irmão

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Yor e Loid estavam deitados no sofá. Loid estava deitado de barriga para cima com Yor por cima dele. Não trocavam uma palavra, apenas sentiam o calor e aperto do corpo um do outro. Bond se deitava perto das pernas do casal. Até ele sentia a alegria a chegada do novo membro da família.

- Se fosse menino, queria colocar o nome de James...- Loid sussurrou para a esposa. Yor olhou para ele, o encarando com um pequeno sorriso de canto. Sabia a história desse nome.

- Ele é apenas uma semente, amor...ainda não tem como colocar um nome. - Yor respondeu.

- Mas vai se tornar um James...- Loid dizia, manhoso. Estava sonolento depois de ter passado uma noite em claro ajudando a esposa com seus enjoos.

- Tudo bem. Falaremos sobre isso daqui a alguns meses. - Loid apoiou a esposa perto de si enquanto ela falava, e fechava seus olhos. - Dorminhoco.


Naquele dia, Loid dirigiu com sua esposa até à escola de Anya. Decidiram que a filha descobriria no mesmo dia que eles, assim como merecia.

Esperavam de mãos dadas no portão da escola quando viram a garotinha descer as escadas correndo até eles.

- Papai e mamãe!

- Anya, não corra nas escadas. - Loid avisou. A garota era desastrada e ele não aguentava vê-la chorar pela sua falta de equilíbrio.

- Tá bom. Mamãe, porque pegaram a Anya? - Anya perguntou, correndo para o colo de Yor, que a pegou automaticamente. Os reflexos de Loid o fizeram esticar seus braços até à esposa, até porque ela agora estava grávida e não deveria fazer esforços, mas logo descansou quando Yor lhe deu um olhar que dizia "está tudo bem".

- Hoje é um dia especial, filha.

- Porquê, papai? Tem bolo? B-bolo de amendoim! - Anya tentou adivinhar.

- Não é isso.

- Titio Yuri voltou de Estali (Westalis)!

- Também não é isso.

- Ué. - Anya inclinou a cabeça, numa fofa confusão. - Então o que é, papai?

- Vamos descobrir no parque, tudo bem? - Yor disse, balançando a menina no colo, que ria.

- Hm, tudo bem, mamãe!


A família Forger chegou no parque, um casal inseguro e uma garotinha ansiosa. Haviam tido pouco tempo para planejar a revelação à filha, e apenas mostrar o teste e dar a notícia parecia pouco apelativo para a garotinha. Por isso, contavam com a ajuda de seu ilustre companheiro, Bond.

Sentaram a garotinha em cima de uma toalha de piquenique enquanto terminavam seu plano.

Minutos depois, decidiriam que era a hora de contar. Anya segurava seu peluche favorito, Quimera, no colo. Estava meio calada naquele dia, contando apenas alguns momentos bobos de seu dia para seus pais, que escutavam com todo o prazer e amor do mundo.

Naquele momento, Loid apoiou sua pequena câmera numa árvore num ângulo bom. A revelação começaria.

- Anya, Bond tem algo para te dizer. - Loid disse, colocando sua mão na perna da garotinha, na intenção de chamá-la.

- Oi, Bond! - Anya chamou, com sua inocência. Loid jogou uma bola longe para que Bond a pegasse no outro lado do parque. O cachorro assim o fez, se aproximando da família novamente, mais especificamente até à garotinha, lhe entregando a bola. - Quê isso, Bond?

- Veja o que está na bola, Nini!

Anya pegou a bola e viu o desenho - muito mal feito - de um bebê. - T-tem um bebê! - O casal sorriu, o que deixou a garotinha ainda mais confusa. - Um neném! Porque tem um bebê, Bond?

- Porque a gente vai ganhar um, amor. - Yor explicou, simples.

Anya ficou um pouco confusa, mas logo entendeu. - Q-que nem o titio Yuri para você, mamãe?

- É...tipo isso.

Anya sorriu, em completa euforia e correu para abraçar ambos os pais. Lágrimas bobas escorriam pelos olhos de Loid e nem o homem sabia o porquê delas. Momentos depois, ainda abraçados, Loid quebra o silêncio.

- Você está feliz, filha?

- Muito, papai! Muito!

- Ah, é? Porquê?

- Porque Anya vai ganhar um irmão.

- Sim, você vai ganhar um! - Yor explicou, também sorrindo. - Isso te deixa feliz, Nini?

- Sim!

- Porquê? - Loid insistiu na pergunta, estava curioso.

- Porque vamos ganhar ainda mais amor!

AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora