Just Like Animals

XXXVI. Um Presente e... Quer Namorar Comigo?

Dias depois...

A vista das árvores era demasiado inebriante.

O vento que soprava pelas folhas era puro e suave, como se o ar que ela respirasse fosse o de uma nova vida, um recomeço — o que não deixava de ser verdade.

Os braços fortes que circulavam sua cintura e os lábios que beijavam a dobra que ligava seu pescoço ao ombro eram totalmente conhecidos, mas, por algum motivo, era uma nova sensação. Principalmente aquele dia.

— Eu acho que você está cheirando muito bem hoje. — a voz vibrante de Ethan falou, em um sussurro perto de seu ouvido, trazendo arrepios em sua pele.

Ela sorriu, aconchegando-se ainda mais ao peito forte dele.

— E eu acho que você deve me beijar.

Os lábios dele se ergueram num sorriso travesso e uma das sobrancelhas se levantou tão perfeitamente que os fios lisos do cabelo dele quase fizeram com que ela sumisse.

— Acha, é? — ele passou a ponta do nariz pelo dela, inspirando forte. — Bem, eu não tenho tanta certeza...

— Cale a boca.

Envolveu os lábios macios dele com os seus, deliciando-se por ele permitir que ela guiasse o beijo com perfeição. Penetrou a ponta da língua com avidez dentro da boca de Ethan, varrendo os cantos que conseguia alcançar, esfregando-se com a língua macia dele. Seus dedos se perdiam entre os cabelos de fios bagunçados e sua mão guiava a forma como ele devia beijá-la, empurrando a boca ainda mais de encontro à sua.

Porra, como ele beijava bem.

Ela nunca deixaria de se sentir completa quando seus lábios se perdiam um no outro, as línguas debatiam-se frenéticas e o coração dentro do peito saltava em pulos extremamente sobrenaturais. Breeze, em toda sua vida, nunca imaginou que poderia sentir o que sentia enquanto recebia o melhor beijo por parte de Ethan. Nem mesmo quando se encontrava supostamente apaixonada por outra pessoa, imaginando mil e uma coisas.

Absolutamente nada — nada mesmo — se comparava ao que ela e Ethan viveram desde que decidiram ficar juntos de vez. Nada era mais forte do que a lição que aprenderam, o que viveram juntos e, o mais importante, o tamanho do amor que sentiam um pelo outro. Muito maior do que conseguiria imaginar sentir em sua vida.

Um amor que ultrapassou os limites do perigo, um amor que prevaleceu em meio a tanto sofrimento, um amor que serviu de chão quando o mundo quis desabar ao redor deles. Se não tivessem um ao outro, provavelmente não teriam sobrevivido. Ou estariam perdidos, sem ter condições de se encontrarem e entender que diabos tinha acontecido.

Constatar esses fatos fez com que Breeze o beijasse com mais força, empurrando seu peito na direção do peitoral duro dele. A saudade de dias sem vê-lo batia forte, como um maldito martelo descontrolado. Por estar lidando com sua nova realidade e idem à Ethan, os dias se passaram sem que eles se vissem, apenas se comunicando por mensagens que não supriam a falta um do outro. Porém, o tempo era necessário, era preciso. E nada se comparava a tê-lo outra vez lhe beijando, lhe amando, lhe completando.

Ethan a abraçou pela cintura, trazendo-a mais para perto enquanto os lábios continuavam se devorando avidamente, se perdendo e, consequentemente, se encontrando. Eram apenas eles. Somente eles.

— Não se esqueça de que estamos no jardim da sua casa. — ele alertou contra os lábios dela, fazendo-a sorrir entre o beijo.

— E não está bom?

Ele deu de ombros, dando dois tapinhas num dos glúteos dela. Segurou-a firmemente pela cintura, ajustando o corpo pequeno ao dele enquanto se sentava.