𝐃𝐀𝐌𝐎𝐍 𝐓𝐎𝐑𝐑𝐀𝐍𝐂𝐄⁺¹⁸, devil's night

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𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @RosieDuarte5 @fatesspercy @xxmlpmxx @Ravena_Salazar

5 meses atrás

Dei a volta pela entrada da casa dos meus pais e avistei meu carro há alguns metros de distância. Enfiei a mão no bolso da minha jaqueta de couro preta em busca das chaves e então senti meu celular vibrar, sabia muito bem quem estava me ligando e depois do que aconteceu tudo que eu precisava era ficar longe dessa pessoa, então recusei a ligação. Não queria que minha mãe fosse obrigada a gastar mais dinheiro com advogados por minha causa, ou melhor, por causa das atitudes dele.

Respirei fundo e continuei andando, até ser parada pelo meu cachorro correndo em minha direção. Os pelos dele flutuavam no ar enquanto ele corria apressado na minha direção, me ajoelhei no chão e então senti as primeiras lambidas na bochecha. Nada me deixava mais feliz do que passar um tempo com ele, era um cachorro rebelde quando o adotei, mas com as aulas de adestramento o comportamento ficou muito melhor.

Não percebi quando minha chave caiu no chão, estava distraída demais e o animal de pelos dourados a pegou e saiu correndo na direção contrária. Quando o alcancei a chave estava coberta de baba e quando tentei pega-lá acabei apertando algum botão e foi nesse momento que minha visão embaçou e minha audição ficou abafada. Apesar de estar um pouco distante do carro preto senti o calor da explosão acariciando meu rosto. O fogo alcançou uma altura impressionante e então eu perdi a consciência.


Agora

Depois de cumprimentar o que parecia ser dezenas de pessoas, finalmente consegui me livrar da minha mãe por cinco minutos e correr para o banheiro. Não odiava os eventos que minha mãe organizava para a alta sociedade, o que eu odiava era ter que ficar sob o olhar dela a noite toda como se eu fosse uma delinquente que ia fazer merda se ela tirasse os olhos de mim por cinco segundos. Eu cresci, estava diferente, não era mais a garota de 16 anos que fazia absurdos só para ter a atenção dos pais, mas minha mãe não parecia acreditar na minha mudança e isso me magoava mais do que eu deixava transparecer.

Me encaro no espelho e reconheço o quanto o macacão preto sem mangas ficou bem no meu corpo. Enquanto procuro meu batom na pequena bolsa brilhante, escuto a porta atrás de mim abrir e fechar, mas sequer levantei o olhar para ver quem tinha entrado, até que senti o inconfundível cheiro de cigarro e canela que era muito familiar. Não me surpreendi quando me virei e encontrei Damon Torrance parado e com as costas apoiadas contra a madeira escura da porta.

— Não gosto de ser ignorado — disse Damon, antes mesmo que eu tivesse a oportunidade de abrir a boca.

— Você explodiu meu carro, deveria agradecer por eu ter conseguido convencer minha mãe a não te colocar na prisão, — rebati — mas, como o idiota que é, está aqui reclamando que estou te ignorando.

— Isso aconteceu há meses, quando vai superar?

— Como entrou aqui? — Guardo o batom na bolsa e o encaro novamente.

— Sabe que eu também faço parte da alta sociedade, não é?

— Claramente, o que eu quero entender é como a minha mãe pôde ter convidado você, tenho certeza que não vi o seu nome na lista.

— Você tem os seus segredos e eu tenho os meus — piscou para mim e começou a andar na minha direção, a cada passo o sorriso dele aumentava. Não demorou muito até que eu ficasse presa entre ele e a bancada do banheiro. — Que roupa interessante — disse enquanto deslizava um dedo pelo meu pescoço e ombros nus.

— Não vou transar com você — tentei soar firme, mas acabei suspirando quando o dedo dele foi substituído pela boca, deixando um chupão no meu pescoço.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora