Capítulo 67

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No meio da floresta que cercava a campina, saíram homens que vestiam armaduras prateadas com o símbolo do exército da Transylvania.

— Pela Wallachia, Moldavia e Transylvania matem os imortais! — esbravejou uma voz enquanto os soldados erguiam em direção ao céu suas lâminas que brilhavam feito mercúrio.

Reconheci imediatamente o rosto do homem que queria a minha vida imortal e adentrava a campina que se transformou em um campo de batalha.

Era Cristian.

Eu acreditei que o vislumbre da batalha dos três exércitos mostrou um Ionuţ imortal, mas eu estava enganada, na verdade era o filho de Ionuţ.

Apertei a empunhadura da espada e a ergui na linha dos meus olhos. Eu fui treinada por Dietrich. Ou melhor Aleksander. A espada era familiar como uma extensão do meu corpo. E eu iria usar a lâmina para ceifar a vida de qualquer um que entrasse no meu caminho.

— Os reinos unidos da Wallachia, Moldavia e Transylvania nunca mais serão dos imortais. — O meu antigo tutor gritou para mim. Cristian, flanqueado por soldados, diminuía a distância que nos separava. A espada dele cortava o ar com técnica e precisão que eu não esperava encontrar em um tutor da realeza. — Eu juro... enquanto eu viver não permitirei um imortal sentado no trono.

— Quanta hipocrisia dizer isso enquanto usa a armadura com o símbolo do exército do meu pai. — As palavras saíram da minha boca carregadas de desprezo.

— Esse símbolo não é do seu pai — disse ele enfiando a espada no pescoço de um soldado Wallachiano mortal. Sangue gorgolejou da ferida do soldado manchando a armadura prateada de Cristian. — Esse símbolo vem do poder do bravo povo da Transylvania que seu pai apoderou-se. — O desgraçado sorriu para mim, um sorriso de pura satisfação, quando ele puxou sua espada do corpo do Wallachiano e disse: — Menos um amaldiçoado dragão.

O som das espadas tilintando ecoaram nos meus ouvidos como um aviso de que a guerra era inevitável. Eu tinha falhado. A guerra somente mudou de lugar. Homens de armadura negra como breu com um dragão circular vermelho e homens de armaduras prateadas duelavam entre si. Enquanto eles duelavam, homens de armadura escura como nanquim chegaram.

Três exércitos disputavam cada centimetro da campina.

O cheiro nauseante de sangue e sons de gritos preencheram a campina. Um banho de sangue estava acontecendo não exatamente como eu tinha visto no meu sonho. Muitos elementos mudaram, mas eu sabia que o resultado seria o mesmo.

Aleksander iria morrer.

Meus olhos começaram a procurar Aleksander no meio da confusão de espadas e mortais, e imortais. Um sentimento de angústia esmagou o meu peito quando ouvi um grito gutural. Girei nos calcanhares na direção do som e vi Aleksander enfiando a espada nas costas de Cristian. Agucei os meus sentidos me concentrando neles.

— Seu traidor desgraçado! Você era o líder dos rebeldes remanescentes. Foi você que orquestrou o ataque que quase matou a Elizabeth. Qualquer ato de violência contra a minha esposa é uma declaração de guerra contra mim — disse Aleksander puxando os braços de Cristian para trás enquanto arrancava algo branco de suas costas. — É muita arrogância achar que um mortal traidor poderia derrotar um imortal. Que sua morte sirva de exemplo para todos os traidores.

Meus olhos se estreitaram.

O que Aleksander segurava era a coluna de Cristian.

Ouvi um estampido alto vindo do corpo de Cristian quando ele encontrou o chão. Meu estômago reclamou ao ver um ato tão brutal. Dietrich que estava ao meu lado parecia surpreso também.

Trono de Sangue e RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora