Capítulo LI

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— Querida, cheguei — Anunciou, a mão cheia de sacolas — Harumi? Dormiu?

— Desculpa, estava pensando — A voz respondeu, ainda deitada no sofá, os olhos indo em direção do herói — Ahn? Eu... Espera, o que está... Que supermercado é esse?

— Eu ouvi falar muito bem dele, dizem que os ingredientes são frescos — Ao levar as compras até a cozinha, deixou algumas penas cuidando de tudo enquanto voltava até a sala — Quando quiser, podemos começar.

— Eu faço, você já comprou os ingredientes e nada mais justo que eu faça o restante — E levando a mão no pequeno bolso, tirou seu elástico o levando até o cabelo prendendo em um coque rápido antes de ir para a cozinha — Se me seguir eu te mato! 





— Aqui está — Harumi falou sorrindo, enquanto seus dedos aos poucos soltavam o rosto de Hawks o permitindo ver o prato a sua frente preparado e extremamente suculento. A imortal sorriu o vendo a encarar em silencio, animada com o resultado de seu jantar feito com carinho — O que achou?

— Só pelo cheiro já sei que está gostoso —Ele sorriu — Mas conhecendo muito bem a cozinheira, sei que vai ser o melhor Shabu-shabu da minha vida.

— Haha, não fale bobagens desse tipo! 

— Estou falando sério, Harumi — Os olhos de Keigo estavam sobre o pequeno corpo, as mãos indo até seu rosto com carinho lhe distribuindo caricias calmas e sem qualquer preocupação, se ele pudesse, congelaria aquela noite e não permitiria que a imortal se afastasse, desaparece de perto de suas mãos.

— Keigo... Eu... — Uma silenciosa lágrima deslizou pelo seu rosto, solitária como o coração de Harumi se sentia, medo era a palavra que se resumia aqueles dias — Desculpa, não quero estragar essa noite... Desculpe.

— Não vai estragar — Hawks sussurrou a puxando para um abraço, as asas a acolhendo em meio sua plumagem buscando contato maior, seu calor acolhia o frio da pele de Harumi, os dedos da imortal deslizando por seu tronco até que pudesse o envolver em seus braços — Eu nunca pensaria algo assim de você, Harumi.

— Eu esqueci que você está caidinho por mim — Brincou vendo os lábios de Keigo se abrir em um doce sorriso — Mas eu não te culpo, quem na terra não estaria?





Os pratos estavam agora limpos e os amantes se encontravam na sala trocando assuntos aleatórios, era como se ambos estivessem com medo de pegar no sono, uma premunição que assolava suas mentes. Eram duas da manhã e Harumi havia ido para a cozinha em busca de alguma coisa para beliscar aliviando a fome noturna, mas jamais imaginaria que seus olhos iriam tocar naquele objeto a tempos esquecido, mas bem guardado em uma adega vertical em um estilo moderno e feita de metal que pareciam se contorcer enquanto subiam dando espaço em seus ganchos para garrafas de vinhos serem postas.

— Por que só tem uma? — Harumi questionou virando o rótulo vendo que era o vinho dado de presente para Keigo —Oh... Ele sequer abriu o vinho.

E tomando em mãos, levou até a sala o colocando em frente aos olhos do loiro que respondeu se sentando rapidamente, a feição travada em algo semelhante a susto.

— Eu posso explicar — Ele disse gaguejando — Harumi, eu posso explicar.

— Eu sei, mas o que esse vinho está fazendo intacto na sua adega? Não tem nenhum outro lá —Harumi suspirou, não estava brava, mas sim curiosa — Keigo, você não gosta de vinho?

— Não é isso... Apenas nunca teve necessidade de provar algo assim —Revelou os olhos vidrados naquele vidro reluzente lotado pelo líquido de tom roxo.

— Necessidade? — A curiosidade somente aumentava — Estou curiosa sobre o que seria necessário para te fazer abrir ele.

— Você — Harumi corou, mas a sobrancelha ainda arqueada com o gosto da dúvida em seus lábios, ela queria saber mais do que simples palavras ou informações rasas — Harumi, isso me colocará em um estado que não é interessante.

— Estado? Que eu saiba isso aqui é ótimo para colocar aves pra acasalar — E um enorme sorriso se fez presente nos lábios da platinada — Tem algo a me dizer sobre isso?

— Você está me deixando louco.

— Raiva? Frustração? O é apenas desejo de provar a bebida e o que ela faz? — Atiçou ainda mais quando se sentou na perna direita de Hawks, uma mão sobre o tecido da calça e a outra ainda agarrada na garrafa de vinho — O que foi? Algum gatinho comeu a sua língua?

— Não, mas eu tô prestes a comer a gatinha — Disse levando as mãos até o quadril feminino a ajeitando ali em seu colo.

— Keigo... Você se sente confortável? — Questionou preocupada, não queria obrigar o homem a sua frente fazer isso — Se não quiser, não precisa se preocupar, podemos conversar ou...

Hawks a beijou, seus dedos acariciando a pele fria de Harumi com carinho, seus olhos fechados trazendo a sensação de paz para a imortal que se entregava cada segundo mais aquela demonstração de amor.

— Entendi... — Sussurrou quando seus lábios se afastaram, um fio de saliva se partindo com a distância e um rubor em suas bochechas frias — Desculpa... Eu só estou nervosa... Keigo... Você quer algum petisco para comer enquanto bebemos?

— É uma boa ideia — Ele sorriu de forma tranquila, seus dedos traçando um caminho dos dedos de Harumi até seu cotovelo onde ele segurou, puxando a trazendo novamente para perto, dessa vez lhe dando um abraço protetor — Vai ser muito bom.

— Vai sim...

Doce como Café { Hawks }Onde histórias criam vida. Descubra agora