atchim

634 56 10
                                    

Seria uma manhã comum para a família Forger.

Exceto por um detalhe.

- Atchim! - Loid espirrou pela milésima vez naquela manhã. Sentia seu corpo pesado, como se um caminhão cheio de mercadorias tivesse passado por cima dele. - Caramba, que dia..

Na tarde anterior, haviam saído para o parque com Yuri, quando, por volta das oito da noite, começou a chover. Naquele momento, Loid estava terminando de deixar Bond em casa, para ir para o restaurante terminar o passeio daquele dia. Os cinco minutos que esteve debaixo da chuva foram fatais.

- Papai está dodói. - Yor tentava explicar, enquanto Anya se esforçava para que aquela porta se abrisse de qualquer maneira. Seu papai precisava de sua ajuda.

- Mas Anya é médica! - Loid sorriu dentro do quarto, mesmo que elas não pudessem ver.

- Eu sei, amor. Mas nem todos os dodóis precisam de médicos. - Yor se agachou e olhou para a filha. - Papai está cansado e só precisa descansar neste momento. Ele deve estar dormindo, inclusive. - Na realidade, Yor e o marido tinham concordado em não deixar a menina entrar, para que o resfriado não passasse para ela, já que esta tinha o sistema imunitário bem mais fraco.

- Mas, mamãe, a Anya quer ajudar. - A menina sentia lágrimas em seus olhos e Yor notou nisso apenas no jeito em que ela falava, sua vez tremia. Loid escutou isso e tentou se levantar da cama o mais rápido possível, sua garotinha estava chorando. Mas ele não conseguia. - O que ela pode fazer para melhorar o papai? Ele deve estar triste.

- Vamos ver... - Yor pensava.

- Já sei, mamãe! Quando você tá triste, Anya e o papai fazem biscoitos para você. Se a gente fizer biscoitos para o papai, ele vai ficar feliz também! - Anya estava orgulhosa da sua ideia.

- Você está certa. Mas eu não sei se o papai vai querer comer algo agora, amor. Tem outra ideia? - Yor estava com medo que a receita falhasse em suas mãos. Anya entristeceu. - Mamãe já sabe. Você disse que é médica, certo? - Anya assentiu. - Que tal descer na rua e ir com mamãe na farmácia escolher o remédio certo?

- SIM! Por favor, mamãe!

- Então vamos. 


Yor segurava a mão da filha enquanto esta segurava sua pelúcia favorita, Sr.Quimera. Na verdade, ela queria ter trazido o pinguim também. Mas mamãe não deixou. Chata.

Entraram na farmácia com Yor automaticamente cumprimentando a atendente, uma grande amiga sua.

- Bom dia, Beatrice. Trouxe a Anya hoje. - Anya se escondia atrás das pernas da mãe, um tanto envergonhada.

- Bom dia, Yor. Ei, amor, porque está se escondendo?

- Ah, ela é um pouco envergonhada com quem não conhece. - Yor sorriu. - Ah, meu marido pegou um resfriado e a coisa está feia, então queria que me desse algo para isso.

Anya abriu a boca, em choque. Mamãe tinha prometido que seria ela a escolher!

- Loid adoeceu, é sério? - Yor assentiu. - Pensei que fosse de ferro.

- Às vezes parece mesmo. - Riram. - Mas hoje está realmente derrotado. Me vê um paracetamol, acho que será suficiente.

- Ei! - Anya inteferiu.

- O que foi, amor? - Yor questionou a menina.

- Anya que é médica! Ela quem vai escolher o remédio para o papai.

- Ah, tem razão. Me desculpa, filha.

- Ah, é? - Beatrice sorriu. - Então faremos assim, pegarei três remédio bem parecidos, e você escolherá o que é melhor para o papai, como uma boa doutora. - Se virou e pegou três caixas de remédios com praticamente a mesma composição, todos para resfriados. - Qual você acha que é o melhor?

- Hum... - Anya pensava muito. Os três eram bons, mas ela estava julgando a beleza de cada embalagem. A do meio era a mais bonita, era rosa e verde que nem o Sr. Quimera. Se o Sr. Quimera faz bem para a Anya, o remédio dele vai fazer bem pro papai! - Anya quer o do meio!

- O do meio? Tudo bem. - Beatrice assentiu. - Se certifique que ele toma duas vezes por dia, uma antes do café e uma depois do jantar.


Anya abriu a porta lentamente. - Papai, você tá acordado? - Sussurrou, como sua mãe tinha ensinado.

- Estou sim, meu amor. - Loid disse, com uma voz bem rouca. Anya fez um bico. - Papai está bem. - Pegou sua filha pela cintura, a trazendo para a cama. - Deita aqui com o papai. - Se esqueceu do acordo com a esposa.

- Papai...aqui. - Anya deu o remédio. - O remédio do Sr. Quimera.

- Do Sr. Quimera, amor? - Levantou uma sobrancelha. - Ah, papai já entendeu. É para tomar agora, amor? - Perguntou à esposa.

- Você deveria comer algo antes, bebê.

- Certo. Pode pegar algo para mim, filha?

- Sim!

Anya correu até à cozinha. - Ela vai trazer amendoim, não vai? - Loid perguntou. Mesmo que sua filha trouxesse um copo de água, ele não ligaria. Sua única cura era suas garotas.

- Com certeza vai. - Yor concordou, rindo. 


AmourOnde histórias criam vida. Descubra agora