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“I'ma fuck up my life……Yeah, you bet she know that we ain't Never gonna be together, I see”

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“I'ma fuck up my life…
…Yeah, you bet she know that we ain't
Never gonna be together, I see”

~Yeah Right (Joji)

6 de Agosto - Terça-feira por volta do meio-dia

A sala da diretora ficava no térreo, no fim do corredor que partia da área de recepção. Os murmúrios de vozes chegavam até Daniel atravessando o chão de ladrilhos enquanto ele esperava do lado de fora que a reunião entre seu pai e Julie terminasse.

O adolescente ficava bem à vontade naquelas poltronas. Durante os anos foi chamado a diretoria mais vezes do que podia se orgulhar, só que dessa vez o pai tinha vindo a escola por causa de Sarah. Eles esperavam obter uma licença para a garota estudar em casa enquanto se recupera. E Daniel pôde usar essa reunião de emergência como justificativa por ter perdido todas as aulas do período da manhã. 

Quem ligava para a porcaria de aula de Projeto de Vida? e Religião? Argh! Daniel teve horas muito mais produtivas na academia treinando seus músculos, afinal precisava manter o corpo em forma para aguentar a sequência de jogos de basquete da temporada. Seriamente entediado e sem internet no celular, o garoto deslizou os olhos azuis para a mesa da recepcionista. Um buquê de girassol descansava no tampo.

— A diretora tá fazendo aniversário? — Daniel perguntou a Fátima, a recepcionista que devia ter uns 40 anos só que estava tão castigada pelo tempo que podia muito bem se passar por mais velha.

Aparentemente era impossível para essa escola contratar mulheres minimamente atraentes para qualquer cargo que fosse.

— São da esposa dela. — Fátima falou com um dar de ombros, como se aquilo esclarecesse tudo.

O adolescente ficou de pé e sem a menor cerimônia, Daniel pegou o cartão e leu “Me desculpe por ontem. Vamos jantar fora e conversar? Ass Seu Amor”. Ele virou o cartão. O papel tinha qualidade. E no embrulho havia desenhos de notas musicais e um laço branco. Deu para perceber que houve algum esforço ali.

— Isso funciona mesmo com vocês mulheres? — perguntou, encostando-se. Ele colocou o cartão de volta ao lugar.

— Andou brigando com a namorada, Daniel? — a recepcionista tirou os olhos da tela do computador para prestar atenção nele.

Daniel sorriu educadamente. Passando a mão na cabeça.

— Eu não namoro, Dona Fátima — disse. Por uma fração de segundo Daniel pensou que enviar flores para Lis talvez amenizasse sua raiva. Ou pelo menos faria com que a garota não o odiasse a ponto de nunca mais falar com ele.

Mas percebeu ser ingenuidade da sua parte acreditar que seria tão fácil assim fazer às pazes com ela. Se tratava da Lis. A garota que levava a sério a aula de Projeto de Vida e que não entende sarcasmo. Nesse exato momento ela devia estar com a cara enfiada num livro comparando Daniel a algum personagem idiota de romance. Provavelmente algum que traia a namorada. Embora eles nem tivessem um relacionamento. 

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