🏆Eleita uma das melhores histórias de 2022 pelos embaixadores Wattpad🏆
Uma mistura dos bestsellers "Corte de Espinhos e Rosas", "De Sangue e Cinzas" e "Game of Thrones"
A princesa Elizabeth nasceu amaldiçoada pela Escuridão. Por isso, ela foi cri...
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Acordei com a claridade do sol que não era nem um pouco gentil aos meus olhos sensíveis. O sol brilhava majestosamente na paisagem congelada. Semicerrei as minhas pálpebras enquanto colocava a mão no rosto para proteger meus olhos de toda aquela claridade.
Sempre achei os sóis do outono com sua coloração vermelho-alaranjada os mais bonitos. Mas dessa vez era diferente. Não consegui apreciar a beleza dos raios solares dourados que refletiam na neve branca.
Eu sentia raiva.
Mais um dia começava como se nada tivesse acontecido. Como se nada tivesse mudado.
Mas para mim tudo tinha mudado.
Meus pais e os pais de Mikhail estavam mortos. E provavelmente Nadia, Ionuţ e Cristian também estavam mortos. Eu perdi o meu reino e fugi deixando o meu povo na mão de um assassino cruel.
Engoli o nó que se formou na minha garganta.
Eu queria gritar.
Eu queria chorar.
Eu queria rasgar a garganta pálida de Aleksander com as minhas unhas e dentes. Queria arrancar aqueles olhos pretos como breu de seu rosto enquanto ele se contorcia de dor.
Eu queria que ele sentisse toda a dor que me causou.
A dor que senti quando vi meus pais mortos no chão do corredor do castelo de Crişana. Mas, enquanto eu pensava na minha vingança, eu lembrava o quanto era fraca. O quão devastador era o poder de Aleksander e o quanto era impossível para mim, no meu estado atual, enfrentar ele. Um sentimento de impotência tomou conta dos meus pensamentos. Eu nunca me sentira tão impotente... tão pequena. Apertei os lábios em uma linha fina e sacudi a cabeça.
Quando olhei para o lado, vi Mikhail dormindo, profundamente. Ele parecia exausto. Sua franja dourada estava bagunçada em seu rosto delicado. Ele deve ter passado a noite de sentinela. Me protegendo de qualquer ataque surpresa. Passei a mão em seu rosto macio, que estava tão frio quanto a neve em volta de nós. Tirei minha capa e o cobri. Mika também tinha sofrido muitas perdas. Ele também perdeu os pais e o reino.
Apoiei minhas mãos na neve fofa para me levantar. Foi quando senti um puxão. Meu coração vacilou no peito. Ele me puxou com força contra seu corpo, segurando minha cabeça com cuidado. Eu a enterrei em seu peito que era duro feito pedra quando ele nos cobriu com minha capa.
Encarei Mikhail.
— Onde nós estamos? Não conheço esse lugar.
Ele me puxou para mais perto.
— Estamos perto da fronteira da Transylvania. Longe das estradas. Mais alguns dias e estaremos na Hungria. — Ele beijou o topo da minha cabeça.
Mika recuou para observar meu rosto. Os dedos afundados em meu cabelo.
— Desculpe por ser tão fraco. — Mika começou a lacrimejar. — Desculpe por não proteger nossos pais e o reino.
Senti meu coração que já estava partido, partir de novo. Passei minhas mãos em volta do seu corpo torneado e o abracei com força.