Capítulo II

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Em sua casa, estendeu as roupas molhadas para que pudessem secar até a manhã do dia seguinte. O cheiro de comida recém preparada pairava pelo ar, as costeletas de porco cozidas dentro de enrolados de repolho no molho de tomate era o prato principal, a salada de pepino já estava pronta e somente faltava tomar um banho para finalmente jantar.

Ligou a água da torneira deixando que enchesse a banheira, buscou em seu pequeno armário um pote de sais de banho que havia comprado recentemente colocando uma daquelas bolas perfumadas dentro da água quente vendo se desmanchar enquanto o liquido transparente ganhava uma nova cor.

Harumi estava cansada, tirou suas roupas deixando cair sobre o chão gelado enquanto colocava seus pés aos poucos dentro da banheira se ajeitando. A cabeça encostou na beirada da banheira, os fios presos em um coque alto enquanto seu corpo era aos poucos adormecido por todo aquele calor e aroma de lavanda.

— Ai que investimento incrível — Harumi falou em um gemidinho enquanto os músculos tensos relaxavam. Ficou assim por uns bons minutos e só depois começou a passar a esponja mergulhada naquele liquido em seu corpo tirando todo o resquício de sujeira — Hum hum.

Harumi levantou depois de abrir o ralo vendo a água ir para a tubulação, ligou o chuveiro e jogou uma água rápida tirando o sabão de seu corpo. Ao se secar, pegou um confortável pijama quando ouviu longas batidas em sua porta.

—Harumi-chan! — Era uma voz feminina conhecida, sua vizinha e amiga — Harumi!

— Já estou indo! — E terminando de colocar sua blusa, correu para abrir a porta de sua casa, dando espaço para a ruiva entrar — Desculpa não estar em casa ontem.

— Eu vi na noticia, você foi atacada, fiquei tão preocupada — A ruiva disse com o que parecia um choro forçado.

— Não sei o motivo, você sabe do meu segredo muito bem — Harumi disse revirando os olhos.

— É! Eu, minha mãe, minha vó, bisavó e sei lá mais quais membros da minha família você já foi amiga — A ruiva disse se jogando no sofá.

— Eu conheci sua tataravó, mas ela não foi tão gentil quanto sua bisavó, foi com ela que comecei essa longa amizade — Harumi comentou novamente, se sentando ao lado de sua amiga.

— Tá, tá eu já entendi, mas sério? Você não tem medo mesmo de fazer merda — Aiko suspirou.

— Eu não vou morrer, então não tenho medo.

— E se acontecer?

— Eu sempre voltei, não vai ser diferente nas próximas vezes — Harumi suspirou — Quer jantar?

— Claro, ontem eu tive de comer miojo por você ter dado de heroína — Aiko reclamou vendo a amiga ir até a cozinha — Falando nisso, como é o Hawks?

— Eu não entendo o motivo de gostar tanto deles — O som dos pratos sendo postos sobre a pia e a colher passar por cada panela foi a continuação de sua fala.

— Ele é bonitinho, vai — Aiko riu enquanto dizia, indo em direção da geladeira da amiga procurando uma bebida alcóolica. Ao achar um bom vinho, o pegou colocando um pouco em duas taças.

— Ele é engraçado — Harumi disse arrumando os pratos em sua mesa — Tive uma boa conversa com ele.

— E...

— E que ele me viu morrer.

— Espera! Ele sabe? Quer dizer... Harumi!

— Não... Os paramédicos começaram a fazer reanimação em mim e eu acordei na mesa de cirurgia, ficou como se minha individualidade fosse me curar de ferimentos.

Doce como Café { Hawks }Onde histórias criam vida. Descubra agora