Capítulo 50

439 93 34
                                    

ANASTÁSIA

.... Os anos não passaram despercebidos e nada foi fácil. Cada vez que o meu coração me prega uma peça e me remete a uma lembrança de nós dois, eu tento focar no futuro e pensar que se tudo der certo viverei momentos parecidos com alguém que mereça o meu amor

Flashback... Primeiro ano sem ele...

Depois de ter feito minhas malas, conduzi-las para fora, me despedi de mamãe e Alex e fui embora, peguei o primeiro voo disponível e fui ao encontro de meu pai. Não avisei meus amigos de imediato, evitei mais despedidas e chororô, eles provavelmente não faziam ideia do que eu pretendia e se fizessem, não me deixariam ir. Como de costume, passei a viagem de avião chorando, derramando lágrimas por quem não merecia e deveria estar lançando uma festa ou sei la o que, feliz e despreocupado, pensando no que seria de mim daqui em diante.

Logo em seguida que me instalei na casa de papai, passei a focar nos estudos e terminá-los. Precisava me dedicar se pretendia fazer o que queria, me sustentar sozinha, a mim e meu bebê. Claro que tive a ajuda de meu pai no começo. ele simplesmente estava incomodado com a situação... Não pela minha moradia ali, mas sim, do jeito que saí de Seattle e principalmente pela razão. Ele não aceitava que eu havia engravidado e estava longe do pai da criança, tive que ter várias, diversas conversas até convencê-lo deque era isso que eu queria, de que era isso que eu precisava. O que me faria bem.

Programava terminar meus estudos no colégio que havia per toda minha provisória casa, ficar algum bom e longo tempo em casa, pois daria luz ao meu bebê, e então, depois passaria a trabalhar na editora do meu pai. E estudaria ao mesmo tempo, faria a Faculdade de Literatura Inglesa que sempre desejei me especificar na área. Havia feito o acordo com meu pai e ele iria me ajudar no começo, me apoiar e me dar um reforço quando não estivesse ocupada do serviço. Quando eu começasse a trabalhar, iria construir minha própria casa, cuidar de meu bebe e ter minha profissão, em seguida, depois de tudo pronto, o que seria daqui uns três ou quatro anos, eu o recompensaria.

No quinto mês de gestação, ele me acompanhou até a próxima consulta. Eu não me sentia bem indo sozinha, não tinha amigos próximos aqui e não faria os meus amigos, ou mamãe, fazerem uma longa viagem apenas para isso. O certo seria fazer isso com... Como pai da criança. Eu apenas me referia à ele assim, mesmo que não fosse de consideração já que não estava importando-se. Não ligou ou se preocupou em momento algum..

Já estava emotiva apenas por lembrar desse fato. Meu filho ou filha não iria ter um pai e isso me machucava tanto. A minha razão, a qual me avisava constantemente dizia para manter-se o mais longe possível, e estava certa, porém o emocional também. Como ver o filho ou filha crescer sem a figura paterna perto de si, sem ter quem levar no dia dos pais na escola, sem ter alguém para se orgulhar e chamar de seu super herói... para conselhos e até mesmo broncas que só eles podiam dar, ensinar a andar de bicicleta. É claro que eu poderia fazer tudo isso, fazer o papel de mãe e pai, mas não era a mesma coisa. Para uma bebe não seria a mesma coisa e com o tempo, depois que crescesse, as perguntas viriam. 

Olhei para o meu pai que dirigia e pensei em como era bom ter um pai, como era bom ter orgulho do homem que sempre levou a família nas costas, do homem que sempre ama você da maneira que apenas um pai de verdade pode. E também, como era ruim ficar sem ele, nos últimos anos que se mudou para LA pelo trabalho, não era a mesma coisa. Não ter quem te desse aquele colo, que te levasse no cavalinho na hora da brincadeira, que pegasse em seu pé por conta dos namorados ou até tivesse crises de ciúmes. Aquela preocupação e afeto. E, infelizmente, meu filho não teria esse tipo de carinho, pelo menos, não do pai verdadeiro. Entretanto, eu tentaria de tudo e daria meu possível para que nada faltasse à meu solzinho, especialmente amor.

Sempre foi Você Onde histórias criam vida. Descubra agora