VIII. Sentimentos Reprimidos Pela Mágoa

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A respiração de Khennan batia calma em seu pescoço e, só de sentir o perfume dele infestado pelo quarto, ela sorriu. O braço forte do garoto estava abraçando sua cintura e ali ela pôde entrelaçar seus dedos, se sentindo feliz por estar com ele. A pele bronzeada do garoto em contraste com a sua, tão branca, a deixava fissurada por um momento. E então a noite que havia passado com o namorado veio em sua mente e ela mordeu o lábio inferior sentindo o coração bater mais forte. Fora uma das melhores noites de sua vida. Havia toda uma diferença quando se praticava sexo com alguém que ama e ela era prova disso. Khennan Samson era perfeito, cada toque, cada beijo, cada momento... Tudo com ele não poderia ser melhor.

Ela escutava a respiração quente de Khennan bater em suas costas nuas, sentia seu corpo completamente colado ao dele e o quanto aquela proximidade a deixava bem, tirando todos os pensamentos confusos de sua cabeça e a elevando em um lugar mais alto, mais perfeito. Ela sorriu brincando com os dedos do namorado que dormia profundamente e logo levou-os os lábios, beijando-os calmamente, um por um. Pouco depois, ela já beijava por inteiro a mão do namorado, que deu um sorriso por trás dela e depositou alguns beijos em suas costas.

- Hm... Sempre quis acordar assim... - ele falou com a voz rouca de sono e Breeze sorriu. - Com uma namorada tão bonita ao meu lado.

A menina mordeu o lábio inferior e virou o corpo até ficar de frente com o garoto que tinha os olhos verdes contorcendo-se em sono. Isso apenas o deixava mais bonito.

- E eu sempre quis apenas você. - ela disse fitando os lábios do garoto, que estavam vermelhos. - Eu não mereço tanto amor assim. - ela disse desviando os olhos de Khennan e fitando o criado mudo com um falso interesse. Ela não merecia o carinho de Khennan se muitas vezes pensava em outro em seu lugar, mas depois daquela noite, ela percebeu o quanto a memória de Ethan Cresswell havia se dissipado de sua mente. Ela apenas via Khennan. Do jeito que sempre quis. - Vamos levantar? - ela perguntou animada e o namorado contorceu o rosto em negação.

- Eu quero ficar aqui com você. - ele disse abraçando o corpo da menina e afundando o nariz em seu pescoço perfumado. - Não quero me desgrudar de você até que o seu pai chegue.

- Eu também, mas... Para, Ken! - ela sorria alto com os beijos que ele dava em seu pescoço. - Mas Nana... Ela... Ela fez um café muito bom para a gente... Espera! - ela exclamava tentando, em vão, empurrar o namorado, mas ele era tão mais forte que ela acabou desistindo. - Ai, eu estou falando sério! É bom a gente descer antes que ela suba aqui.

- Ela subiria? - o garoto encarou a menina com o cenho franzido e ela corou, acenando positivamente.

- Ela não pensaria duas vezes em bater na porta. - Breeze disse, se jogando sobre o monte de travesseiros, ainda sob o olhar do namorado. - Podemos tomar um banho, descer, tomar o café e então ficamos juntos até depois do almoço, o que acha?

- Seu pai não chega essa hora?

- Não. Ele chega mais tarde. Acho que umas três horas. - a garota virou sua cabeça para encarar o namorado que se achegou até ela e deu um selinho demorado em seus lábios. - Ai, vai tomar o seu banho e escovar os dentes. Depois é minha vez.

- Está me expulsando? - o menino perguntou fingindo-se de ofendido e Breeze sorriu negando. - Vou lá. Me espere.

- Sempre.

E com mais um selinho, o garoto saiu completamente nu indo em direção ao banheiro do quarto de Breeze. A menina sorriu alto das provocações bobas de seu namorado e cobriu-se completamente com o lençol vermelho que forrava a cama. Ela olhou para o lado em que Khennan estava deitado e sentiu seu coração acelerar, da mesma forma como se sentia antes de toda a confusão de sentimentos tomarem conta de sua cabeça. Ela havia voltado a enxergar Khennan com os mesmos olhos que uma namorada vê o namorado que ama independente dos outros garotos ao redor e ela se sentia feliz por isso. Estava feliz por ter somente o namorado em sua cabeça. O perfume dele invadia suas narinas completamente, deixando-a inebriada pelo aroma tão bom que a pele dele emanava. Puxou o travesseiro que ele utilizara e o abraçou como se estivesse abraçando o corpo musculoso do garoto que, naquele momento, sorria pela noite em que passara com a namorada.

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