Capítulo 22

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O coração de Mikhail ainda batia baixinho, quando as primeiras réstias de luz solar invadiram o quarto

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O coração de Mikhail ainda batia baixinho, quando as primeiras réstias de luz solar invadiram o quarto.

Enquanto eu o abraçava compartilhando o calor do meu corpo, eu pensava em como tiraria Mikhail da estalagem. Estava preocupada, pois, logo os soldados de Aleksander iriam nos encontrar. Era uma questão de tempo. Precisávamos continuar nos movendo.

Mika estava muito debilitado e precisaria de uma carruagem. Iriamos viajar devagar e chamando atenção. Era muito arriscado. Mas se eu esperasse ele se recuperar até poder montar um cavalo, talvez fosse tarde demais.

Se eu não posso mover Mika, então posso acelerar seu processo de cura.

Mikhail nunca aceitou beber meu sangue. Ele tinha medo de entrar em um frenesi e me machucar. Eu também nunca insisti. Existiam várias memórias que eu queria guardar para mim. Eu não queria que ele as visse.

Sentei ao seu lado observando o rosto pálido. O rosto estava inerte: testa
lisa e boca azul. Sombras roxas-azuladas manchavam a pele sob os olhos. Ele parecia tão vulnerável... tão frágil como se fosse feito de alguma substância além de carne e osso, frágil como porcelana.

Coloquei minha cabeça em cima de seu peito e xinguei quando ouvi sua respiração ofegante.

Eu não podia deixá-lo daquela maneira. Eu queria mais uma vez ver o brilho daqueles olhos azuis profundos como um oceano.

Ele precisava de mim.

Ele precisava do meu sangue.

Tirei a adaga da bota e fiz um corte longo e profundo no meu antebraço. Imediatamente o coloquei em sua boca, mas ele não a abriu.

— Vamos Mika. Beba. Por favor. 

Ele não se movia, foi quando levei o corte à boca e preenchi a minha boca com o máximo possível de sangue. Ergui Mikhail pela nuca e com a minha boca abri seus lábios deixando que todo o sangue passasse para a boca dele.

Quando o sangue acabou, suas pálpebras se ergueram. Alívio me encharcou quando Mikhail me fitou. Mas não eram olhos azuis que me encaravam. Eram olhos vermelhos, confusos e desfocados. Ele me observou em silêncio, estudando meu rosto como se nunca me tivesse visto antes.

Depois de um tempo incalculável, ele puxou o meu antebraço. Soltei um gemido baixo de dor quando sua língua roçou meu ferimento conforme ele bebia ferozmente o meu sangue. Puxei o meu braço tentando tirar de sua boca, mas não consegui.

Ele era forte e... estava faminto.

Quando ele bebeu mais um punhado de sangue, ele me soltou sentando na cama e me puxando pela cintura. Mika levantou meu quadril e passou a mão pelas minhas coxas, me acomodando em seu colo.

Ele me encarou com seus olhos de rubi e as presas manchadas de sangue.

Senti o meu sangue ir todo para o meu rosto que queimava. Meus olhos ficaram vermelhos e minhas presas aparentes.

Trono de Sangue e RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora