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“'Cause we're living at the mercy of the pain and fearUntil we dead itForget itLet it all disappear”

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“'Cause we're living at the mercy of the pain and fear
Until we dead it
Forget it
Let it all disappear”

~Waiting For The End (Linkin Park)

10 de Agosto - Sábado de manhã
Uma gota de suor caiu nos olhos azuis de Daniel fazendo com que ardessem, o garoto passou a mão na testa e fez careta para o telhado. Depois do treino na academia, Daniel tinha ido direto para a casa de Olga, mãe do Dimas, ajudar com as coisas da mudança. Parecia ter passado uma eternidade desde que se ofereceu para ajustar as telhas escuras, já que o senhorio da casa se recusava a mandar arrumar, pois segundo ele tinha alugado a casa em perfeitas condições e só a receberia se estivesse em perfeito estado de conservação. 

Logo hoje o sol resolveu ser brutal e golpeava suas costas, enquanto a madeira áspera arranhava seus joelhos e pés.

— Trabalho de corno isso aqui — murmurava para si mesmo, entre uma martelada e outra. Porém fazia isso pela família.

Daniel soltou o martelo e se espreguiçou. Precisava esticar as pernas. Tirou a camisa preta sem mangas encharcada de suor. Os raios de sol iluminando a imagem do seu corpo musculoso e bem desenhado, lançando sombras de cima para baixo, criando desenhos intrincados que faziam com que ele parecesse ainda maior e mais musculoso. Uma cantoria lá embaixo lhe chamou atenção.

— “Oba oba oba a festa começou, no compasso da batida, o corpo balançou” — era Dimas que cantava, carregando uma caixa de papelão, e com ele estava o pai, Bismarck que de alguma forma conseguia dançar enquanto carregava uma geladeira para fora de casa.

Daniel apertou os olhos, rindo. Só mesmo esses dois para conseguir disposição para cantar e dançar depois de todo o trabalho que tiveram.

— “Oba oba oba oba na pista de dança, levanta a geladeira e ainda faz a dança” — o amigo continuou, batucando o papelão.

Mesmo com a geladeira pesada apoiada no ombro, Bismarck conseguiu fazer passinhos no ritmo da batida do filho. E eles continuaram a rir e brincar até Olga aparecer.

— Bismarck, você tá querendo quebrar minha geladeira? — ela disse, com as mãos nos quadris. Instantaneamente, Dimas segurou a caixa com mais cuidado. A mãe dele tinha bom humor, mas se quebrassem seus pertences teriam que aguentar seu lado bravo. — Ainda pretendo usá-la quando voltar do Chile! 

Olga estava indo para San Pedro de Atacama com um grupo de mochileiros hippies iguais a ela, numa expedição de um ano em busca da paz interior.

— Ah, mas tem a minha pra gente usar — Bismarck falou. Ele colocou a geladeira no chão e sorriu de um jeito charmoso. Nunca perdia a oportunidade de paquerá-la.

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