herói

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- Becky!

- Anya!

- Vejo que estavam com saudades, - Comentou Loid, enquanto via Anya abraçando a amiga. - Obrigada por tudo o que está fazendo por mim e por minha esposa, Martha. - Se curvou para a motorista.

- Tudo bem. Vocês sabem que eu amo muito essas garotas. Inclusive, diga a Yor para não se sentir envergonhada em me chamar, ajudarei vocês sempre.

- Muito obrigada, de verdade.

A verdade é que, por causa de missões noturnas em ambos os membros do casal, nenhum deles tem conseguido levar Anya na escola, devido à exaustão. Loid tentou nos primeiros dias, mas desistiu quando quase desmaiou caminhando para casa. E mesmo que ela pedisse todas as madrugadas, Loid nunca acordava sua esposa para que ela tentasse levar a filha. Conhecia bem os limites dela e não seria capaz de fazer isso. E por esse motivo, Loid se sentia um pai horrível, nada mais que insuficiente.

Naquela semana, Anya tinha ido para a escola com Becky e sua motorista, Martha, todos os dias. Ela sentia falta de todos os momentos em que os pais a levavam no ponto de ônibus para que ela fosse para a escola, pois à medida que ele se afastava, a garotinha ainda conseguia espreitar os pais pela janela de trás, vendo cada um deles seguir para seu trabalho. Mas tudo isso tinha acabado de repente. Mas Anya entendia. Por isso que, quando chegou na primeira aula do dia, cidadania, ela sabia muito bem o que dizer.

- Garotos. - O professor chamou. - A tarefa de hoje é uma apresentação oral, mas quem precisar pode utilizar como recurso o papel. O tema será sobre uma pessoa que consideramos um campeão, um verdadeiro super-herói. Essa pessoa pode ser um familiar seu, amigo, ou até mesmo um personagem de desenho animado.

- Já sei do que você vai falar, Anya! - Becky disse. - Do Bondman! O espião bonitinho do desenho que você gosta.

- Na-na-ni-na-não. Anya já sabe do que vai falar. - A garotinha respondeu, cheia de confiança. Pela primeira vez, sabia que não precisaria de papel algum. Tinha tudo no coração.

Minutos depois, o professor prosseguiu com as apresentação.

- Muito bem, pessoal. O tempo de vocês terminou. Hoje, como costume, iremos por ordem de chamada. Vejamos..-Olhou para a folha onde o nome de todos os alunos da turma estava registado. - Anya Forger. - Viu a garotinha ir para a frente do quadro sem papel, e estranhou, sabendo das dificuldades dela. - Você não precisa de folha, Anya?

- Não. - Respondeu firme. - Hoje eu vou falar do meu papai. Ele é meu herói.

O professor sorriu. - Nos fale mais dele, Anya. O apresente.

- O nome do meu papai é Loid, mas eu chamo ele de papai. Mamãe chama ele de amor porque eles têm muito amor. Eles também me chamam de amor às vezes porque eles também têm muito amor comigo. Papai trabalha no hospital mas ele é mais melhor que um médico, porque ele cura doenças que não dá para ver, mas ele não adivinha, embora seja muito bom nisso. Ele fala com as pessoas até entender o dói-dói delas.

- Me diga a profissão de seu pai. - O professor interrompeu.

- Papai é psiquiatra.

- Muito bem. - Sorriu. A garota era realmente adorável. - Pode continuar.

- Eu às vezes vou no trabalho do papai e é bem chato lá. Mas papai torna bem divertido quando eu vou lá. Quando eu não vou, eu acho que o papai acha chato também, porque ele chega em casa bem cansado. Além de psiquiatra, ele é um cozinheiro muito bom! Ele sempre faz meu café da manhã favorito, e o da mamãe também, mesmo sem a gente pedir! Ele também corre muito rápido, porque sempre pega nosso cachorrinho quando ele foge de casa.

- Mas me diga, Anya. Porque você acha seu pai um herói? - O professor perguntou, por fim.

- Porque papai é igualzinho o Bondman. - Becky suspirou. - Ele não tem medo de nada, nem de monstros, igual ele. Às vezes, tem monstros debaixo da minha cama e papai sempre enfrenta eles. Ele também é bem ágil e consegue tomar banho sem ninguém escutar a água, e isso é bem difícil, viu? Ele é meu herói, porque ele sempre me faz feliz quando estou triste, e faz a mamãe feliz também. Quando ele está triste, ele não quer mostrar para ninguém. Acho que isso é coisa de herói também.

- Muito bem, Anya. Vejo que tem um pai incrível. - O professor sorriu.

- Ele é, de verdade. - A garotinha concordou.

- Ele é, de verdade. - Um Loid emocionado escutava tudo através da escuta que sempre deixava na mochila da filha, por questões de segurança. Agora Yor precisava lidar com não só uma, mas dois bebés. Um deles bem chorão.


oioi gente!

capítulo curtinho pois hoje foi dia de lançar outra história no perfil: Feridas !
(está disponível no perfil, acho que o wattpad não vai com a cara dos links ahah)
espero que dêem bastante amor a ela, apesar de ser uma oneshot, igual dão a Amour!! <3

AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora