XXXV. Lidando Com o Passado

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— Onde você vai levá-la? — a voz de Anabell seguiu Ethan até o garoto estar dentro de seu quarto, buscando uma camisa qualquer.

Ele deu de ombros.

Nem ele sabia para onde Breeze queria ir.

Também não sabia se era a melhor escolha levar uma garota naquele estado para longe. Ele não sabia de mais nada. Só tinha uma leve ciência de que era tudo o que Breeze precisava. E ele faria tudo o que ela quisesse.

— Os pais dela vão ficar preocupados, Ethan. Devemos avisá-los de que...

— Mãe, por favor. — pediu Ethan, suplicante. — Eu vou levar Breeze para um lugar seguro. Um lugar onde ela possa esfriar a cabeça. Ela não está aqui à toa e você sabe disso.

Anabell baixou os ombros e assentiu minimamente enquanto via o filho jogar o celular, chaves e outros utensílios nos bolsos da calça.

— Só tome cuidado. Não me deixe sem notícias, é só o que peço.

Ethan sorriu para a mãe, saindo do quarto em passos largos.

— Você vai ficar bem aqui? — a mulher assentiu, abraçando seu próprio corpo enquanto voltava para a porta da frente, observando Ethan andar em direção à garagem. O garoto recuou alguns passos para que pudesse olhar a mãe. — Se perguntarem por Breeze, me deixe saber. Eu não quero deixar Vaughn ou Nana preocupados.

Anabell concordou enquanto suspirava e caminhava poucos passos até que conseguisse ver a Harley de Ethan e uma figura devastada e pequena ser abraçada pelo filho. Não conseguiu ouvir o que Ethan sussurrava para a menina, mas visto o pequeno resquício de calma que se passou por ela, Anabell soube que Ethan falou a coisa certa.

Seus olhos os seguiram até que a Harley deslizou para longe dali, sem que ela pudesse sequer imaginar qual seria o local seguro que faria a pequena Breeze voltar aos eixos novamente.

Seja lá o que ela tivesse descoberto, queria estar presente em sua vida e garantir que mais nada de devastador a apunhalasse.

Por seu filho.

Pela ajuda que ela e sua família prestaram quando suas forças estavam escassas.

Não a deixaria sozinha.


***


A Harley cortava um caminho do qual Ethan não fazia muita ideia de onde o levava, mas apenas seguia onde sua mente divagava. O aperto dos braços finos de Breeze em sua cintura lhe fazia sorrir, e só de tê-la junto a ele depois de tudo o que passaram era o suficiente para que seu coração se enchesse de sentimentos que ele não sentia há muito tempo.

Ela estava extremamente quieta em seu canto, mas não haveria outra maneira senão compreender. Ele imaginava que qualquer que fosse a verdade que ela descobrira, seria impactante por demais. Por mais que estivesse curioso e quisesse grande parte da dor que ela sentia para si mesmo, esperaria o tempo de Breeze e não pressionaria. Somente acelerava a moto para onde quer que fosse, distanciando-a do peso que ela não conseguia suportar.

Não demorou muito até sentir que precisava estacionar em algum lugar, pois perambular com a moto não era uma opção. Deu um suspiro e encostou em um local onde algumas motos e bicicletas estavam, também, estacionadas. Endireitou a coluna e, enquanto retirava o capacete, olhou tudo ao redor, captando o lugar onde estava.

Era um pequeno parque, onde o verde das árvores e da mata reluzia contra o sol da tarde. Mais à frente, um lago tomava forma e atraía grande parte das pessoas naquela área em específico. Sentiu a tranquilidade emanar do lugar e agradeceu internamente pela escolha ter sido bem feita.

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