X. Conhecer e Se Encantar

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Ethan Cresswell havia ido para escola sem a Harley, ela notara. O garoto não chegara em nenhum momento com o capacete em mãos e também não tivera tempo de questioná-lo sobre, pois na aula de Matemática, Maggi tratou de passar outro tópico que cairia na prova e ela não viu outra alternativa senão ficar em seu lugar e deixar a curiosidade para mais tarde.

Ela e Ethan haviam decidido começar o trabalho no dia seguinte, terça-feira, para que pudessem ter o final de semana livre. Eles seguiriam para a casa de Breeze depois que as aulas terminassem para poderem fazer pelo menos dez exercícios por dia, então até sexta-feira, o garoto estaria todas as tardes com ela e ela não sabia se isso era bom ou ruim.

Ethan Cresswell não era um garoto mesquinho ou antipático como ela julgara. Na aula de segunda, onde ambos resolveram tratar-se da maneira mais educada possível, onde ele a pediu desculpas e ela se sentiu realmente contente por isso, ela viu o quanto ele poderia ser legal quando quisesse. Fechado, mas ainda assim legal. Dava para conviver com Ethan Cresswell, pelo que ela pode concluir.

Ela ficou realmente apreensiva por ter feito o convite para fazer o trabalho de Matemática em sua casa e ainda mais nervosa quando ele aceitou. Ela não poderia fazer nada para mudar a situação. Eles tinham um trabalho imenso para fazer e, se tratando de Matemática, tudo era muito mais difícil para ela quando tinha que estudar na bagunça. Nunca fora boa em Matemática, embora soubesse fazer muita coisa. Qualquer barulho alheio a desconcentrava e a deixava irritada. Não queria ficar na escola, ter dificuldades e provavelmente deixaria Ethan Cresswell irritado com ela por ela não ser tão boa. Pelo que ela pôde ver, Cresswell era bastante inteligente na matéria e ela se sentia envergonhada por não saber tanta coisa quando ele, provavelmente, sabia. Mesmo correndo risco de se envolver na presença do garoto, ela não poderia arriscar tirar uma nota baixa e seu pai encher o seu ouvido mais tarde. Já que ele preferiu ir à casa dela, que fosse assim, então.

O mais incrível de tudo, era uma coisa que ela havia percebido quando Ethan se aproximara dela. Em meio a todo o deleite de ter sua desavença com Ethan apagada, ela percebeu uma coisa que a paralisou por um momento. O perfume.

Seu coração bateu com tanta força em seu peito que ele era capaz de sair de seu corpo. O mesmo perfume que Ethan Cresswell usava era idêntico ao que ela sentira quando Merlim a acordou aos miados.

O aroma daquele perfume emprenhava em seu quarto fortemente e tudo o que ela fez naquele sábado de manhã foi inspirar o perfume com força para dentro de seus pulmões. Aquele cheiro amadeirado de homem bonito e forte que estava no ar de seu quarto na manhã do dia em que dormiu com Khennan era exatamente o cheiro que vinha de Ethan Cresswell.

Como isso era possível? Como o garoto tinha o mesmo perfume que entorpecera seus pensamentos durante todos aqueles dias? Um perfume que ela nunca tinha sentido aroma igual...

Talvez estivesse ficando louca. Gostara tanto daquele cheiro desconhecido que deveria estar confundindo com Ethan. Talvez porque ele fosse tão bonito quanto ela pudesse imaginar, tão bonito que até o aroma daquele perfume completamente másculo encaixaria certinho com o perfil do menino. Mas ela teria que se concentrar apenas no trabalho. Ela tinha namorado e devia respeito a ele. Amava Khennan e mesmo com um garoto tentadoramente gostoso sendo sua dupla nas aulas de Matemática, indo à sua casa para fazer trabalhos, ela não deveria ousar se entregar ou envolver com Ethan Cresswell. Por Khennan.

Resolvera, depois de muito pensar, que conseguiria sobreviver ao lado de Cresswell sem trair Khennan. Mesmo que fosse inevitável pensar em Eth, pensar como seria estar aos braços dele, ela prometeu para si mesma que nem quando a carne fosse tão fraca, ela cederia. Como disse Nana certa vez, pensamentos não são a mesma coisa de realmente trair. E ela não trairia. Portanto poderia ficar em paz. Olhar também não era trair, certo?

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