(...) Entramos na recepção e Christian deu o nome de sua mãe em um tom de voz quase suplicante e baixa. A atendente pediu para esperarmos na famosa sala de espera dos hospitais. Acompanhei ele até lá e sentei ao seu lado. Eu não o deixaria passar por isso sozinho, afinal, Grace era como uma segunda mãe pra mim. Agora eu entendia como era, aquelas paredes brancas e sem ter notícias deixava a pessoa mais agoniada e cada vez mais nervosa, Christian batia os pés freneticamente no chão e olhava para os lados desesperadamente procurando por algo, talvez alguma resposta.
Eu olhava atentamente para ele, até que seus olhos encontraram os meus... Os deles estavam uma confusão, marejados e cheios de dor. Nosso contato visual fora sempre algo incrível. Não precisávamos de palavras caso estivéssemos nos olhando. Nossas emoções, nossos olhares falavam por si mesmo. Não era preciso estar presente verbalmente, apenas sentimentalmente. Ficamos algum tempo nos encarando até que um homem nos atrapalhou e chamou seu nome.
— Você é Christian Grey? Filho da paciente que acabou dedar entrada aqui, Grace.. Grace Grey? — Perguntou o homem, provavelmente o médico que estava cuidando sobre o assunto.
— Sim-m, como ela está?
— Sra. Grey esta se recuperando bem, isso eu já posso de dizer, ela não corre risco de vida. —Soltamos um suspiro aliviado ao mesmo tempo. — Teve fraturas e escoriações. O carro bateu com muito impacto contra o muro.
Christian estava silencioso, não disse uma palavra e não agia. Seu olhar estava perdido em algo, talvez em nada, talvez na parede branca do hospital. Ele apenas não se mexia. Peguei sua mão e o levei até o banco, o forçando a sentar e esperar por mais resultados. Era como se eu estivesse puxando uma estátua... Ele não saia do lugar.
Será que estava em estado de choque?
— Nós faremos tudo que pudermos. — O médico afirmou agora falando comigo. — E você é...?
— Ana. Sou vizinha deles.
— O marido dela deve ser informado.
— É melhor não, ele tem problemas de saúde e no coração, ou algo assim, é melhor não o preocuparmos tão rápido! Assim que tivermos uma notícia completa sobre seu estado, o chamamos pra cá! — Disse certa do que estava fazendo. Christian com certeza tem a mesma opinião e concorda comigo.
— Claro. Manterei vocês informados assim que for possível. Com licença! — Saiu pelo corredor.
Olhei para Christian e agora ele aparentava se controlar para não desabar, parecia segurar o choro e trancá-lo na garanta. Mordi meus lábios e tentei pensar em alguma solução para talvez tentara acalmá-lo. Quem poderia fazer isso? A primeira pessoa que me ocorreu foi Amélia, afinal, ela é sua namorada. Deve ter um jeito desfazê-lo se sentir bem ou algo assim, não é?
Parei e me ajoelhei em sua frente de uma maneira que pudesse olhar em seus olhos.
— Christian , você pode me emprestar seu celular? — Perguntei em vão, pois ele não respondeu, estava ainda sem fala. Sem me importar, enfiei a mão no bolso de sua calça e peguei seu celular. Achei que ele fosse reclamar, mas não... Ele apenas continuou como uma rocha. Procurei o nome de Amélia e assim que encontrei, botei pra chamar. Não queria ela aqui, mas talvez Christian quisesse... Se ele namorava com ela, era porque tinha razões não é? Deve gostar da mesma e sua função como namorada era estar aqui e cuidá-lo.
— Oi, bebê! — Atendeu com aquela voz nojenta.
— Sou eu... Ana.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O CELULAR DO MEU NAMORADO? — Berrou histérica do outro lado na linha. Fútil essa garota.
— Abaixa seu tom de voz pra falar comigo! Christian precisa de você, afinal, você não é a namorada dele?
— Claro que eu sou né, querida. O que aconteceu?
— Grace está no hospital. Você já deve imaginar como ele está, então, preste para alguma coisa e venha ajudá-lo.
— Pobrezinha da minha sogrinha, pena que agora nesse momento não posso, mas vou assim que puder.
— Tanto faz, garota. — Desliguei sem ter a mínima paciência para aguentá-la. Ela era tão idiota aponto de não ficar ao lado do próprio namorado quando ele precisasse? Revirei os olhos com isso.
Christian poderia ter escolhido melhor. Não que eu estivesse com ciúmes... Talvez um pouco, mas esse não era o ponto certo! Tanta menina desejando-o e ele pega logo uma como Amélia. Imprestável e fútil. Olhei para Christian , agora ele tremia e desciam lágrimas frenéticas por seus olhos. Não aguentava vê-lo assim!
Sentei ao seu lado e peguei seu rosto virando-o pra mim. Consegui ver seus olhos e me doía ao ter essa imagem dele, parecia um garotinho solitário sem saber o que fazer, perdido da mãe e procurando desesperadamente um acolhimento, um carinho. Seus olhos se perderam nos meus e o mantive firme, o olhando séria e confiante. Queria que ele soubesse que eu estava ali por ele. Que naquele momento nada importava, nem as coisas que havia feito pra mim, nem o quanto havia me machucado... Apenas minha solidariedade e preocupação com ele. Por ora, tentaria ser seu porto seguro e lhe dar atenção e apoio que precisava agora mais que nunca.
— Ela vai ficar bem, ok? Está me ouvindo? — Fechou seus olhos e deixou mais lágrimas escorrerem. Senti meus olhos umedecerem apenas por vê-lo desse jeito, a dor em meu peito aumentava por cada lágrima que descia por seu lindo rosto. Era uma surpresa pra mim vê-lo chorar, essa era a primeira vez que eu o via dessa maneira e sentia a vontade de aconchegá-lo em meu colo e o manter protegido dentro do meu abraço.
.... Fui até uma maquina de café e peguei um expresso para ele, com a intenção de fazer de tudo para mantê-lo calmo para esperar pelo médico com mais notícias e assim poder ligar para seu pai. Precisava vê-lo bem, ele precisava estar em primeiro lugar. Se eu desejava ficar bem também, seria o vendo bem em primeiro lugar. Como dizia minha querida mãe toda vez que você amar e ajudar alguém sem intenções, um passo a mais você deu em seu crescimento, pois, se tudo que fizer você só pensar em troca ou recompensa, um dia você estará exausto, e seu coração amargo.
Eu não sou assim, mesmo com o coração ferido não abriria mão mãos de ajudar seja ele quem for.... esta sou eu Anastásia Steele.
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Meninas amanhã tem mais.... e quem sabe um bônus no domingo!!
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Sempre foi Você
RomantikAnastásia Steele e Christian Grey passaram a ser vizinhos há pouco tempo, estudam na mesma escola e fazem o último ano da escola juntos. Eles tem uma certa implicância e "ódio" um pelo outro desde que se conheceram, mas isso muda com o passar do te...