polegarzinho

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- Aqui, filha.

- Que GIGANTE! - Anya ria, eufórica, quando seu pai lhe entregou o sorvete que haviam pedido numa sorveteria perto de casa. Estava calor naquele dia, mas não o suficiente para irem à praia, então os Forgers decidiram tomar um sorvete e dar um passeio normal pela cidade. - Anya vai comer todinho.

- Estou bem ansioso quanto a isso. - Loid respondeu, debochado. Sabia que a filha não comeria tudo, então não pediu sorvete para ele.

- Querido. - Loid olhou para a esposa, ao ouvir seu chamado. - Franky conseguiu aquilo?

- Ah, quanto a isso. Creio que não, amor. - Yor entristeceu. 

Yor e Loid estavam começando a conseguir conciliar corretamente os seus trabalhos como espião e assassina de aluguel com a criação da Anya, garantindo que esta não seria negligenciada e deixada de parte em algum momento. Mesmo que a garotinha não falasse, ambos sabiam que o passado da mesma não tinha sido fácil, e fariam de tudo para que ele não se repetisse. Neste momento, Yor continuava trabalhando para sua agência, Garden, e secretamente participava de missões na Wise, que não envolviam morte. Ambos tinham tudo para viverem exaustos, mas a garotinha que os aguardava em casa vencia qualquer cansaço.

- Que chato. - Cruzou os braços.

- Não se preocupe, linda. - Descruzou os braços da esposa, e lhe deu a mão. - Eles não vão descobrir. Eu te garanto.

- Você promete? - Yor fez bico, levantando a mão com seu mindinho.

- Eu prometo, amor. - Loid entrelaçou seu mindinho ao da esposa.

- Não pode mentir viu, papai? - O casal olhou para a menina, confuso. - Promessa de polegarzinho é sagrada.

- É mindinho que fala, Anya. - Loid corrigiu.

- Isso.

- Bem, mudando de assunto, o sorvete está gostoso, amor? - Yor perguntou.

- Acredito que sim. - Loid brincou, se referindo à boca da filha que estava completamente suja de sorvete. Pegou um pequeno guardanapo que sempre trazia na bolsa da filha e a limpou. - Coma mais devagar, o sorvete não vai fugir.

- Vai sim, papai! Pode derreter.

- Ela tem um ponto, amor.

- É...eu acho que fui refutado. - Loid concluiu, enquanto Anya mostrava a língua.


- Frente, trás, frente trás. - Loid cantava, enquanto brincava com as perninhas da filha que estava deitada de barriga para cima, depois do banho. A garotinha ria com seu sorriso banguela. Depois de alguns minutos, Loid começou a fazer barulhos de puns na barriga da garotinha, que agora ria eufórica.

- Pára, papai! Faz coceguinha! - Anya avisava, entre risadas.

- Vejo que estão se divertindo. - Yor falou, enquanto entrava no quarto da filha acompanhada de Bond. Viu a garotinha deitada na cama de barriga para cima sobre uma toalha, já que tinha acabado de sair do banho, e seu marido junto a ela, fazendo cócegas na mesma. - Agora é hora de colocar o cheirinho.

- Cheirinho! - Anya riu, jogando suas perninhas no ar. Estava com frio, já que estava vestindo apenas sua roupa interior, esperando sua mãe hidratar sua pele e depois vestir seu pijama. 

- Vou preparar o leite dela, sim, amor? - Loid falou. - Filha, se comporte para facilitar o trabalho da mamãe. - Beijou a testa da filha, e em seguida a testa da esposa, saindo do quarto para preparar o leite que sua filha tinha se acostumado a tomar todas as noites antes de dormir.

Suspirou aliviado quando chegou na cozinha. Depois de tudo o que se passou, ver que sua maior preocupação era a temperatura do leite da filha, era de se aliviar.

- Amor? - Yor chamou, vestindo um short preto e uma blusa branca do esposo como pijama. Loid levantou o olhar da cozinha, vendo a esposa apoiada numa parede. Quando viu a expressão do esposo, foi até ele, que esquentava o copinho de Anya em água fervente. - Você está pensando de novo.

- É. Desculpa, vida. - Loid abaixou a cabeça, apoiando aos mãos no fogão. Sentiu a mão da esposa em seu quadril. - Por mais que estejamos vivendo assim por muito tempo, parece que nunca me vou acostumar. Acabei de perceber que coisas simples como a temperatura do leite da Anya eram minhas maiores preocupações. É estranho.

- Eu entendo, amor. - Yor apoiou a cabeça no ombro do esposo. - Eu não acho que um dia me vou sentir uma esposa ou mãe normal. Mas eu acho que tudo o que tememos é que isto acabe. - Sentiu o cafuné do esposo. - Por enquanto, vamos aproveitar essas pequenas preocupações, esses pequenos momentos. Você sabe, se depender de nós, isto nunca terminará. E qualquer pessoa que se meta no meio vai se dar mal, como a Nini diz. - Loid sorriu. - Não se preocupa, viu? E acaba esse leite, ela já reclamou de fome. - Riu.

- Obrigado amor. - Loid beijou a esposa. - Eu sou muito grato por ter me casado com você, Yor.

- E eu sou muito grata por ter me casado, agora de verdade, com você, Loid. - Deu duas batidinhas na bunda do esposo. - Agora apresse isso! Temos uma princesa esfomeada no quarto que não hesitará em chamar sua grande equipa de espiões! - Brincou, voltando para o quarto da filha.


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