Um super na maior cidade do mundo. Corrupta e podre como nenhuma outra - explorada pela NonCorp, a empresa que deveria trazer o futuro.
Sem história. Sua irmã tirou suas memórias a pedido dele próprio - e ele não se lembra mais o motivo.
Perdido. En...
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Nova Vegas (loc.): cidade-estado localizada no estado-perdido Nevada. Após o Ultimato Núbia, Las Vegas fez parte da Nação Tegalca até 12 m.0, e depois da Batalha de Utah foi renomeada para Nova Vegas e considerada território da Liberty United (UNITY) - mesmo não havendo conexão geográfica. Três anos depois declarou independência. Apresentando um corpo militar forte – a Legião Dourada – deteve uma invasão da Nação Tegalca a oeste, lutou contra os origens durante a guerra, anexou o território de múltiplos municípios próximos, incluindo Paradise, Henderson, Boulder e outros e estabeleceu soberania com sua economia poderosa, abastecida pelas Corporações Non (NonCorp), principal entidade mantenedora da cidade. Ver também: As Doze Urbes (loc.), UNITY (loc.), Ultimato Núbia (hist.), Guerra Origen (hist.), Batalha de Utah (hist.), Os Estados Perdidos da América (hist.), NonCorp (econ.).
- do Dicionário dos Termos Zeranos - 13ª edição, editora zintra, pub. 11/29 m.0.
KNUVTHIAN
Meus olhos só preto e branco vêem, imagino as cores. Pessoas trabalham para mim e meu ambiente de trabalho eles pintaram em tons de cinza mas secretamente almejo as cores. Olho para os olhos dos outros. As cores desviam os olhares, evitam os olhares. Vejo as cores quando a onda de repulsa ou atração dos olhares se espalha. O vermelho do sangue – queria ter visto mais o vermelho do batom, o vermelho do pôr do sol, o vermelho das flores. O amarelo do inchaço - almejo agora o amarelo das frutas, do arco-íris, dos passarinhos. O verde dos esgotos – cheiro as plantas e imagino seu verde, o vento balança as folhas ouço seu som, sua música. Mas não vejo o verde.
Apenas preto e branco na frente dos meus olhos e dos meus seguidores que seguem-me privando-se das cores. Um banco de praça é onde passo meus dias, sentado olhando a natureza morta ao meu redor. Homens vem e vão perguntam-me coisas, eu respondo. O que fazer com o cara que bateu na esposa traidora? Iremos salvar o irmão que a polícia levou? Um caminhão foi parado pela alfândega tegalca e nosso pó foi detido, e agora? Queria tanto ouvir: quer assistir o episódio novo do seriado comigo? Ou você quer pizza ou cozinhamos em casa? Ou quanto é 2+2, vovô?
Vovô. Sou um velho fora de seu tempo. O Marco Zero não pensou nos idosos quando surgiu, velhas mentes velhas mortes. Adapte-se ou morra – me adapto mas até quando? Estou vivo ou morto? Quando foi a última vez que recebi flores? Quando foi a última vez que fui tocado por alguém que não espera nada em troca? Quando eu chorei? Por qual motivo?
Holos demandam nossa atenção como preço, o córtex visual evolui saindo pelas narinas feito catarro criando uma nova espécie: homo cadaverius, criado para ver, criado para não viver, para rir, não para sentir, para chorar mas logo esquecer. Nos proteja da dor ó senhor, e com isso caminhamos como eternos bebês, nunca mais somos donos das nossas vidas, eternamente fugindo das responsabilidades para viver existências de sobrecarga sensorial como religião.
