Capítulo 47

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 — Você está certa

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 — Você está certa. Eu nasci o príncipe dos humanos e morrerei como tal. A morte quando está à espreita pode mudar o coração até do mais bravo guerreiro. Eu costumava acreditar que não tinha medo de nada depois de tantas batalhas, mas agora no final da minha jornada vejo que a morte me assusta. — Ele soltou um longo suspiro. — De todos que conheci nos frontes de batalha, você sempre foi a mais humana, mesmo sendo considerada um demônio aos olhos da Igreja. — Ele fez uma pausa para retomar o fôlego. — Espero que você consiga recuperar o seu reino.

— Obrigada, príncipe.

Mika me encarou surpreso, pois o teimoso príncipe negro milagrosamente mudou de opinião. Eu apenas dei de ombros.

— Tenho um último presente para você. Peça para chamar Raewyn. — Edward lançou um olhar na direção de Mikhail.

Mika fez conforme foi pedido. Abriu a porta e chamou uma criada que estava no corredor. Ela rapidamente trouxe uma mulher envolta em um manto tão escuro quanto a noite. Ela entrou no quarto sem fazer nenhum barulho, como se flutuasse.

— É um prazer finalmente conhecê-la princesa Elizabeth. Eu me chamo Raewyn. Eu estive por muito tempo procurando você. — A mulher parou ao meu lado, tirou o manto e segurou as minhas mãos. — O príncipe Edward fez a gentileza de me trazer até você.

Por baixo do manto escuro ela vestia um vestido branco que combinava com sua pele pálida como leite. Os seus cabelos eram pretos como obsidiana e seus olhos verdes como esmeraldas. Ela era deslumbrante. Nunca vi nenhuma humana ou imortal que igualasse a sua beleza.

— O que é você? — murmurei. Meus olhos pousaram em suas orelhas levemente pontudas.

— Eu sou uma espécie muito antiga. A espécie mágica que originou todos os seres fantásticos desse mundo. Sou uma feérica.

Os olhos de Mikhail se arregalaram o suficiente para mostrar as partes brancas.

— Feéricos são os portadores originais de magia desse mundo. Todos os outros seres fantásticos vieram depois... inclusive vocês.

Meu cérebro tinha dificuldade de processar o que a mulher falava... magia... feérico... esse mundo... seres fantásticos.

Eu não conseguia entender o que ela dizia.

— Eu sei que é muito para assimilar. Mas não se preocupe em entender tudo. Tempo é algo que não falta para nós imortais. — Ela sorriu.

Enquanto eu observava o seu rosto, fui dominada por um sentimento de nostalgia. Sem eu perceber, meus lábios se partiram e eu disse:

— A sua voz e seu rosto são familiares.

— Conheci você quando ainda era um bebê. Os seus pais me convocaram para descobrir que doença você tinha. Eles não entendiam o que você era. Você tem sangue antigo em suas veias, mas sua magia foi distorcida por uma maldição.

Trono de Sangue e RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora