CAPÍTULO #66

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A maior parte já havia retornado para a mansão Bergan

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A maior parte já havia retornado para a mansão Bergan. Já era noite quando chegamos e Keera, em especial, passou o caminho inteiro de cara fechada. Hany estava mais animado que o de costume e Yuny… como sempre, veio dormindo, nem percebendo quando se encostou em meu ombro. Não aproveitou nada da festa, já que não o vi em lugar algum pelos dois dias que passamos na chácara.

Caminho pelo jardim, atento a qualquer movimento. Não é como se agora eu trabalhasse para os Bergan, mas eu não iria ficar parado por dois meses. Além de que, os inimigos de Keera, também são inimigos dos Bergan.

Estreito o olhar ao ver uma silhueta no alto de uma mureta. Prontamente, pego minha M4 dependurada em meu uniforme nas costas, olhando pela mira e tentando ver quem era. Antes que eu puxasse o gatilho, uma pequena tela se acendeu, iluminando seu rosto, o que me fez bufar ao ver que se tratava do loiro metido, Elliot Bergan.

Balanço a cabeça, me aproximando, conseguindo vê-lo melhor. O maluco estava em cima de uma parede alta de concreto,  sentado despretensiosamente, enquanto mexia em um notebook repousado em seu colo. As bochechas cheias indicavam que ele estava comendo.

— Quase atirei em você. — Falo, chamando sua atenção. Ele olhou para baixo, em minha direção.

— Boa noite pra você também. — Ironizou, sem parar de teclar naquele notebook. — Estou trabalhando, não estou com tempo para suas mentiras.

— Mentiras? — Arqueio uma sobrancelha. Chegava a ser cômico. Todo dia eu era acusado de algo diferente. As pessoas dessa casa precisavam chegar em um consenso.

— Sim! Você insinuou que transou com Caius, mas isso não aconteceu. — Falou, o que me fez ri baixo, suspirando.

Melhor deixar esse assunto para lá.

Observo os longos metros de concreto, com textura íngreme. Respiro fundo, tomando impulso e escalando a parede, conseguindo subir e me sentando em frente a ele, que me encarou desconfiado.

— E se eu tivesse transado com ele? Te incomoda? — Provoco, o olhando de soslaio. Ele se calou por alguns instantes, olhando de mim para a tela do notebook.

— Me incomoda! Você é um soldado da família Fontannelle! Não somos aliados. — Falou, como se isso fosse um argumento brilhante.

— É a pior desculpa que já ouvi em toda a minha vida. Mas se ela funciona pra você, beleza. Não vim até aqui para falar com quem eu transo ou não. Você é o que mantém a segurança da Itália, não? — Questiono e ele me encara, ainda mais desconfiado.

— Seja o que for que esteja planejando, não vai funcionar. — Ditou, o que me fez revirar os olhos.

— Franklyn retornou para a Itália. Keera é aliado de Franklyn. Logo, eu atuo nos dois países. Sei que a mansão italiana está cercada de traidores querendo exterminar Franklyn. E isso não pode acontecer. — Falo e ele suspira, assentindo, pela primeira vez concordando comigo. Elliot pegou um pedaço do bolo salgado que comia, colocando na boca e voltando a teclar.

— Estou vendo isso agora. E ele já está informado disso.

— Você me estressa! — Resmungo, tirando o notebook da mão dele e o trazendo para meu colo, acessando às câmeras de segurança.

— Hey! — Elliot protestou, se aproximando de mim, mas afastei seu pulso.

— Você pode proteger o império italiano, mas não pode salvar a vida de Franklyn com ele estando lá.

— Você sabe que ele não está sozinho, né? Adrian está lá.

— Com uma criança. — O encaro e ele fica em silêncio. — São três pessoas contra sabe-se lá quantos traidores. Franklyn ainda está em fase de treino e a pirralha… Não preciso nem comentar. Adrian não é de ferro e não daria conta de tudo sozinho.

Explico, passando pelas câmeras, me arrependendo amargamente de ter visto a do quarto e ver os pombinhos se comendo. Passei rapidamente para o quarto onde a criança estava. Ela desenhava na cama, parecendo ouvir música nos fones de ouvido.

— Espera! — Elliot exclamou, quando me viu quase passar para a próxima câmera, segurando minha mão e aproximando seu rosto da tela. — Puta que pariu! — Xingou, pegando o celular rapidamente ao ver uma mulher adentrar o quarto da menina. Ela estava vestida com um uniforme de empregada e sorria gentilmente para Rory enquanto equilibrava uma bandeja. — É ela! A vadia tentou invadir o sistema há três dias! — Exclamou, passando as mãos nos cabelos nervosamente.

— Não me agrada a ideia de trabalhar com você, mas preciso de rostos. Irei para a Itália agora mesmo. — Falo, e ele me encara, parecendo pensar bem em suas próximas palavras.

— Eu já vou mandar o Caius.

— Só ele não será suficiente. — Falo o óbvio e ele xinga mais uma vez.

— Mas que merda…! Pega isso! — Ele tirou do bolso um aparelho pequeno, me entregando. Era um ponto de escuta.

— Para quê?

— Como para o quê?! Vai se comunicar através do além?! — Ele resmungou, tirando da minha mão e se aproximando para colocar em meu ouvido, o que me fez olhá-lo atentamente, atento a qualquer ato de ameaça. Elliot afastou as mechas do meu cabelo que estavam soltas do coque, colocando atrás da minha orelha para então colocar o ponto. Meu olhar se mantinha nele, e em cada movimento. Ele pareceu notar, sorrindo de canto e fixando seu olhar no meu. — Relaxa. Não estou colocando uma bomba no seu ouvido, querida. — quase de imediato, agarro seu pescoço, o puxando para mais perto, assustando-o.

— Se estivesse, você não teria tido tempo para dizer isso, querida. — Rebato, e ele mantém o sorriso provocativo. Me afasto, o soltando e me virando para descer.

— Espere até eu avisar o Caius. A situação está pior do que imaginávamos… — Comentou, olhando com certa preocupação para a tela do notebook, que eu já não via mais.

Não estou com um bom pressentimento…

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