Inside Out • Chaesoo

Epílogo - Plutão

Park Chaeyoung's point of view

— Mommy, mommy, mommy – o doce timbre de minha menininha ecoa pelo quarto, após a porta abrir delicadamente.

Meu coração acelera com a melodia de sua voz invadindo meus ouvidos. Ainda sou dominada por uma imensa alegria e uma enorme paz ao ouvi-la me chamar de mãe.

Eu nasci destinada a Solar, e o meu eterno raio de Sol destinada a mim.

— Mamãe, mamãe, mamãe. – seus passos cautelosos e silenciosos deixam apenas o ruído do atrito de sua meia com a madeira do piso.

A mistura do seu sussurro afobado, junto ao ranger das dobradiças da porta e sua passada me despertam do meu breve sono, mas as noites em claro me impedem de receber minha filha como ela realmente merece, me deixando inteiramente absorta em minha letargia.

— Mommy! – sinto o colchão afundar bem próximo aos meus pés – Mommy, mommy. – as cobertas se mexem na medida que minha pequenina vai subindo na cama.

— Estrelinha? – a voz rouca pelo sono ressoa bem próximo ao meu ouvido, me fazendo unir um lábio no outro, prendendo um sorriso.

Ainda não consegui abrir meus olhos, mas acordar ouvindo as duas mulheres que eu mais amo, me preenche de felicidade.

— Mamãe. – posso sentir o sorriso de Solar ao chamar por sua mãe e resisto a vontade de acordar e admirá-las.

— Bom dia, filha. – a morena sussurra e eu sinto o seu movimentar na cama – Fala baixinho, hum? Sua mãe está dormindo. Não queremos acordá-la, não é?

Os dedinhos da minha filha alisam meu cabelo suavemente, me permitindo sentir meu coração aquecer. Meu solzinho continua a criança mais amável, cuidadosa e afetuosa do mundo. Seus lábios encostam suavemente em minha testa, e logo após ela volta a fazer seu carinho em meus fios.

— Eu gosto do cabelo da mommy na cor rosa, mamãe. – ainda com meus olhos fechados, sinto a Solar se aproximar e inalar o meu shampoo.

— Gosta, é? – a mais velha solta um risinho anasalado.

— Eu gosto, mamãe. – posso imaginar o sorriso da Jisoo com as palavras de nossa filha – A mommy disse que eu posso deixar o meu rosa quando a Arin fizer quinze anos.

— Ela disse, foi? – a outra diz rindo suavemente, e então, alguns centésimos de silêncio se perduram e ecoam no quarto. Eu consigo mentalizar o lindo sorriso de Jisoo se esvaindo – A Chaeyoung disse o que, Solar? – ela tenta conter seu timbre de voz, mas não consegue esconder a sua agitação.

— Que eu posso pintar meu cabelo quando a irmãzinha da Lia fizer quinze anos, mamãe. – ouço um suspiro aliviado da mais velha.

— Estrelinha, você já fez as contas para saber quantos anos você terá quando a Arin fizer quinze anos? – um breve silêncio e eu me seguro para não abrir os olhos e ver a reação das minhas meninas – Então, tudo bem... – ouço um riso fofo da morena – Vocês podem pintar o cabelo de rosa, exatamente como a sua mãe disse.

— A mommy vai poder pintar junto comigo, mamãe?

— É claro que sim, estrelinha. Se ela quiser, vocês podem pintar. – a mão de Jisoo passeia em um carinho suave por minha cabeça, afagando meus fios – Mas ela fica linda com o cabelo assim, não fica?

— Parece com a gente, mamãe. – a entonação feliz da Sol me faz morder suavemente o interior da bochecha, contendo um sorriso.

Solar e Jisoo ainda acham que estou dormindo, e eu não quero atrapalhar a conversa das duas ao acordar de fato. Sem contar que me sinto extremamente feliz em presenciar a conversa de mãe e filha, minhas doces meninas.