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— Adrian…! — Vejo Franklyn se jogar no chão, choramingando de dor.
— Não seja dramático! — Exclamo e ele me olha feio.
— Eu coloco um determinado peso e você duplica ele! Está pensando que eu sou o quê?! Descendente do King Kong?! — Ralhou, me fazendo ri.
— Se não é, então é bom que se torne. Anda, volta para o equipamento. — Ordeno e ele resmunga, se obrigando a levantar.
— Papai! — Vejo Rory adentrar a academia, correndo e pulando em meus braços. Sorrio, a pegando e voltando meu olhar para Franklyn, que ainda estava enrolando para voltar ao treino.
— Rory! Veio chamar seu pai para fazer alguma coisa? Pode levá-lo! — Franklyn exclamou, o que me fez estreitar o olhar.
— Princesa, que tal ajudarmos o Franklyn a treinar? Você é boa nisso, hum? — Falo e ela sorri, balançando a cabeça inúmeras vezes. Franklyn fez um muxoxo, decepcionado por sua tentativa esfarrapada de fugir não ter funcionado.
— Vamos, tio Fran!!! — Rory gritou, como se fosse uma líder de torcida. Franklyn suspirou, não parecendo querer fazer feio na frente de uma criança, então se posicionou na leg press. Deixo Rory no chão, que se aproximou de Franklyn, dando pulinhos e batendo palmas, incentivando em alto e bom tom para que ele continuasse.
Nisso, ela consegue ser melhor do que eu.
E isso me lembrou de que ainda não havia falado com ela sobre Franklyn e eu, e do acordo que logo mais será selado.
— Franklyn, pare um pouco. — Peço e ele prontamente obedece, permanecendo deitado e respirando fundo, de olhos fechados. — Rory, querida… precisamos conversar sobre algo. — Falo, me abaixando para ficar da mesma altura que ela. Franklyn me olhou curioso, se sentando no equipamento e esticando as pernas, massageando suas coxas.
— O quê, papai? — Rory questionou, me olhando curiosa e preocupada, pois pelo meu tom ela já sabia que era um assunto sério.
— Lembra que o papai falou sobre precisar se casar em breve? — Questiono e ela assente, me olhando atentamente. Olho para Franklyn, que retribuiu o olhar, parecendo tão nervoso quanto Rory.
— Lembro, papai… — Acaricio seus cabelos, respirando fundo.
— Você já conheceu o Franklyn, não é? — Aponto e ela olha para Franklyn, sorrindo e balançando a cabeça em afirmativo.
— Conheço sim, papai! O menino que chegou dodói. — Falou, e pude vislumbrar Franklyn contornar um sorriso compreensivo.
— Isso… o papai vai casar com ele. Tudo bem? — Falo e ela fica em silêncio, levando o dedo indicador aos lábios, parecendo confusa.
— Você gosta de meninos, papai? — Rory questionou, me olhando inocentemente, o que me fez sorri, me sentando no chão e segurando suas mãos delicadamente.
— Já tivemos essa conversa, meu amor. Lembra do que conversamos com o tio Odd? Meninos podem ficar com meninos, assim como meninas podem ficar com meninas. Mas também pode ocorrer de um se atrair pelos dois, ou por ninguém. O que importa é respeitar e entender que não há nada de errado nisso, hm? — Ela sorriu, assentindo.
— Então você gosta de meninas e de meninos, papai? — Questionou, e eu sorri, assentindo.
— Isso, meu amor. Mas no momento, o papai vai casar com um menino. Então ele fará parte da nossa família. Mas é importante para mim ter sua aprovação. Tudo bem pra você, princesa? — Rory ficou em silêncio por alguns segundos e então sorriu, assentindo.
— Eu irei ganhar mais presentes e poderei ir ao parque mais vezes! — Exclamou, me fazendo ri, aliviado. A puxo para um abraço, praticamente a esmagando, a enchendo de beijos e cócegas que a fazia chorar de tanto ri.
— Você não existe! Não existe! — Exclamo, rindo e beijando. Ela riu, espalmando suas mãos pequenas em meu rosto.
— Claro que eu existo, papai! Eu tô aqui! — Falou, me arrancando outra risada. Então olho para Franklyn, que assistia a cena com um sorriso bobo nos lábios.
— Bem… vamos nos arrumar para a escola? — Falo e ela assente rapidamente, se levantando de cima de mim.
— Vou pedir minha lancheira para o tio Odd! — Exclamou, correndo para fora da academia. Odd é quem preparava a lancheira dela, porque quando eu fazia ela reclamava que eu não deixava bonito. A gente sempre entrava na discussão de que comida não é pra ser bonita, é para ser gostosa. Mas ela sempre ganha na discussão…
— Quem diria que você poderia sorri tanto… — Franklyn comentou, chamando minha atenção.
— O quê? — Questiono e ele sorri, se ajeitando no equipamento e permanecendo sentado.
— Você tem um grande amor pela sua filha, e isso é nítido. Seus olhos brilham quando está com ela. É lindo de se ver, sabia? — Comentou, me deixando sem palavras.
