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"Não posso nem tentar me divertirO tempo inteiro eu tenho que estudarFico só pensando se vou conseguirPassar na porra do vestibular"

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"Não posso nem tentar me divertir
O tempo inteiro eu tenho que estudar
Fico só pensando se vou conseguir
Passar na porra do vestibular"

~Química (Legião Urbana)

03 de Fevereiro - Terça-Feira à tarde depois da aula

A tarde estava ensolarada, porém meio fria. Marcus olhou para o alto por um instante e então apressou o passo pelo caminho de pedrinhas até a biblioteca quando sentiu os primeiros pingos de chuva caírem sobre seus ombros. Passou apressado pelas catracas e foi em direção a sala de estudos individual. Não que fosse um aluno modelo ou gostasse de estudar, Marcus sempre encarou a escola como um grande tabuleiro de xadrez, porém no dia anterior havia tido uma reunião nada agradável com o avô.

Ele basicamente recebeu um ultimato sobre sua situação acadêmica. Estava atrasado dois anos, e se quisesse ter esperanças de continuar como herdeiro teria que ingressar no curso de administração pelo menos nos próximos 10 meses. Isso significava que precisaria dedicar-se aos estudos e deixar o basquete de lado, assim como suas conquistas românticas. Ele tinha que se tornar aquilo que toda a família esperava dele: alguém responsável, um cristão convicto, um cidadão modelo. Em suma, um burguês padrão.

Enquanto passava pelos corredores cheios de livros, reconheceu o emaranhado de cachos escuros pelas frestas da estante, Emily parecia concentrada na tarefa de encontrar algo. Assim que a viu, Marcus mudou de ideia. Esqueceu toda a pressão colocada em seus ombros. O dever de casa poderia esperar alguns minutos. A acompanhou com o olhar até encontrar uma entrada entre um corredor e outro.

— Com licença, você pode me ajudar a procurar um livro sobre etiqueta e boas maneiras? — falou enfiando-se no espaço e quase colidindo com ela. 

Apesar da surpresa inicial, a patricinha permaneceu na mesma posição. Sem a menor vontade de falar com ele.

— Ah é mesmo, você nunca leu um desses livros! Senão não teria me chamado de coisas tão pejorativas! — apesar do que está falando, Marcus se divertia com esse jeito desbocado dela. — Aquele seu áudio! — assobiou — Quem diria que a filha do prefeito tem uma grande boca suja!

— O que você quer droga? — perguntou irritada, a bile subindo pela garganta. Tinha sido especialmente difícil ver todas essas meninas de cabelos longos para onde quer que fosse nesta escola, e ainda tinha que aturar esse imbecil. 

— O mesmo que você, cupcake. Estou procurando livros. E ocasionalmente dando lições em meninas mal educadas.

— Você é um..!

— Idiota misogino? Ou um merdinha arrombado? — sugeriu — Porque foi dessas coisas que você me chamou sem eu sequer ter feito nada. 

— Vai se foder! — foi a resposta dela — Estão falando por aí sobre a minha internação e só pode ter sido você quem contou! — e bateu o indicador no peito dele para dar ênfase.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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