Capítulo 37

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Esperei Mikhail dormir e me levantei da maneira mais cuidadosa possível para não acordá-lo

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Esperei Mikhail dormir e me levantei da maneira mais cuidadosa possível para não acordá-lo. Vesti minhas roupas, embainhei minha adaga contra a minha coxa e fui para o local onde os prisioneiros eram mantidos.

A lua tinha se escondido no céu deixando apenas a escuridão. A única iluminação eram das tochas que tremeluziam conforme eu passava por entre as tendas do acampamento. Um cheiro fraco de sangue misturado com um cheiro adocicado de putrefação pairava no ar queimando minhas narinas.

Eu estava exaurida pela batalha e por criar centenas de demônios bebedores de sangue. O pouco que eu caminhei para chegar a prisão me deixou ofegante, mas não era só eu que estava cansada. As sentinelas que deveriam guardar os prisioneiros pareciam dormir em pé. Reuni o resto das minhas forças e usei minhas habilidades. Passei por eles rapidamente e sem fazer nenhum barulho.

Entrei na prisão improvisada que cheirava a sangue e musgo. Esquadrinhei os prisioneiros abarrotados nas celas escuras e úmidas feitas de pedra e ferro.

Como eu iria encontrar os soldados de Aleksander no meio de todos aqueles prisioneiros?

Expandi minha mente e comecei a fazer uma varredura do local. Na ala oeste da prisão vi que os batimentos cardíacos de alguns homens estavam abaixo do normal. Os batimentos cardíacos baixos deixavam evidente que eles não eram prisioneiros comuns. Eles eram imortais famintos. Só podiam ser eles: os soldados de Aleksander.

Em uma fração de segundos me locomovi até estar em frente a cela dos soldados que tinham o batimento cardíaco baixo. Quando encarei o rosto encovado dos soldados, me lembrei das lições de francês de Ionut e Cristian e dei graças aos deuses por ter aprendido a língua.

Quando me aproximei da cela, eles me encaravam como se já soubessem o que eu era.

— Quem é o líder de vocês?

— Sou eu. O que você quer? — respondeu um homem de cabelos castanhos. Seu rosto de feições brutas não aparentava ter mais de trinta anos.

— Eu quero ajudar vocês. — Blefei torcendo para eles comprarem a ideia. — Se vocês responderem minhas perguntas eu prometo tirar vocês dessa prisão.

A verdade era que mesmo se eles não respondessem às perguntas eu iria liberta-los. Eu não podia arriscar um grupo de imortais ser mantido em cativeiro. Em breve eles ficariam mais famintos e sua racionalidade sumiria. Eles se comportariam iguais animais selvagens sedentos por sangue. Era um risco manter aqueles homens na prisão. Eles iriam expor a identidade dos imortais aos humanos.

— Por que eu acreditaria em sua promessa? — perguntou ele desconfiado enquanto arqueava sua sobrancelha castanha.

— Acho que você não tem muita opção se quiser sair daqui.

— O que você quer saber?

— Primeiro, quero saber qual é o seu nome?

— Marcel.

Trono de Sangue e RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora