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“ Bye, bye, baby, it's been a sweet love, yeah, yeahThough this feeling I can't changeBut, please, don't take it so badly'Cause Lord knows I'm to blame ”

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“ Bye, bye, baby, it's been a sweet love, yeah, yeah
Though this feeling I can't change
But, please, don't take it so badly
'Cause Lord knows I'm to blame ”

~Free Bird (Lynyrd Skynyrd)


6 de Agosto - Terça-feira de manhã

Samuel estava sonhando com um terremoto. Tentava, inutilmente, se segurar na base de um poste enquanto a terra tremia. “Marcelle! Lis! Adele!”, chamava por sua família, porém nenhuma delas respondeu. Foi quando o asfalto rompeu e ele caiu na rachadura. 

Seus olhos se abriram e Samuel sentou, assustado. Raios de sol entravam pela vidraça que esqueceram de puxar a cortina. A pequena Adele quicava em cima da cama. Ela era o terremoto.

— Tá na hora de acordar! — cantarolava repetidamente.

— Nossa — murmurou Marcelle, deixando a cabeça tombar no travesseiro — Você sabe mesmo como acordar alguém pela manhã.

— Se quiser acordo você todo dia, mamãe! — ela caiu de quatro, engatinhou e depositou um beijo na bochecha de Marcelle. O relacionamento delas tinham melhorado cem por cento depois da terapia e Samuel ficava muito feliz ao ver a esposa recuperada da depressão pós parto, os tempos difíceis tinham passado e agora a felicidade imperava na residência dos Souza.

— Adele, vamos deixar a mamãe dormir mais um pouquinho e ajudar o papai na cozinha? — perguntou. Ele sempre era o primeiro a ficar de pé. Adorava preparar um café da manhã caprichado para as mulheres da sua vida.

— Eu ajudo. Preciso mesmo me levantar. — Marcelle jogou o lençol de lado e colocou os pés para fora da cama.

— Vai sair? — o marido quis saber.

Marcelle é vocalista e baixista de uma banda de casamentos e geralmente só trabalha aos finais de semana. A não ser que apareça algum batizado, aniversário ou um bar mitzvah, afinal a banda não dispensava trabalhos.

Ela virou o pescoço, sorrindo amarelo para o esposo. Não tinha contado a ninguém sobre o sangramento nasal da noite passada e planejava fazer uma visita ao médico secretamente. Não queria fazer alarde sobre uma coisa que provavelmente não iria dar em nada. Até onde sabia a altitude de uma cidade nas montanhas pode provocar sangramentos.

— Não, eu só perdi o sono — disse, calçando as pantufas. — Vamos, Adele! Quem chegar na cozinha por último é a mulher do padre!

De repente a pequena pulou da cama e se pôs a correr. Marido e mulher também não ficaram para trás, acotovelando-se no corredor. Claro que a vencedora seria Adele, mas eles tinham pelo menos que fingir disputar. Correndo e arfando os adultos chegaram ao térreo. Marcelle se curvou para a frente, completamente sem ar. Isso que dá ter fumado por tanto tempo. Olhou para o marido. Ele sorria, também curvado.

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