— Como foi sua noite? Fodeu muito? — Élyas questionou, enquanto bebia. Meus irmãos, exceto Rebeka, estavam reunidos na sala de jogos, onde eles passavam o tempo juntos, apostando em jogos de azar e enchendo a cara. Era nosso antro de conversa fiada e o nível mais baixo que pode chegar uma conversa num grupo de homens.
— Saí com Franklyn. — Falo, vendo Élyas parar a bebida que levava até a boca no meio do caminho; Oscar parou a sua vez na sinuca; Caius apenas ergueu o olhar para mim, com as sobrancelhas arqueadas; Odd sorriu de canto e Elliot, que estava comendo, até parou de mastigar, todos me encarando como se eu tivesse cometido o maior erro da minha vida.
— Já comeu ele? Que rápido! — Élyas comentou, bebericando o conhaque.
— Ou ele comeu você? — Elliot provocou, com um sorrisinho de canto.
— Não sou acostumado a ficar de quatro que nem você. — Resmungo, lhe acertando um tapa na nuca e me sentando ao seu lado, já que era o lugar vago no sofá.
— Não menosprezem os passivos. Eles não são menos homens que vocês só por darem a bunda. — Odd repreendeu, rodeando a mesa de sinuca e se preparando para jogar.
— Você já experimentou, maninho? — Elliot questionou, sorrindo.
— Se eu tivesse, não mudaria o fato de que posso te partir em mil pedaços se continuar me provocando. — Odd ditou, lançando um olhar ameaçador para Elliot, que não rebateu mais. Caius poderia ser impaciente, mas Odd não tolerava brincadeiras de mau gosto. Se ele decidisse partir para cima de Elliot, nenhum de nós iria conseguir impedi-lo de agredir nosso irmão. Odd pode ser o mais calmo de nós todos, desde que não o provoquem com bobagens, como nosso irmão é acostumado a fazer.
Escolho um taco de sinuca para entrar no jogo, após me servir com uma dose de conhaque. Tenho minha superstição nos jogos, e por isso jogo com meu taco de sempre, dourado e com detalhes em preto.
— Mas e então? O que rolou de fato? — Oscar questionou, reposicionando as bolas na mesa de sinuca, pronto para uma nova partida. Rodeio a mesa, posicionando a bola branca, me preparando para a primeira tacada.
— Nada demais. Dançamos. — Falo, acertando a bola branca, vendo-a se chocar contra as bolas coloridas, conseguindo encaçapar duas lisas.
— Dançaram? Ele parece ser tão tímido para isso. — Élyas comentou. Dou a volta na mesa, mantendo meu olhar na bola branca e pensando na jogada mais fácil no momento. No início era sempre muito fácil. Encaçapo mais duas.
— Não há nada que um pouco de álcool no organismo não possa fazer. E por mais que eu esteja morrendo de vontade de ensiná-los cada passo de dança a dois, há algo mais importante para se tratar. — Ironizo, dessa vez não acertando nenhuma das bolas no buraco. Oscar sorriu, preparando seu taco e buscando a melhor posição para sua jogada.
— Pelo visto já aceitou muito bem essa ideia de casamento. Já conversou com nossos pais? — Élyas questionou, enchendo o copo novamente.
— Irei em breve. Mas no bar, quando eu estava com Franklyn, havia um soldado português nos vigiando. — Comento e todos rapidamente me encaram.
— É óbvio que querem vingança! Aqueles filhos da puta estão loucos por sangue… O nosso! — Caius resmungou, em desgosto.
— Ou dos Salvattore. — Elliot comentou, chamando nossa atenção. Pela primeira vez ele havia dito algo interessante e que nos deixou em alerta. Elliot logo notou os olhares em sua direção, mordendo uma fatia de bolo de morango e cruzando as pernas em cima do sofá. — Achei que fosse óbvio. Eles são os que estão mais vulneráveis a ataques. Bom… só restou dois Salvattore e os dois são inúteis.
— Franklyn não é! — Rebato, irritado. Ele ergueu a mão em rendição, me pedindo calma.
— Eu odeio concordar com ele, mas dessa vez… o idiota tem razão. — Caius falou, se virando no sofá para me olhar. — Ele não tem treino para liderar o império italiano, e precisou de nós para ele e a irmã não morrerem. Claro que naquela situação, talvez nenhum de nós escapasse se não houvesse ajuda de fora, mas a questão é que ele não conseguiria manter o império intacto sozinho. Saber o básico de defesa não é nada perto dos riscos que passamos diariamente. Os portugueses querem acabar com eles porque sabem que só restaram dois da família. Então, o império italiano é um alvo fácil. Eles querem a fortuna e o poder dos Salvattore. — Explicou, o que me fez bufar, largando o taco bruscamente na mesa de sinuca, bagunçando nossa jogada.
— Mas que porra! Só porque sabia que perderia nessa, infeliz?! — Oscar resmungou, mas o ignorei, pegando meu copo com conhaque, bebendo tudo de uma vez.
— Não vão chegar perto dos Salvattore, não vou permitir isso! — Exclamo e eles me encaram. — Por causa do império Italiano. Há muita coisa em jogo. — Justifico, desviando o olhar e passando a mão nos cabelos nervosamente.
— Odd, vem você para a próxima partida. O babaca do Adrian sempre estraga a porra do jogo. — Oscar resmungou e Odd riu, se levantando e pegando um dos tacos disponíveis.
— Por que nunca me chamam?! — Elliot reclamou, fazendo bico.
— Você é trapaceiro. — Élyas acusou, chutando a perna de Elliot, que praguejou, chutando ele de volta.
— Que mentira! Eu sou honesto, ok?!
— Aham! Ah, vai dá a bunda e enfiar um pau nessa tua boca para ficar calado que é melhor! — Élyas resmungou, se recostando na poltrona.
— Esse é o seu papel, maninho. — Elliot provocou, rindo e Élyas logo partiu para cima dele, ambos entrando em uma espécie de luta física que não daria em nada. Reviro os olhos, saindo da sala de jogos.
Resolvo ver como Franklyn está, por via das dúvidas. Ele voltou o caminho inteiro em silêncio e sem me olhar, praticamente fugindo de mim, e acho que isso irá perdurar. Mas não por muito tempo…
Bato na porta de seu quarto, mas ninguém me respondeu. Abro a porta devagar, pedindo licença baixinho e olhando para a cama, me surpreendendo ao ver Franklyn e Hany dormindo juntos, abraçados.
Acabo sorrindo com a cena. Algo me diz que Franklyn precisava disso, de alguém para acalmá-lo, de um abraço sincero. De fato, por mais insuportável que o Fontannelle seja, ele faz bem para Franklyn.
Caminho em silêncio até eles, puxando o edredom com cuidado e os cobrindo. Então saio do quarto, fechando a porta atrás de mim e seguindo para meu quarto.
Amanhã seria mais um longo dia…
VOCÊ ESTÁ LENDO
KING OF SEX - Livro 1
Roman d'amour"Uma nova aliança... Poderia ser nosso fim, mas você estava lá para mudar nossos caminhos" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3