A história gira em torno de um grupo de adolescentes mergulhando nas reflexões do primeiro amor e na transformação pessoal que cada um pode experimentar. Através de suas experiências, o leitor é levado a uma viagem nostálgica, relembrando sua própri...
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"Cause this is where I wanna be Where it's so sweet and heavenly"
~Heavenly(Cigarettes After Sex)
02 de Fevereiro - Tarde de Segunda-feira
— Não aguento mais o colégio — Dimas afundou na poltrona acolchoada na sala de convivência. Tinha esquecido de programar o despertador e acordou em cima da hora esta manhã. Na pressa acabou calçando um tênis diferente do outro só que ele é tão aleatório que ninguém achou estranho que estivesse usando sapatos desiguais.
— Hoje foi o primeiro dia de aulas — respondeu um sonolento Nathan, praticamente deitado na poltrona da frente. Pelas janelas enormes dava para ver a movimentação do lado de fora, alunos indo para atividades extracurriculares ou para a biblioteca.
— Pra cê vê que já não tanko essa merda. Se eu fosse herdeiro tudo ia ser mó fácil.
— Triste não ter nascido um nepo baby, né? Não julgo, também queria estar na esfera do nepotismo — falou seguido de um suspiro pesado.
— Sei lá o que é nepo baby. Mas se liga, tô de rango, tem alguma coisa aí?
— Não.
— Então vamo embora antes que eu caia duro no chão.
— Esqueceu que a Orientadora Educacional pediu pra gente passar na sala dela? Aposto que ela quer convencer a gente a participar mais das atividades do colégio só porque é nosso último ano aqui.
— E tu quer? — Dimas o encarou.
— Não, tô ocupado com o curso de programação. E você?
— Só tenho interesse na atividade que rola minha cama: ir de dormes todo dia numa manta quentinha — ele riu.
— E o curso de SnT?
— Vo fazer, vey calma aí. Às aulas começam amanhã, mas eu tô falando de agora. — ele bateu o indicador no braço da poltrona. — Eu voto pra nóis ir embora e fingir que esqueceu esse bagulho.
— Não precisa fingir demência. É só trazer um comprovante de que tá frequentando um curso no mesmo horário das atividades extras daqui.
— Pode crer! — Dimas abriu um sorriso e balançou a cabeça. O estômago dele roncou alto — Quero bater um rango.
— Cara, você só pensa em comida!
Dimas fez um gesto com as mãos como se fosse dizer algo.
— Tá me tirando? — falou apontando — Num tenho nenhuma resposta pra isso agora, mas daqui a pouco cê vai ve. Vo acabar com a tua raça!
Nathan riu. Dimas decidiu ignorá-lo, ele deitou a cabeça no encosto da poltrona e olhou para o vitral no alto da sala de convivência. Mesmo depois de tantos anos ainda achava aquilo bonito. De repente Sarah sentou no seu colo.