CAPÍTULO #37

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Saio do quarto, já era fim de tarde e era quase hora de ir ao jantar com minha futura sogra

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Saio do quarto, já era fim de tarde e era quase hora de ir ao jantar com minha futura sogra. Eu estava em puro nervos, mesmo Hany tentando me tranquilizar e dizer que qualquer coisa era só ligar para ele que ele arrancaria o cabelo dela.

Vou parar de pedir conselhos a ele.

— Esperem aqui… — Peço aos soldados que me acompanhavam, sendo ordens de Adrian ao não me deixarem sair sozinho. Mas criei coragem para visitar o túmulo dos meus pais. Sinto que eu precisava disso… de me sentir próximo deles de alguma forma.

Os soldados obedeceram, e eu caminhei em direção ao túmulo, acabando por ver Fabb sentada na grama verde, em frente à lápide, girando vagarosamente uma rosa branca nas mãos. Era a preferida da nossa mãe.

Abaixo a cabeça, não sabendo se deveria interrompê-la ou não, mas já havia dias que não nos falávamos direito, e isso realmente estava me consumindo por dentro. A viagem dela para Itália acabou sendo cancelada. No fim, eu não a queria longe de mim.

Engulo em seco, me aproximando dela e me sentando ao seu lado, em silêncio. Ela me olhou, não falando nada e voltando a olhar tristemente para a rosa branca.

— Você está melhor? — Questiono, baixinho, quebrando aquele silêncio esmagador. Ela demorou a me responder.

— Talvez… — Sua voz saiu embargada, o que denunciava um choro recente. A observo. Ela havia emagrecido e havia olheiras que exibiam as noites mal dormidas. Me doeu vê-la assim. Continuava sendo minha irmã, apesar de tudo. E agora, minha única família.

— Sei que não sou o herdeiro que todos esperam… Continuo sendo o mesmo de sempre… Só que sinto falta da minha parceira… — Tento não desabar, vendo ela me olhar, em silêncio, com os olhos cheios de lágrimas.

— Aquela noite não sai da minha cabeça. Toda noite… toda vez que tento dormir… aquele pesadelo retorna… — Ela balança a cabeça, respirando fundo e fitando as mãos que seguravam a rosa. — Ando sentindo dores de cabeça como nunca antes e… pensamentos estranhos martelam minha mente toda hora…

— Que pensamentos estranhos…? — Questiono, preocupado, a vendo abaixar a cabeça, deixando algumas lágrimas escaparem.

— Eu queria estar na companhia dos nossos pais… Às vezes… imagino a mamãe me recebendo… de braços abertos e aquele sorriso doce de sempre… o papai me pegaria no colo como se eu tivesse 5 anos e iria me proteger de qualquer dor… — Balbuciou, me fazendo engolir em seco, a vendo me olhar em seguida. — É isso que eu penso. Que… eles estão apenas me esperando…

— Fabb. — Seguro sua mão rapidamente, chamando sua atenção. Meu coração estava disparado, e eu não sei por quanto tempo mais eu iria conseguir segurar as lágrimas. — Me desculpa… eu ando tão ausente com você… Esses acontecimentos nos afastaram, mas… eu não suportaria te perder. Já foi doloroso demais passar pela perda dos nossos pais. Sei que ainda machuca e isso talvez nunca mude. Mas eles não querem a gente lá. Não é a nossa hora. — Seguro sua mão mais firme, vendo-a chorar ainda mais, desviando o olhar. — Céus… eu sou um péssimo irmão. Eu deveria estar presente desde o começo, como antes. Deveria cuidar de você, mesmo que negasse. Olha como você está… — Acaricio seu rosto, empurrando um cacho ruivo para detrás da orelha. — Não podemos ficar assim, Fabb. Não é isso que eles iriam desejar. Como a mamãe ficaria se te visse nesse estado? — Ela desviou o olhar, engolindo em seco, mas senti seu aperto mais firme em minha mão.

— Você vai mesmo casar com o capo norueguês? — Questionou, o que me fez suspirar, assentindo.

— Tudo indica que sim… precisamos de apoio. — Falo e ela suspira, assentindo.

— Vamos viver aqui para sempre?

— Não sei, Fabb… eu realmente não sei. Aqui é o país dele…

— Não me sinto confortável aqui… — Murmurou, voltando a olhar para a lápide dos nossos pais. — Mas em contrapartida… é onde nossos pais estão enterrados… — Falou, colocando a rosa branca em frente à lápide, voltando a se sentar.

— O que eu preciso fazer para que ao menos você possa se sentir melhor? — Questiono, entrelaçando nossos dedos. Ela observou o gesto, pensativa.

— Tacos italianos. — Suspirou, me fazendo sorri de imediato. Era sua comida favorita.

— Também não aguento mais comida norueguesa. — Brinco, e pela primeira vez a vejo ri. Um breve riso, mas que já foi o suficiente para me encher de esperança, para que nossa relação inabalável de antes retornasse. Ou ao menos que parássemos de ignorar um ao outro.

— Era o preferido do papai também… — Murmurou, com um semblante entristecido. Acaricio a sua mão, concordando.

— Ele era mais criança que todos nós. — Falo e ela ri em meio às lágrimas, assentindo. — Vamos nos apegar a isso… aos momentos bons que tivemos. Não podemos voltar no passado, mas… podemos cuidar do nosso futuro. — Falo e ela me encara, após alguns segundos, concordando, secando as lágrimas.

Ajudo ela a se levantar, agora tendo ainda mais noção do quanto ela havia emagrecido. As roupas estavam bem mais folgadas. Sem mais conseguir me conter, a puxo para um abraço apertado, podendo notar seu corpo enrijecer pela surpresa, mas ela não recuou, então desabou em meus braços, chorando e rodeando minha cintura em um abraço igualmente apertado. Engulo em seco, sentindo uma lágrima solitária conseguir escapar, mas rapidamente a seco, não querendo parecer quebrado. Um de nós precisava ser o suporte do outro. E Fabb precisava de mim, agora mais do que nunca.

Vou te proteger… é uma promessa, irmã.

KING OF SEX - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora