𝐉𝐀𝐒𝐏𝐄𝐑 𝐇𝐀𝐋𝐄, crepúsculo

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𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @diannapedrosoo

Me movo minimamente na cama, apenas o suficiente para pegar um lenço de papel na mesinha de cabeceira para assoar o nariz. Pegar gripe poderia ser considerada uma das coisas que mais me irritavam na vida, e era assim que eu me encontrava no momento, gripada e irritada. Não conseguia respirar direito, as tosses e os espirros me importunavam a cada minuto e minha garganta doía com qualquer movimento mínimo.

Joguei o lenço sujo na lixeira que deixei perto da cama e afundei nos travesseiros e cobertores, esperando que minha situação melhorasse com um estalar de dedos. Estava completamente frustrada e tudo ao meu redor parecia uma bagunça, ficar doente me deixava triste e chorosa e a única coisa que eu queria era que os sintomas infernais sumissem rapidamente para que eu pudesse sair de casa e respirar um pouco de ar puro e pintar ao ar livre.

A janela abriu e Jasper, meu namorado, pulou para dentro do quarto com algumas sacolas em mãos. Minha versão saudável provavelmente teria pulado da cama para ir até ele e abraçá-lo, mas como minha versão atual era a mais rabugenta possível, apenas continuei deitada e com os braços cruzados sobre o peito. Jasper apenas ignorou minha atitude infantil e sorriu para mim, deixando as sacolas na mesa de cabeceira e se inclinou em minha direção, deixando um beijo em minha testa.

— Eu trouxe alguns comprimidos e xaropes que Carlisle receitou, todos esperam que você melhore rapidamente — Jasper se moveu com sua velocidade vampírica e em um piscar de olhos estava na minha frente com dois comprimidos grandes e completamente brancos em uma mão e um copo de água na outra. Tomei os remédios, engolindo um pouco do xarope após ingerir os comprimidos e afundei na cama novamente.

Quando comecei a sentir os primeiros sintomas da gripe, Jasper ficou perdido e sem saber o que fazer. Ele queria cuidar de mim e me levou até Carlisle, que me consultou e me receitou alguns remédios para ajudar a suportar os sintomas gripais. Depois disso, ele me trouxe para casa e fiquei aqui até então. Às vezes, podia sentir que ele parecia levemente fascinado pelos meus sintomas, já que era algo que deixava minha humanidade evidente.

Jasper me deixou sozinha por alguns minutos, indo até o primeiro andar. Não demorou muito para que voltasse com um enorme prato de sopa e uma colher. Franzi o rosto assim que vi o líquido amarelo no prato com alguns legumes e macarrão. Não conseguia sentir o cheiro da comida porque meu nariz estava completamente congestionado e isso me deixou ainda mais frustrada.

— Eu odeio sopa — virei o rosto assim que Jasper tentou levar uma colher cheia de macarrão e legumes até a minha boca.

— Eu sei — suspirou, uma ação humana que insistia em fazer sempre que se sentia derrotado. — Esme passou a tarde toda cozinhando isso para você, não vai magoá-la desse jeito, não é? — Jasper sabia onde precisava me cutucar para me fazer ceder.

— Só um pouco — foi a minha vez de suspirar.

Depois de comer toda a sopa, consegui me sentir um pouco melhor. Os remédios começaram a fazer efeito e não demorou muito para minhas pálpebras pesarem, o sono me atingiu e Jasper se deitou ao meu lado, acariciando meu cabelo enquanto meu corpo quente se acostumava ao seu corpo frio.

Jasper tinha sido transformado há muitos anos e tinha dificuldades para lidar com todos esses problemas humanos, eu me sentia um pouco culpada por ele precisar ficar comigo nesse estado, mas amava o esforço que ele fazia por mim em qualquer situação. Cada gesto e cada atitude me mostrava que ele é e sempre foi a pessoa certa para mim.

Acordo com o som da voz de Jasper chamando por mim e, assim que abro os olhos, sinto a temperatura elevada do meu corpo e uma leve camada de suor ao meu redor. A febre tinha sumido há dois dias atrás, mas parecia que tinha voltado novamente. Suspirei um pouco e aceitei a ajuda de Jasper para sair da cama, que me levou rapidamente até o banheiro usando sua velocidade. Tirei todas as peças de roupa e então entrei na banheira, que felizmente estava praticamente cheia.

Meu corpo tremeu um pouco assim que minha pele febril entrou em contato com a água morna e respirei fundo, tentando apreciar o leve aroma do sabonete que pairava no ar. Jasper puxou uma cadeira para perto e se sentou ao meu lado enquanto minha febre diminuia, ficamos ali por pelo menos uma hora e então, quando senti que estava melhor, saí dali. O loiro me ajudou a colocar um pijama limpo e então andamos calmamente até a cama.

— Sei que parece bobo agir assim por conta de uma simples gripe, mas eu realmente estou desconfortável. — Me aconchego em Jasper e deixo meus braços caírem ao seu redor.

— Sei que está desconfortável, eu sinto. — Deixa mais um beijo em minha testa e então, em poucos segundos, sinto a agonia deixando o meu corpo e uma calmaria me atingir, automaticamente notando que é apenas o efeito do uso dos poderes dele em mim. — E não é bobo agir assim, sei que você odeia estar gripada. Espero que minhas habilidades te ajudem, pelo menos um pouco.

— Está ótimo, obrigada — me movo um pouco, apenas o suficiente para juntar nossos lábios em um beijo rápido. — Você é um namorado incrível.

— Preciso ser, caso contrário, como vou te convencer a passar uma eternidade ao meu lado?

— Sabe que já conseguiu me convencer há muito tempo, não é? — Sorri, sentindo meu coração tremer com aquela pequena declaração. — Desde que te vi pela primeira vez, soube que queria ficar ao seu lado para sempre.

O sono me atingiu novamente em poucos minutos e adormeci ao lado de Jasper, sentindo os poderes dele aliviarem meu desconforto. Os sintomas não sumiriam da noite para o dia, mas ter Jasper ao meu lado era o melhor conforto que eu poderia receber durante uma gripe tão incômoda.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora