𝐓𝐀𝐑𝐐𝐔𝐈𝐍, acotar

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𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @fiscaldoportugues

ESSE IMAGINE CONTEM SPOILERS DO TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE ACOTAR!


A missão era bem simples: ir até Adriata, roubar a outra metade do Livro dos Sopros e voltar para casa. O plano era perfeito, só tínhamos que segui-lo e tudo ficaria bem. Rhys atravessou conosco diretamente para Adriata, a cidade-castelo da Corte Estival. Amren se encontrava em seu costumeiro traje cinza, Rhys estava de preto e Feyre e eu optamos por vestidos leves e esvoaçantes, perfeitos para sobrevivermos ao clima insuportavelmente quente da Estival.

Rapidamente a corte surgiu em minha visão, a cidade se estendia diante de nós até a direção do mar. A água reluzente estava repleta de navios e o céu era tomado por alguns pássaros que voavam em diversas direções. De onde estávamos conseguíamos ter a visão de diversas pessoas que se moviam rapidamente para diversos destinos diferentes, alguns carregavam materiais de construção e alguns levavam apenas mercadorias. Nunca passou pela minha cabeça que Adriata estava sendo reconstruída, mas Amarantha conseguiu deixar uma bela marca por onde passou.

— Bem-vindos a Adriata — disse Tarquin.

— Bom te ver de novo, Tarquin. — respondeu Rhys.

Depois que todas as apresentações foram feitas, fomos levados para um palácio feito de paredes de concha. Era bonito, mas muito praiano para o meu gosto. A cada passo, Tarquin nos explicava sobre a corte e sobre o processo de reconstrução, pude sentir o olhar dele sobre mim em alguns momentos, mas decidi ignorar, deveria agir apenas no momento certo. Quando voltei a prestar atenção ao meu redor, notei que estávamos com uma vista privilegiada do mar. A cor era uma mistura de verde e azul, muito atraente de se olhar, a extensão de água era tão grande que nem dava para saber onde tudo terminava. Respirei fundo enquanto observava, parecia estranho, mas olhar aquela paisagem me trazia um pouco de paz.

— Lindo, não é? — disse Tarquin, minha distração foi tanta que nem percebi o macho enorme parado ao meu lado.

— Interessante, sim — ele me encarou, talvez aquela não fosse a resposta que esperava, então me apressei para melhorar minha fala. — Deve ser encantador acordar todos os dias e ter uma vista tão bonita para apreciar. — Ele concordou com a cabeça.

Depois da breve conversa, todos nos sentamos à mesa para tomar chá. O clima não era agradável como parecia, a desconfiança dançava ao nosso redor, mas todos disfarçavam muito bem. Os Grão-Senhores trocavam farpas durante o novo assunto a pouco iniciado, Cressida e Feyre fingiam interesse no que a outra falava, enquanto Varian estava ocupado demais admirando todas as partes de Amren. Apenas segui bebericando meu chá, observando Tarquin disfarçadamente em alguns momentos, a pele escura dele contrastava com o cabelo branco e os olhos azuis. Isso vai ser interessante, pensei.

Me joguei desajeitadamente na cama quando, finalmente, cheguei ao quarto. A decoração seguia a mesma estética do resto da corte, com muitas conchas espalhadas por todos os cantos. A porta se abriu e Rhys e Feyre passaram por ela, fechando-a em seguida. Nem me dei o trabalho de levantar.

— E então? — Perguntei.

— É uma pena que tenhamos que fazer isso, Tarquin é bem agradável. — Foi Rhys quem disse. — A partir de agora temos uma tarefa, não sejam pegas, mas sejam rápidas, não temos tempo sobrando. — Assenti, todos sabíamos o que aquilo custava, um fracasso poderia arruinar Prythian.

Era realmente uma pena ter que roubar de Tarquin, mas ele não nos daria o livro se pedíssemos e isso só traria ainda mais desconfiança entre os Grão-Senhores, não poderíamos correr o risco, as relações já estavam abaladas o suficiente. Talvez sejamos proibidos de voltar aqui, assim como Cassian, que até tentou convencer Rhys, mas mesmo assim não pode vir.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora