XXXI♠: Dores de Dolores, Cores de Totores

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Agência da L-Zep, Paradis Village, Paris; Plomata – 06/30 m.0.

Vrapa (gír

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Vrapa (gír.): termo que surgiu em Ibéria na Plomata, e significa 'sub-metralhadora' – que é qualquer arma capaz de disparo automático com cadência de múltiplos tiros por segundo empunhada em uma única mão. A UZI foi talvez a sub-metralhadora mais famosa em épocas pré-zeranas, que ganhou um ressurgimento durante as primeiras décadas. O termo continua em voga pois os Syndicatos, a 'força policial-jurídica' da Plomata utiliza sub-metralhadoras desde seu surgimento, como arma principal padrão de cada um de seus membros. Ver: Syndicatos (pol.), Plomata (loc.)

- do Dicionário dos Termos Zeranos – 13ª edição, editora zintra, pub. 11/29 m.0.

STYLO

"Uma chance em seis."

Sabe aqueles capangas sem nome? Aquela multidão que vem pra cima do herói e leva surra em massa? Agora imagina um desses manés sozinho? Junto com uma multidão até que dá pra ter um respeito. Mas sozinho? Eles perdem o sentido. Fica só tipo... um carinha perdido feito um pato molhado, que não sabe o que faz.

Esses caras sempre usam as coisas mais chatas tipo... armas de fogo. Que graça tem uma arma de fogo? Uma pistola? Apontar pra uma pessoa e plau pronto. Acabou a luta. Esse mundo aqui não tem aquelas lutas maneiras de espadas sabe? Batalha de exército, armaduras e cavaleiros, uns magão soltando bola de fogo queimando geral... sabe do que eu tô falando?

Bom... taí, armas. Uma delas tá apontada pra seis pessoas rendidas no piso de um banco, daquele jeito bem covarde. Vi no alertasuper.com que o crime aumentou em Paris desde que cheguei. Diz a Clô que foi sempre assim. Triste, não acham? Eu acho.

Sabe quando cê tá no banho pensando na vida? Então, as vezes bate uma sensação que tudo que eu faço aqui é a toa. Que não tô ajudando em nada. Que não tô lutando as lutas certas. Que não tô vencendo quem precisa ser vencido. Que tem mais câmera me pegando pra postar nas mídias do que eu pegando bandidos.

Nas últimas semanas tenho pensado nisso. Mas só quando tô no banho. Penso em outras coisas quando tô no banho também. Música, basicamente. Cantar no banho é uma delícia.

"É um novo tipo de roleta russa." – diz o pato perdido – "Só que em vez de uma bala no tambor onde cabem seis, vai ser um de vocês que vai morrer. Um em seis. Mesma coisa."

Tamos numa agência de banco pra ricaço. A construção flutua, algumas suspensas por arcadas outras tecnologia vertol outras balão de hélio. Uma frescurice, fachadinha pra rico dar like. São pequenas, pouca gente trabalha nelas. Tem algumas poucas pela urbe e no momento, uma delas tá sendo assaltada.

Os seis funcionários da agência foram rendidos por quatro bandidos. A agência é bem protegida, mas os caras descobriram uma brecha de segurança no banheirinho que eles usam... e vieram com um ovão vertolado estilo viatura da polícia. Grudaram lá embaixo, arrancaram a saída da privada, e entraram literalmente por... ah não. Não é possível um negócio desse. Os caras entraram literalmente pelo buraco da privada. É tipo quando a privada entope e teu tolete volta pra um bis.

Monolito das Cinzas (Do Infinito Ao Zero, vol 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora