Capítulo 63

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Quando estávamos saindo da clareira, ele disse:

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Quando estávamos saindo da clareira, ele disse:

— Espere.

Aleksander agachou-se e pegou os meus sapatos. 

— Pare! O que você está fazendo? — perguntei quando ele aproximou o calçado do meu pé.

Segurei os ombros dele.

— Não faça isso. Pelo menos não na frente deles... — Olhei para os convidados que continuavam ajoelhados. — Eles podem pensar que é um sinal de fraqueza ver você se ajoelhando para mim.

— Eu não me importo com o que eles pensam. E também não quero que você se importe. — Ele colocou os sapatos nos meus pés. — Eu quero que eles saibam que você é importante para mim. Mais valiosa do que qualquer um nesse reino. Eu quero que eles saibam que eu queimaria esse reino por você. E que se alguém tentar te machucar irá pagar caro por isso.

— Achei que o que era mais valioso para você era a Wallachia.

— É... eu também achava.

Sorri, surpresa. Eu não esperava um homem da orgulhosa linhagem do dragão, um príncipe da Wallachia, um rei, se ajoelhar para mim... colocar um sapato no meu pé. E dizer que queimaria o reino por mim. 

Quando ele terminou de colocar os sapatos no meu pé, ele levantou-se e proferiu com a voz de cascalho:

— À vontade.

Os convidados se ergueram esquadrinhando eu e Aleksander.

Ele ignorou os convidados, segurou as minhas mãos e me guiou por uma trilha que serpenteava por entre as árvores da floresta silenciosa. O castelo de Crişana se erguia imponente logo ao final da trilha, brilhando na penumbra com a luz âmbar de suas tochas.

— E os convidados? — perguntei puxando a mão dele.

— Dietrich vai cuidar deles.

— E o banquete?

— A princesa que eu conheci nunca se importou com banquetes.

— Eu continuo não me importando... é só que... todos os casamentos tem banquetes e achei estranho o nosso não ter.

— Por mais que eu queira comemorar o dia que a garota que eu sempre amei finalmente se tornou minha. — Ele engoliu em seco. — Não teremos tempo para celebrar. Mikhail vai chegar em Oradea daqui a poucas horas. Dietrich vai se reunir com os nobres para discutir as estratégias de guerra.

Senti um calafrio subir minha espinha. Eu precisava impedir o meu pesadelo da guerra dos três exércitos de acontecer. Talvez se não fossemos para o campo de batalha então Aleksander não morreria. E para isso eu precisava resolver o impasse com Mikhail usando a diplomacia.

Pelo bem de Aleksander não irei recorrer a violência. Só se for minha última opção. 

— Eu sei que Mika... — Mordi a língua e me corrigi. — Mikhail me traiu e traiu meus pais. Mas... — As palavras fugiram da minha língua. Tentei, tentei, mas não conseguia pronunciar. Eu não conseguia terminar a frase.

Trono de Sangue e RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora