A história gira em torno de um grupo de adolescentes mergulhando nas reflexões do primeiro amor e na transformação pessoal que cada um pode experimentar. Através de suas experiências, o leitor é levado a uma viagem nostálgica, relembrando sua própri...
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"Friends are not supposed to get too close And feel emotions that we're feeling now, now, now Weain'tslowing down, down, down, yeah, yeah, yeah But once we cross the line, there's no denying You and I can never turn around, 'round, 'round Know we'll never be the same"
~FRI(END)S(V)
17 de Janeiro - Sábado a tarde
— Vocês tavam fazendo o quê? — ela teve dificuldades em esconder sua alegria com a possibilidade de uma fofoca fresquinha.
Lis congelou, ainda segurando a maçaneta. Tinha certeza que a verdade estava escrita na sua testa ou então o suor de nervosismo que escorria por sua têmpora lhe entregaria. Ela era uma pilha de nervos. Em contrapartida, o semblante de Daniel se assemelhava ao de um Buda esculpido. Com toda calma e paciência do mundo tinha vestido a camisa e ajeitado a bermuda.
Assim que Léa bateu na porta, ele sussurrou que Lis não abrisse. Sugeriu que ficassem quietos e calados até a vizinha desistir e ir embora, mas Lis não podia simplesmente ignorá-la. Na sua mente pragmática o mundo lá fora poderia ter desabado enquanto estava se enroscando na cama com Daniel.
— Ela tava me macetando — a capacidade de Daniel de ser descarado é impressionante. Ele piscou para Léa e saiu deixando as duas garotas de queixo caído. Lis não conseguia acreditar, "ele precisava mesmo dizer isso?", pensou.
Quando o garoto de olhos azuis sumiu, descendo a escada, Léa pulou para cima da melhor amiga.
— Vocês deu pra ele? — perguntou.
— O quê? Não!
— Mentira! E esse sorriso aí? Parece que tem uns noventa dentes nessa boca!
— A gente só tava... — titubeou. Lis sentiu o rosto esquentar.
— Só tava..? — Léa gesticulou para que ela continuasse.
— Para de fazer essa cara! — então examinou o corredor antes de fechar a porta. — Tá bom, a gente fez umas coisas, porém não fomos até o fim…
— Eu sabia! — ela praticamente gritou. Orgulhosa de si mesma por seu faro impecável. — Eu percebi na hora que você tava mentido. Quer dizer, nem precisa entrar em detalhes, tá estampado na sua cara “às coisas” que vocês andaram fazendo — disse apontando o indicador para a amiga.
Lis suspirou então desabou sob a colcha de tecido de piquet com estampas do Mickey e da Minnie. De repente envergonhada por ter se agarrado com Daniel na mesma cama onde tira cochilos com a irmã menor.
