Amour

livro

nota: tem drama!!

- Você machuca a Anya quando fala essas coisas. - A garotinha engolia o choro. - Você me machuca.

- Eu não menti em nada.

- Você é um bobão, Damian! - Anya empurrou o garoto com seus braços minúsculos. - Anya não gosta de você!

Naquele momento, mais uma voz se fez sentir no corredor. Professor Henderson.

- Anya Forger! O que pensa que está fazendo com o Damian? Eu vi claramente esse empurrão. - O professor estava zangado, mas não surpreso. Simplesmente desistiu de fazer aquela amizade funcionar. A garota o encarou com seus olhos verdes grandes, como se quisesse contar algo que não tinha coragem. Desta vez, o homem se surpreendeu ao ver lágrimas teimosas beirarem seus olhos. - N-Não chore, Anya.

- O-O Damian me xingou de um nome muito, muito feio. - Finalmente algumas palavras sairam da boca da garotinha baixa. - Eu não queria machucar ele igual ele me machucou. Meu coraçãozinho. - Anya tinha adoravelmente uma de suas mãos gordinhas no peito. - Então eu afastei ele.

- Sua mentirosa! Eu não te xinguei! Falar a verdade não é xingar!

- Desmond! Não me obrigue a levar isso a outras alturas. - O professor rapidamente se intrometeu. Ficara sentido com a garotinha mas ainda precisava de chegar ao poço da verdade. - Me conte o que aconteceu entre vocês.

- Eu já falei! Nada aconteceu, ela é mentirosa!

- Tudo bem, acho que não tenho muita escolha a não ser invocar ambos os seus pais aqui. - Damian engoliu em seco. Ninguém viria. - Hoje.

<3

Loid e Yor apareceram na escola o mais rápido que puderam depois da chamada ter sido efetuada. Loid estava de folga, mas não hesitou em ir buscar a esposa na prefeitura para que fossem juntos. Sabia que a mulher se estressaria em não acompanhar um momento dramático na vida da garotinha e tudo o que Loid queria naquele momento era algumas de suas garotas - ou seu bebê - mal.

Suas mãos estavam dadas como forma de conforto, embora a ansiedade consumisse ambos. Loid estava vermelho e com veias pulsando devido à raiva. Henderson havia permitido que a garotinha se explicasse para que o casal tivesse algum contexto. E ouvir a voz amuada de sua filha acabou com toda a paciência de Loid. Ele precisava intervir e dessa vez não ligava se era um Desmond.

Quando finalmente entraram na sala de atendimento do professor, onde viram Anya sentada com suas mãozinhas em seu rosto num sofá que tinha espaço para o casal, Yor correu para pegá-la no colo e a acalmar, dando a segurança necessária para que a garotinha chorasse novamente em seu colo. Mal analisou a sala, que estava agora sendo alvo dos olhos azuis cerrados de Loid.

Num lado, via suas garotas em um sofá, e no outro, via Damian surpreendentemente acompanhado por ambos os pais num sofá igual. No meio, Henderson liderava uma mesa enquanto analisava algumas fichas dos históricos de ambos. Finalmente se sentou próximo à esposa e pegou Anya no seu próprio colo.

- Bem, acho que ambos os casais sabem o que nos reuniu aqui. - Henderson começou. - Sendo uma escola de prestígio, cabe a nós intervir sempre que um aluno realiza uma má ação, mesmo que mínima. Afinal, estamos criando bons cidadãos. No meu campo de visão, vi a Forger empurrar Desmond levemente. O garoto não se machucou, mas ainda assim fora grave tamanho ato de violência. Já que as crianças não chegam a um acordo, espero que os pais a encaminhem da melhor maneira até à verdade. - Voltou a se ajeitar na cadeira. Dali para a frente, não poderia falar.

- Acho que a situação está clara. A garota empurrou o Damian, recebe um raio. Assunto fechado. - Donovan, pai de Damian, sugeriu.

- Não está. - Loid começou. Encarou a esposa que o olhou com um sorriso consolador, para o acalmar. - Filha. - Olhou para a garota. - O que aconteceu antes do empurrão.

- A-Anya trouxe o livrinho. - Desceu do colo do pai indo até à mochila, tirando um livro infantil bem conhecido e cuidado. - Esse, papai. Tio Yuri quem deu. - Loid assentiu. Toda sua atenção estava na filha. - E-E o Damian me chamou de burra porque as letrinhas do livro são grandes. Falou que eu não sei ler. - Yor encarou de forma mortal o garoto e depois seus pais. Como de atreviam? - Deixou eu triste.

- É verdade, a garota ainda fala em terceira pessoa! - Donovan voltou a proferir. - Pelo amor de Deus, ela tem 6 anos, quase 7. Não sabe ler um mísero livro em que uma frase não ocupe metade da folha? Damian não mentiu. Apenas deveria guardar para ele.

O sangue de Loid ferveu.

- Quem você pensa que é? Além de pai do pirralho, claro.

- A pessoa que acabaria com você e toda sua família patética quando quisesse. Eu comando isso. Eu comando essa guerra. Loid Forger, é? Fique atento, ou essa criança aí - apontou para a barriga de Yor - não verá a luz do dia.

Loid estava incrédulo com tamanha crueldade. Olhou novamente para a esposa que agora o encarava mortificada. Sua mão estava sobre sua barriga em pânico enquanto ela tentava se distrair mexendo nos cabelos de Anya, que se sentou no chão de frente para o sofá.

- Escute aqui, cretino. Se seu filho se machucou com o empurrão ou não, eu realmente não ligo. Mas se afaste da minha família ou eu farei a sua sumir num segundo também. Não me subestime. - Loid pegou a esposa pela mão e colocou a filha no colo. Encarou Damian. - Se se machucou, peça para seu pai guardar as contas médicas. Pagarei com o maior prazer. - Encarou sua esposa. - Vamos embora.