𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, universo literário [EM REVISÃO]

⁺¹⁸𝐏𝐄𝐑𝐂𝐘 𝐉𝐀𝐂𝐊𝐒𝐎𝐍, pjo

𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑 @Alice_Matos1718

Minha vida nunca esteve tão tediosa, as missões diminuíram e a única coisa que eu tinha para fazer era treinar, já que não podia sair da proteção do acampamento. Percy e eu estávamos deitados na minha cama, no chalé 7. Nossas pernas permaneciam entrelaçadas e o meu braço jogado sobre o peito dele, enquanto minha cabeça descansava em seu ombro.

— Sua mãe tem um trailer, não é? — Percy pergunta, baixinho.

— Sim, ela só usou ele uma vez. — Me viro para encará-lo. — Por que quer saber?

— Nós podíamos viajar um pouco, sei lá, não temos nada para fazer aqui. — Responde, simples. — Ficar uns dias na sua casa de praia.

— Ficou doido? Não podemos sair do acampamento, sabe disso. — Me levanto, inquieta.

— Serão só alguns dias, e podemos deixar um recado para ninguém ficar preocupado.

Faço uma careta de dúvida e ele segura meu rosto com ambas as mãos. Encaro seus olhos verde-mar e me perco neles, de repente todas as minhas dúvidas e medos se vão e eu começo a imaginar como isso funcionaria. Seria bom sair um pouco do acampamento, principalmente com Percy ao meu lado.

Quíron nos mataria.

— Vai ser bom. — Diz, me dando um selinho demorado. — Por favor, diga sim.

— Tudo bem, vamos fazer isso.

— É por isso que eu te amo tanto, Girassol.

Girassol, o apelido que ele me deu por ser filha de Apolo. Ele diz que as pétalas amarelas lembram meus olhos dourados e o miolo marrom se assemelha ao meu cabelo castanho escuro.

— Vou te explicar a minha ideia.

Percy me contou o plano "brilhante" e depois foi para o próprio chalé para arrumar uma mochila com roupas. Faço o mesmo. Abro meu armário e pego três camisetas, duas calças jeans e duas bermudas curtas. Também coloco alguns dracmas e algumas notas de dinheiro mortal. Decidimos fugir na hora do jantar, quando todos estão distraídos demais para notar nossa ausência, então deixo um pequeno bilhete sobre a minha cama e fujo pelas sombras para encontrar meu namorado no local combinado.

Chegar até a barreira não foi difícil, as rondas diminuíram nos últimos meses e nós só tivemos que nos esconder por alguns minutos atrás de alguns arbustos cobertos de flores. O problema é que quando estamos quase atravessando e saindo definitivamente da proteção do acampamento, um coelho surge repentinamente em meu campo de visão e acabo deixando um grito assustado escapar. Percy age rápido e coloca uma das mãos na minha boca, me arrastando com ele para o chão bem na hora que um dos guardas, um ruivo do chalé 5, se vira em nossa direção.

— O que foi? — O outro pergunta, esse tem cabelos loiros, mas não consigo me lembrar a qual chalé ele pertence.

— Ouvi alguma coisa vindo dali. — O ruivo aponta para o monte de folhas que nos esconde por muito pouco.

Uma gota de suor frio desliza por minha testa, eu realmente não esperava ter que lidar com a fúria de Quíron agora, nem tive a oportunidade de sair, afinal. Quando os dois finalmente decidem verificar, o coelho pula do arbusto, causando euforia em um deles. Ouço um grito fino ecoar e tento controlar a vontade de rir, percebendo que Percy faz o mesmo.

A pequena bola de pelos acabou nos salvando de um triste fim.

— É só um coelho, cara. — O loiro diz, irritado. — Belo filho de Ares, em.

— Vamos embora — o ruivo rebate, tímido. Suas bochechas se parecendo com dois tomates enormes.

Os dois caminharam em uma direção contrária a nossa, e foi nesse momento que Percy e eu corremos. Só paramos quando já estávamos a longos metros de distância do acampamento, rindo feito loucos e aproveitando a adrenalina fluindo em nosso corpo. Chamamos o táxi das Irmãs Cinzentas e elas nos levaram até o trailer da minha mãe, mas não sem nos cobrar uma fortuna em dracmas, no entanto, isso já era esperado.