𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @iisx_mendes @BestBetches
Aviso: menção de tortura
Eu aguento.
Eu aguento.
Eu aguento.
Era o que eu dizia a Azriel a cada segundo, usando nossa conexão de parceria.
Sabia que tudo o que ele mais queria era me tirar da posição na qual eu estava, mas ele não podia fazer nada enquanto chicotes de couro e finas barras de ferro estalavam contra o meu corpo exposto e minhas asas.
O sangue escorria pelas minhas costas e ombros, manchando o resto das roupas que os soldados de Hybern deixaram no meu corpo aos pedaços. A humilhação ficaria gravada em minha memória para sempre, mas eu jamais deixaria Azriel se sentir culpado por algo que ele não pôde impedir.
Durante o ataque a Velaris, nós dois fomos levados por seis attors que nos pegaram desprevenidos. Azriel não estaria aqui se não sentisse a obrigação de me salvar ou de me seguir a cada minuto. Afinal, talvez a culpa dele estar aqui fosse minha.
Meu parceiro estava parado à minha frente, suas mãos estavam presas por cordas grossas banhadas em magia que o mantinham alguns metros longe do chão. Apesar disso, ele ainda conseguia ver perfeitamente cada golpe que eu recebia. Suas asas foram dobradas de maneira grotesca atrás das costas e ele não conseguia movê-las. Eu conseguia sentir seu desespero flutuando por nossa conexão enquanto nossos sentimentos se mesclavam e transbordavam.
Eu nunca vi Azriel tão desesperado. Se alguém me dissesse que um dia o veria com tanto medo, eu jamais acreditaria. Mas ali estava ele, diante dos meus olhos, o medo estampado em seu rosto, e eu sabia que era por minha causa.
Por isso, a cada segundo, eu insistia em afirmar que estava bem, que suportaria até o momento em que todos os babacas arrogantes se cansassem e finalmente me deixassem em paz.
Os cortes profundos em minhas asas e pele ardiam insuportavelmente, como se eu tivesse mergulhado de cabeça em chamas. Cada movimento era uma agonia, e o líquido carmesim que escorria das feridas só intensificava o tormento. Apesar da dor lancinante, eu lutava para manter os olhos abertos, resistindo ao cansaço que quase me arrastava para o abismo do desmaio.
Outro estalo sinistro ecoou pelo ar e meu corpo cedeu, inclinando-se para frente. A dor pulsante dos cortes dilacerando minhas asas se intensificou. O cheiro metálico de ferrugem inundou minhas narinas, misturando-se ao aroma doentio do sangue que brotava das feridas, enquanto a poça carmesim se expandia rapidamente, manchando o chão ao redor dos meus joelhos envoltos pelo uniforme de couro preto.
O som agudo da minha pele rasgando e abrindo novas feridas reverberou ao meu redor, fazendo meu lábio inferior tremer involuntariamente. O suor formava gotas que se misturavam com as lágrimas, escorrendo pela minha testa. Enquanto o sol brilhava sobre minha cabeça, sua luz ardente parecia se voltar contra mim, intensificando a tontura que já me dominava e deixando minha visão turva, como se o próprio mundo estivesse se desfocando diante dos meus olhos.
— Precisamos ir agora. — um dos soldados que apenas observava chamou o outro que continuava me açoitando.
— O que faço com eles? — perguntou, sem parar com os golpes, desta vez contra minhas palmas.
— Deixe-a para morrer, depois dessa surra, duvido que ela consiga se salvar ou voar para longe.
— E ele?
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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]
RandomImagines com os personagens literários tão amados por nós, leitores.