...
- Não, não me acordou. Já estava faz tempo.
- Ah.
- Então, você é muito bom no violão. E sua voz é linda.
- Obrigado. - ele deixou o violao de lado e andou ate chegar mais perto de mim. - Já faz um tempo que moro aqui e nem ao menos sei o seu nome. Prazer, sou Chris.
- Prazer, eu sou Bella.
Ele sorriu. Juro que iria cair ali e agora. Como ele era gato. O cabelo era bem escuro, quase preto, olhos azuis, sorriso lindo... Tenho que falar alguma coisa, não quero que pense que sou maluca.
- Então, você sempre toca as quatro da manha?
- Não, é que estava sem sono e não sabia o que fazer. A noite tava tao linda. Me serviu de inspiração.
- Legal. Ela ta linda mesmo. - sempre gostei mais da lua quando esta cheia.
- Mas e você? Por que está acordada tao tarde?
- Não consigo dormir. Estou ansiosa.
- Pelo que?
- Vou voltar pra minha casa. As férias acabaram e vou voltar pra minha outra escola.
- Ah, isso é legal.
- Depende do ponto de vista.
- Como assim?
- Ah sei lá. Passei um ano naquele lugar, e era o alvo de brincadeiras idiotas. Não suportava ir pra aula.
- Entendi. Sinto muito. Mas é meio difícil de acreditar. Você parece ser uma garota muita legal.
- Obrigada. - fiquei vermelha. Espero que não note, por favor...
- Queria ficar conversando com você, mas tenho que ir. Amanha tenho compromisso. Uma droga de reunião com os amigos empresários do meu pai.
- Ah tudo bem. Boa sorte.
- Espera, me passa seu numero?
- Meu numero? Ah, claro. - ele me passou o celular e me adicionei.
- Legal. Boa noite, Bella.
- Boa noite.
Ele entrou e desapareceu no escuro.
Também decidi entrar. Parece que meu nervosismo passou e agora estou com sono.
Minha cama parecia tao convidativa. Meu travesseiro dizendo "Venha, venha". Quem resiste a isso? Eu que não. Kkk
Boa noite.
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Nunca me esqueça...
Fiksi RemajaBella era nova na escola. A partir daí, sua vida mudou. Se sentia sozinha e rejeitada. Então, ela decidiu se mudar, o que pareceu uma alegria aos seus colegas, que esqueceram rápido de sua existência. Mas, o que eles irão pensar da vinda, ou melhor...