Capítulo XXXII

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O cheiro de café logo pela manhã atraiu uma sensação nostálgica para Hawks, a cafeteria ainda fechada e a platinada preparando duas xícaras para que eles pudessem começar o dia de trabalho lhe dava uma certa sensação de felicidade. Seus olhos dourados absorvendo cada movimento da mais velha com cuidado, sem perder o foco do que ela fazia enquanto cantarolava baixinho alguma música que o homem sequer havia escutado.

— Qual o nome da música? — Hawks chamou a atenção da mulher que desviou seu foco o encarando.

— Hum? Música? Oh, essa que eu tô cantando? — Ela deu uma leve risada — Não tem nome, era uma música que morreu faz alguns milénios. Nem me lembro a letra mais, desculpa.

— Tudo bem, ela é muito bonita, ou sua voz que a torna assim — Harumi sorriu enquanto levava a mão até as xícaras as enchendo antes de entregar ao herói.

— Tem certeza que vai me ajudar hoje? — A platinada encarou Hawks com um uniforme improvisado de sua cafeteria, as asas ainda em recuperação sendo escondidas pela roupa grossa — Você deveria descansar.

— Eu estou bem, mas se eu consigo me afastar mais um dia, gostaria de ver como é ser um barista — Ele sorriu a vendo suspirar, levando a xícara aos lábios bebericando o liquido tranquilamente.

— Certo Keigo, e como gostaria de ser chamado durante nosso expediente?

— Hum... Como minha amada gostaria de me chamar? — Sorrindo travesso, viu os lábios femininos se contrair enquanto o rosto tomava um novo tom. Desde a noite passada, nenhum deles conversou sobre o que havia rolado, ele somente deixou passar por medo da reação de Harumi.

— Sou péssima com nomes, que tal você dar um?— Piscou brincalhão.

— Poderia te chamar de cachorrinho — Zombou sentindo a pena que estava presa em seu colar lhe atacar com cocegas — PARA! Keigo! Isso faz cocegas, idiota!

— haha, cachorrinho — Com um gargalhar, ele parou de comandar sua pena a vendo recuperar o fôlego — Fala sério, Harumi-chan.

— Hum... Akira? — Harumi até pensou em alguns nomes, mas talvez esse fosse o que ela conseguiria lembrar com facilidade — Bem, Akira eu conto com sua ajuda hoje.

— Sim, senhora Harumi — E levando a mão em seu rosto em uma forma de continência rápida, sorriu a observando revirar os olhos.

— Eu vou abrir a cafeteria, esses são os cardápios e esse é meu bloco de anotação, é só escrever o pedido nele que eu faço o resto — A platinada entregou ao loiro o pequeno quite e uma caneta para que ele pudesse anotar tudo — Isso já vai ser mais do que o suficiente, Keigo.

— Eu posso também fazer massagem nas horas livres — E com um sorriso zombeteiro, se afastou evitando que a mulher conseguisse dar um tapa de brincadeira em seu ombro — Certo, certo, sem massagem para a Harumi, entendi.




Harumi ficou preocupada no começo, imaginando que o homem não conseguiria pegar um ritmo tão rápido em sua primeira vez como atendente, mas Keigo era super carismático e atencioso. Ele anotava todos os pedidos com velocidade, a letra não era a melhor, mas toda vez que ele deixava o pedaço de papel destacado com algum desenho bobo, Harumi soltava uma doce risada contida.

A maquiagem que cobria a marca de nascença abaixo de cada olho de Keigo deixava seu rosto um tanto diferente, nem imaginava que a ideia evitaria tanta confusão de algum cliente reconhecer o herói.

Doce como Café { Hawks }Onde histórias criam vida. Descubra agora