amendoim

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A noite passada tinha sido agitada para o casal Forger, o que resultou em pouquíssimas horas de sono. Que valeram a pena.

Eram nove da manhã, e Loid finalmente abriu os olhos, olhando para o relógio no pulso da esposa, que o abraçava, manhosa. Seu rosto descansava no peito dele, como se os batimentos cardíacos de Loid fossem sua canção de ninar. Loid sorriu, vendo a paz com a qual sua esposa dormia. Adorável. 

Se alarmou, não acreditando que tinha dormido até tão tarde. Mesmo nos fins de semana, Loid fazia questão de acordar pelas oito da manhã para preparar o café da manhã de Yor e de Anya, que normalmente acordavam mais tarde. 

- Anya já deve ter acordado...- Pensou alto.

Tirou, delicadamente, os braços da esposa do seu corpo antes de se levantar da cama e vestir apenas uma calça moletom por cima da box que já usava. Gostava de andar sem blusa pela casa, principalmente em dias mais quentes.

 Saiu do quarto, não antes de voltar a checar a esposa e ver que ela ainda dormia tranquila, com seu longo cabelo cobrindo a almofada. Sorriu. Estava indo para a sala quando estranhou o facto da filha ainda não ter acordado, mas decidiu não entrar para que não atrapalhasse o sono da pequena.

Minutos depois, quando estava preparando o leite que Anya vinha insistindo para tomar, ouviu um choro muito bem conhecido. 

- Ah, merda. - Desabafou, saindo da cozinha. - Porque ela está chorando só porque acordou? 

Abriu a porta do quarto da filha, quando a viu chorando, deitada, abraçando sua pelúcia favorita.

- Que foi, meu amor? - Loid se agachou ao lado da cama da mesma. - Sonho ruim? - Perguntou, fazendo carinho no cabelo dela.

- Papai, dói.

- Onde dói, filha?

- Tudo. - A garotinha respondeu, simples, apontando para seu próprio corpo. - Faz chá, papai.

- Eu vou cuidar de você, tudo bem? - Beijou a mãozinha da filha, a deitando e cobrindo. - Fique aqui quietinha.

- Uhum.

Loid saiu do quarto, com uma ansiedade crescente no peito. Era um resfriado comum no inverno da Alemanha, principalmente nas crianças mais novas. Mas era da garotinha dele que estávamos falando. Pegou um termómetro e entrou no quarto da menina novamente, que agora tinha também um pinguim na cama. Mediu sua temperatura.

- Tô quente, papai?

- Um pouquinho. Não chega a ser uma febre, mas você está doentinha, amor.

- Papai, Anya quer a mamãe.

- Mamãe está cansada, bebê. Está dormindo.

- A gente dorme juntas. - Loid sorriu. Estava criando a menina mais preciosa do mundo. 

- Tudo bem. Papai vai chamar ela, tudo bem?

- 'Bigado, papai. - Anya disse, voltando a fechar os olhos.

Loid saiu do quarto, indo até ao quarto que dividia com sua esposa, vendo ela sentada na cama, ajeitando seu cabelo. 

- Bom dia, linda. - Loid se aproximou, beijando os lábios da esposa.

- Bom dia, amor. Tive a impressão de ouvir um choro então acordei.

- É, Anya acordou chorando. Está um pouco quente. - Yor se alertou.

- Porque não me acordou?

- Você estava cansada, não quis te incomodar. Vou preparar uma sopa.

- Óbvio, você acabou comigo. - Yor disse, já em pé perto da porta. Loid sorriu, deixando um tapa na bunda dela. - Para com isso, idiota. Ainda deve estar tudo vermelho, está doendo. - Sentiu seu marido a abraçando pela cintura e rindo no seu ouvido, riu também.

- Bem, vou preparar uma sopa. 

- Tá, trás amendoim também, vai alegrar ela. - Loid beijou a testa da esposa. - Vou ver ela.

- Ela disse que queria dormir com você.

- Que amor. 

Yor entrou no quarto da filha, com um adesivo para a febre, enquanto seu marido tinha ido para a cozinha, preparando uma refeição quente.

- O que há de errado, meu amor?

- Mamãe... - Anya chamou. - Anya está dodói.

- Eu sei, bebê. Papai me contou. Mas vamos trabalhar duro para você melhorar, sim? Fique deitadinha.

Anya fechou seus olhos quando sentiu sua mãe colar seu adesivo na testa. - Isso vai fazer melhorar?

- Sim, meu amor. Vai melhorar.

Sentiram batidas na porta.

- Posso entrar? - Loid perguntou, segurando uma bandeja com um copo de água, um prato de sopa e uma tacinha com alguns amendoins já sem a casca.

- Claro, amor. Temos uma bebê bem doentinha por aqui. - Yor sorriu. 

Loid se sentou na cama enquanto Yor sentava a filha. O homem colocou a bandeja no colo da filha e pegou na colher de plástico, dando uma colherada na boca da filha.

- Tá gostoso, filha? - Yor perguntou.

- Uhum. Papai é o melhor! - Anya disse, entre às colheradas de sopa.

- Tudo para te ver bem. - Loid disse, sorrindo. Olhou para a esposa e Yor notou os olhos do marido recheados de lágrimas. Beijou sua bochecha. 

- Eu digo isso todos os dias, mas você é o melhor pai do mundo. - Yor sussurrou no ouvido do marido.

- É, é o que parece. - Loid fechou os olhos, sorrindo.

- Papai! Eu tenho fominha!

- Oh, perdão, doentinha esfomeada.

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