A história gira em torno de um grupo de adolescentes mergulhando nas reflexões do primeiro amor e na transformação pessoal que cada um pode experimentar. Através de suas experiências, o leitor é levado a uma viagem nostálgica, relembrando sua própri...
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“Wonder if you look both ways When you cross my mind, I said, I said”
~See You Again (Tyler, The Creator feat. Kali Uchis)
15 de Agosto - Quinta-Feira
Quando Daniel chegou na sala de aula todos os seus colegas de turma e amigos cantaram o fatídico “parabéns para você”. Embora desconfortável, Daniel se manteve de cabeça erguida e deu um sorriso forçado enquanto olhava no rosto de cada um.
— Irmão, feliz aniversário! — Dimas já tinha na boca um dos mini sanduíches que haviam trazido para a festa singela. — Aproveita!
— Antes que tu coma tudo, né? — Daniel falou, dando um soquinho no punho fechado do amigo. — Valeu pessoal. Não precisava.
— Não precisava mesmo, você é um pé no saco! — Léa respondeu alegremente — Feliz aniversário, marrentinho! — e ficou na ponta dos pés para abraçá-lo, em seguida cochichou: — Viu quem veio te dar os parabéns?
Claro que ele tinha visto Lis perto das janelas parecendo mais desconfortável do que nunca enquanto arrancava a pele das unhas. Só de vê-la, Daniel ficou nervoso. Tinha medo que pudesse ler seu olhar ou pior ver em sua mente as imagens dos sonhos que andava tendo com ela. Era a segunda vez que ela dava um pé na bunda dele, então porque seu cérebro ainda o imaginava com ela? Cerebro burro.
Eles não se falavam desde o término, ambos pareciam ter entrado em um acordo silencioso de se evitarem no colégio. E por enquanto estava funcionando. Mas era aniversário dele e seria estranho se Lis não estivesse presente.
— Tu cancelou a outra festa. A gente tinha que fazer alguma coisa. — Nathan falou casualmente, enquanto abria um saco com copos descartáveis.
Daniel tinha cancelado a comemoração planejada pela assistente da mãe porque não se sentia no clima para festejar nada, mas não podia impedir os amigos de fazer uma festa surpresa. E nem seria o chato que reclama de terem feito algo legal para ele.
— Você tem que soprar as velinhas, Dani! — Marcus tinha posto uma vela erótica em cima do bolo, e o professor de matemática quase teve um ataque ao ver aquilo.
Enquanto todos riam, timidamente, Lis se aproximou oferecendo um abraço.
— Parabéns — falou.
— Obrigado. — os dois ficaram desconfortáveis e deram o abraço mais estranho da história. Que demorou um pouco mais do que deveria. O cheiro do cabelo dela era exatamente igual ao que surgia nos sonhos dele. Daniel fechou os olhos, respirando fundo, até que percebeu o que estava fazendo. — Tudo bem? — perguntou quando se distanciaram.
— Sim. — falou, evitando contato visual. — E você?
— Eu tô bem. — Daniel pensou que esse foi o dialogo mais esquisito que tiveram desde que eram bebês e balbuciavam coisas incompreensíveis ao invés de palavras. — Legal terem feito essa festa.