Inside Out • Chaesoo

Capítulo 59 - Coração

Park Chaeyoung's point of view

— Rosa, Rosa, Rosa. – a doce voz de minha eterna menina ressoa em meus ouvidos.

A felicidade que sinto invadir meu coração e alma é enorme. Tão imensa que eu não consigo distinguir se estou em um sonho ou acordada. A noite de ontem realmente aconteceu? Eu realmente pude estar ao lado de Solar e Jisoo?

— Rosa, acorda! – sinto um dedo afundar em minha bochecha.

Mesmo que eu não goste de acordar cedo, eu jamais poderia me levantar com mau humor. Ser acordada por ela no dia de hoje, depois de tudo o que passamos, torna essa manhã eternamente especial. Eu posso facilmente alegar que essa foi a noite mais feliz que tive desde que parti de Seul. Poder abrir os olhos e ver Solar ao meu lado é algo que quero ter para sempre.

— Acorda, Rosa... – suas mãozinhas balançam meu corpo, me fazendo sorrir – Vamos, Rosa. A vovó Park disse que tem festa hoje e que você precisa acordar pra ir com a gente levar o cometa pra passear.

O pequeno corpo da minha menina se acomoda por cima de minhas costas. Seus braços caem ao lado do meu corpo e seu queixo se encaixa em meu ombro. Eu não estou sonhando? Não estou, não é? Eu tenho certeza que isso não é um sonho meu. E o que me dá ainda mais certeza, é sentir a respiração quente da minha criança em meu rosto. Ouvir seu riso acanhado quando ela deita por cima de mim é a oxitocina do meu despertar.

— Rosa, acorda... A vovó Park tá chamando a gente pra sair com o cometa... – ela diz manhosa, balançando seu corpo por cima do meu.

— Solar, fica quieta, fica. – ouço Lisa reclamar com uma voz sonolenta ao nosso lado.

— Tia Lisa, a vovó Park mandou... – a resposta de Solar é interrompida.

Meus olhos se abrem levemente no exato momento em que minha melhor amiga segura na mão da criança e a puxa. O corpo de Solar cai do meu colo, parando ao lado de Lisa. A maior a prende, jogando seus braços e pernas por cima do pequeno corpo da minha menina.

— A vovó é velha. Ela não sabe das coisas. Ela só falou isso porque velhos acordam cedo. – seguro um riso com a fala de Lisa. Se minha mãe ouvir isso, minha melhor amiga é uma mulher morta.

— Mentira! A vovó Park sabe de tudo, ela é muito inteligente. – a criança tenta se livrar do peso do corpo de Lisa.

— Eu juro que se você ficar quietinha e dormir conosco, você será a bebê da Rosa para sempre. – ela aperta um pouco mais a Solar, que enruga a testa e franze as sobrancelhas.

— Eu sou o bebê da mamãe e a mocinha da Rosa. – Solar tem seu rosto tomado por um rubor. Ela continua fazendo força para sair dos braços de Lisa.

Um clarão toma conta do quarto repentinamente, me obrigando a proteger meus olhos com uma de minhas mãos, e Lisa afundar seu rosto no travesseiro. Solar aproveita o momento para conseguir sair de seu aperto e se levantar.

— Vovó Park, a tia Lisa não quer deixar a Rosa acordar. Ela disse que você não sabe das coisas porque você gosta de acordar cedo. – a criança diz afobada. Seguro um riso ao ouvir Lisa grunhir ao meu lado.

— Essa aprendiz de fofoqueira. – ela reclama com a voz abafada pelo travesseiro.

— Pelo menos ela teve o cuidado de não dizer que você chamou minha mãe de velha. – digo rindo. Minha amiga vira o rosto em minha direção e me olha com tédio.

— A tia Lisa e a Rosa são duas preguiçosas. Sempre foram. Desde pequenas, com a sua idade. – minha mãe diz divertida. Sinto seus passos próximo a nós e logo depois as cobertas são tiradas do nosso corpo – Já deu a hora de acordar, meninas. Daqui a pouco os convidados chegam para o almoço.