XII. A Visão Fascinante Em Meio Ao Banho

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Breeze tinha as mãos suadas e trêmulas que não paravam quietas um só segundo.

Como ela fora tão fraca? Como ela deixara Ethan Cresswell, o lindíssimo Ethan Cresswell, quase beijá-la enquanto ela tinha um namorado íntegro ao seu lado, que a amava, que se importava com ela, que a desejava. Mas que merda! Nem desejar Khennan ela estava conseguindo mais. Ficou tão aliviada quando o namorado ligara dizendo que não poderia vê-la no sábado. Foi como se uma cruz enorme saísse de suas costas e ela estivesse livre. Mas que diabos estava acontecendo? Ela amava Ken, não amava? Ela queria ficar com o rapaz, beijá-lo, querê-lo, não era mesmo?

Pelo menos era nisso que ela queria acreditar.

Todo o seu autocontrole ou falta de vergonha, como ela nomeava, havia ido embora quando Ethan Cresswell havia escolhido Sex: The Pleasure That Moves a Relationship* para assistirem aquela tarde. Ela simplesmente fora ingênua ao deixar Ethan Cresswell escolher um filme, mas fora mais ingênua ainda por achar que o garoto não encontraria os filmes pornôs. Garotos sentiam o cheiro de pornô de longe e ela havia mexido naquela gaveta antes de sair para a escola.

Seu pai havia saído ainda de madrugada para o trabalho e ela acabou fuçando sem querer a gaveta proibida, onde seu pai nem sonhava que a menina tinha acesso. Ela havia descoberto o "esconderijo não tão esconderijo assim" de seu pai havia alguns anos e mesmo cometendo alguns erros de praxe como, deixar a gaveta aberta, mudar a ordem dos filmes, deixar meio bagunçado, o pai nunca havia percebido nada. No início fora realmente um choque quando a menina descobriu os filmes e chegou à conclusão que seu pai assistira muitos deles. Poxa, ele ainda era um quarentão na flor da idade de ter outra mulher, mas nunca escolhera uma afundo para o cargo de namorada ou esposa. Breeze ainda sentia a morte da mãe, mas não podia impedir o pai de reconstruir a felicidade ao lado de uma mulher, já que um homem como ele era realmente carente de carinhos amorosos femininos. Mas o pai não se relacionava constantemente e, se por um acaso se relacionava, era longe dos olhos da menina.

A gaveta com os filmes até que era bem guardada e trancada, mas o pai com certeza deveria ter se esquecido de passar a chave, pois em uma das vezes em que a curiosidade da menina era um defeito, ela encontrara os filmes e ficara realmente interessada em assisti-los. Assistiu grande parte escondido de seu pai, embora se sentisse constrangida por isso. Ora, ela não era A Expert em sexo e precisava de muitas táticas para conseguir satisfazer um homem, vulga seu namorado. Mas qual foi o seu choque ao ver a capa do DVD, que há noites atrás ela havia assistido, na mão de Ethan Cresswell? Como ele tinha encontrado aquela gaveta? Ela havia se certificado de que estava bem fechada, sem dar bandeira que ela andou fuçando por ali, mas viu que Eth era mais inteligente do que ela imaginara, pois descobrira em um dia aquilo que ela levou meses para encontrar. Além de ficar constrangida de o garoto ter encontrado os filmes proibidos do pai, ficara ainda mais sem jeito pela forma como ele a olhava, como se ele soubesse que ela já havia assistido muito daqueles filmes e como o olhar pesado e provocativo do menino a queimava por dentro.

Cair nas provocações de Cresswell era tão fácil como falar. Ele simplesmente a circulava de todas as formas e nem que ela tentasse correr, ela conseguiria se desviar das segundas intenções do garoto. Ele queria ver como ela se daria ao conversar abertamente sobre sexo com ele. Queria ver como a garota se desenrolaria, como ela se pronunciaria em sua frente e ela sabia disso. Ela sabia que Ethan Cresswell estava provocando-a e tudo o que ela menos queria era dar uma bandeira. Mas o que ela fez foi mais do que dar uma bandeira. Foi entregar-se completamente.

Estava maluca de desejo pelo garoto sombrio e misterioso de grandes olhos castanhosescuros e não podia mais negar.

Talvez o maldito filme tenha contribuído muito quando ela simplesmente estava à flor do desejo pelo menino, mas até mesmo antes que o filme pudesse começar, ela havia quase cedido um beijo para Eth. Ele se aproximara tão vagarosamente dela que no momento em que ela o olhou, tudo à sua volta não fazia o menor sentido. O único sentido que ela conseguia distinguir ou enxergar naquele momento era o quanto os olhos daquele garoto eram intensos e fitavam seus lábios com tanto desejo, com tanto querer. Como ela poderia negar? Se não fosse Nana aparecendo naquele momento com o lanche, eles com certeza teriam se beijado e ela estaria sentindo uma culpa esmagadora naquele momento.

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