Inside Out • Chaesoo

Capítulo 26 - Momentos

Park Chaeyoung's point of view

Espaço Inside Out

O tilintar dos pingentes na pulseira que Jisoo me deu me faz abrir um sorriso largo. As lembranças da noite anterior não deixam de circular minha mente e o cheiro de Jisoo ainda está presente em mim. O sabor de seus lábios, o calor do seu toque e as borboletas em meu estômago estão me acompanhando a cada minuto do dia.

Quando Jisoo chegou em minha casa, com seus olhos inchados e vermelhos, com sua respiração forte e desregular, a procura de conforto para o que seu pai tinha lhe dito, eu não consegui pensar em nada, -muito menos imaginar o que aconteceria ao decorrer da noite- eu só queria acolhê-la em meus braços e tirar todas as suas dores.

Tornar a dor de Jisoo a minha dor, foi algo inevitável. Não que seja a mesma dor, eu sei que o vínculo que ela tem com Solar é muito além do meu com a criança, mas imaginar que as duas pessoas que se tornaram o meu universo mais lindo estão sofrendo, isso dilacera meu coração. E ver Jisoo daquela forma ontem, fez com que eu me sentisse a pessoa mais impotente do mundo por não conseguir tirar todo aquele sofrimento dela.

De alguma forma, assim como eu consigo perceber que Jisoo não está bem, ela também sente o mesmo comigo. E após minha conversa com Alice, Jisoo me recebeu de braços abertos no quarto. Cuidando da minha dor, me acolhendo em seu abraço, e sendo o meu maior conforto e abrigo.

Eu não esperava o nosso beijo, mas aconteceu. Sem pressa, sem afobação, sem que nenhuma de nós tomássemos alguma atitude. Aconteceu da forma mais sincera e espontânea, como uma troca de sentimentos, emoção, ternura e carinho. E foi com esse beijo que eu tive a certeza: Meu coração é inteiramente dela.

– Chaeyoung, por que você está sorrindo que nem idiota? - Dahyun aparece na minha frente, assim que fecho a porta do meu armário, me trazendo de volta dos meus devaneios.

– Essa ai deve ter tido uma ótima noite de foda. O humor dela está fantástico hoje. - Sana diz sugestiva do sofá. Sinto minhas bochechas queimarem com o conteúdo do seu comentário.

– Como? Não! Claro que não. - jogo minha bolsa em minhas costas e pego meu celular no bolso da calça.

A ausência de mensagens de Jisoo me deixa frustrada, mesmo que eu saiba que talvez ela esteja como eu, esperando por uma mensagem. O dia seguinte do primeiro beijo é sempre ansioso. Aquela mistura de sentimentos, onde você não sabe se procura ou deixa o outro procurar.

Eu não mandei nenhuma mensagem para Jisoo ao longo do dia de hoje, não porque eu quero que ela me procure primeiro, mas sim porque o dia foi muito corrido na clínica. E mesmo que Jisoo tivesse mandado alguma mensagem, eu só teria tempo para respondê-la agora.

– Então nos conte o porquê desse sorrisinho bobo no seu rosto o dia todo. - sinto a mão de Dahyun na minha e logo após o puxar dela, me levando para o sofá, junto de Sana.

– Só estou feliz. - dou de ombros - Acho que tive uma boa noite de sono.

– Essa desculpa não vai rolar, Rosinha. - Sana mexe no meu cabelo e ri - Mas vou aceitar no momento, só porque já deu nossa hora, e seja lá o que aconteceu, pode esperar até amanhã para você nos contar.

– Chaeyoung. - Nayeon entra na sala e caminha até o sofá - Eu sei que o seu horário já acabou, mas posso falar com você por cinco minutos? - sua feição séria me faz ficar ansiosa.

– Aconteceu alguma coisa? - pergunto receosa.

– Sim. - ela me encara séria e engulo em seco - É sobre a sua permanência como nossa estagiária. - sinto a mão de Dahyun no meu ombro e um aperto de leve. Cada segundo de silêncio de Nayeon me corrói por dentro.