1978
Assim que viu a carta enviada para a KAKE. LaMunyon tinha decidido que precisava comunicar a existência do BTK a população. Mas, naqueles poucos instantes depois que Loewen lhe entregou a carta, LaMunyon fez alguns telefonemas rápidos para os psicólogos. Perguntou sse a publicidade em torno do BTK poderia instiga-lo a se comunicar mais, visto que ele ja parecia inclinado a conversar com a midia.
Nada que os psicólogos disseram o dissuadiu. Portanto, LaMunyon começou a planejar sua coletiva de imprensa, e como iria contar a meio milhão de pessoas da região de Wichita que um assassino em série vivia entre elas.
Não revelaria o conteúdo da carta repleta de erros de ortografia, porque não queria incentivar a ação de imitadores, mas diria que era provável que o BTK não se parecesse em nada com um monstro, e sim com um cidadão comum. O próprio BTK afirma que estava escondido a vista de todos.
Não perco meu sono por causa disso. Depois de uma coisa como Fox eu chego em casa e vou cuidar da vida como qualquer outro.
Seria embaraçoso admitir que a policia estava de mãos atadas, mas LaMunyon precisava pedir as pessoas para tomarem cuidado. Alguns de seus comandantes ainda o aconselhavam a não fazer isso, mas o BTK tinha apontado o óbvio.
Minha nossa, sim o modus operandi é diferente em cada um, mas veja um padrão está se desenvolvendo. As vitimas são amarradas - a maioria foi mulheres - telefone cortado - traz algumas tendencias sádicas na questão de armação - nenhuma luta, afora a hora da morte - nenhuma testemunha exceto os filhos de Vian. Eles tiveram sorte; telefone salvou eles.
LaMuyon estudou a carta por bastante tempo, tentando discernir quem a policia estava caçando.
O BTK parecia meticuloso. O desenho de Nancy Fox sobre a cama era bastante preciso. LaMunyon cogitou que o BTK poderia tirar fotos instantâneas e desenhava a partir delas. E também se perguntou por que o assassino decidiu não mencionar o nome da quinta da suas sete vitimas. Era provável que estivesse criando enigmas par policia, fazendo joguinhos. LaMunyon acreditava que a vitima desconhecida era Kathryn Bright, embora houvesse outras duas ou tres candidatas.
Ficou claro, com base naquele bilhete e na carta de 1974, que o BTK ansiava por atenção e queria fama, como os assassinos em séries de outros tempos.
Voce nao entende essas coisas porque ce nao ta sona influencia do fator x. A mesma coisa quw fez, filho de Sam, Jack o estripador, Havery Glatman, Estrangulador de Boston, dr H.H. Holmes Estrangulador da meia calça da Florida, estrangulador da colina, Ted da costa Oeste e muito outros personagens infames matar. O que parece absurdo, mas não conseguimos evitar. Não exite ajuda, enhuma cura, exceto a morte ou ser pego e internado... O que voce acha de alguns nomes para mim, esta na hora: 7 já foram e muito maispor vir. Eu gosto dos seguintes. E voce? "ESTRANGULADOR BTK", "ESTRANGULADOR DE WICHIA", "ESTRANGULADOR POETA", ESTRANGULADOR DAS AMARRAS".
***
LaMunyon convocou uma coletiva de imprensa na prefeitura depois de sair da KAKE. Seus comandantes tinham expresso suas preocupações em alto e bom som: " se formos contar as pessoas, como faremos? Subir em uma tribuna e dizer: Existe um casa por ai que diz que vai matar de novo e não temos como deter?
"É", respondeu LaMunyon. " É basicamente isso que vamos dizer."
Seu pronunciamento foi o choque que LaMunyon sabia que seria. A manchete do dia seguinte no Eagle foi: ESTRANGULADOR BKT ALEGA TER MATADO 7 NA CIDADE. Embora o parágrafo de abertura do repórter Casey Scott soasse um pouco sensacionalista , também era verdadeiro:
Um assassino reivindicando a responsabilidade por sete assassinatos em Wichita - pelo menos seis deles estrangulamentos - ainda está na região e ameaçou atacar novamente, alertou o chefe de policia Richard LaMunyon em um pronunciamento conciso e bombástico na sexta feira. "Sei que é difícil pedir para que as pessoas permaneçam calmas, mas estamos pedindo exatamente isso", disse LaMunyon , " Quando uma pessoa desse tipo esta a solta em nossa comunidade, são necessárias precauções especiais e atenção especial por parte de todos."
Foi a noticia mais perturbadoras que a população de Wichita poderia ter recebido. Alquem perseguindo mulheres e crianças em sua cidade e as estrangulando. Pais de toda a região de Wichita tiveram que decidir se iriam contar isso aos filhos.
Nota Tedesco, de 26 anos, uma novata advogada de acusação da promotoria do condado de Sedwick, certo dia, se viu examinando uma copia do desenho que o BTK fizera de Nancy Fox. Tedesco processava criminosos sexuais, mas o desenho e a ideia de alguem na cidade estar perseguindo jovens mulheres lhe dava arrepios. A noite alguns de seus colegas - Richard Ballinger, Steve Osborn, entre outros - a levavam ate o seu carro. Quando chegava em casa, ela verificava o telefone.
Laura Kelly, então aluna do último ano do ensino médio, conhecida como "L" na East, a escola onde estudava, recebeu um pedido da melhor amiga para ir a sua casa e passar a noite la. Ela se revezaram enquanto dormiam, como dois soldados em patrulha em uma zona de combate. A amiga estava assustada demais para dormir sozinha. Tinha chegado a conclusão de que o formato do telhado de sua casa facilitaria a entrada do BTK pela janela do quarto, no segundo andar. Nenhum argumento era capaz de acalma-la.
Engraçadinhos aumentavam o medo ao ligarem para mulheres dizendo "aqui e o BTK. Voce é a próxima". A mãe de Kelly, Barbara, estava sozinha em casa quando recebeu um desses telefonemas. E se não for um trota? Ela ligou imediatamente para o disque denuncias do BTK para reportar o acontecido. Quando um detetive começou a conversar com ela, o telefone ficou mundo. Todos em Wichita sabem que o BTK cortava os fios das linhas telefónicas. Em panico ela correu entre as portas da frente e dos fundos, sem saber ao certo de qual saída escolher. Desesperada, agarrou o telefone de novo - e ouviu um tom de discagem. Tremula, voltou a discar o numero do disque denuncia. O detetive se desculpou - ele tinha se atrapalhado com o aparelho telefónico e a desconectado. Mesmo assim, ela exigiu que alguém fizesse uma busca em sua casa. O policial que chegou solicitamente, apontou que fechar as cortinas do chuveiro as portas dos closets proporcionaria esconderijos para um invasor, O medo do BTK mexeu tanto com suas emoções que por muitos anos ela fez outras pessoas, incluindo a filha adolescente, verificarem se estava tudo em ordem antes que pudessem criar coragem para ela mesma entrar.
Mas, se muitos civis se sentiam alarmados, a historia com os policiais passou a ser outra. Estava tudo as claras, e não havia mais debates sobre o BTK ser ou nao ser um assassino em série. Todos sabiam que era, sim.
E também que ele seria muito mais difícil de capturar do que a maioria dos assassinos. A maioria dos homicidas matava pessoas que conhecia, por motivos tão antigos quando Caim e Abel: raiva, ciume, vingança, ganancia. Assassinatos com motivações palpáveis nem sempre eram fáceis de resolver, mas seguiam uma lógica interna. Caim matou Abel porque ficou com ciume. Macbeth matou Duncan para tomar o trono. Booth atirou em Lincoln em nome dos sulistas.
Mas assassinos em série não seguiam nenhuma lógica; havia poucos pontos para ligar. O BTK matava pessoas desconhecidas, ao acaso, provavelmente longe de seu bairro. Ele planejava suas ações, limpava a cena do crime, usava luvas.
O FBI estava apenas começando a estudar assassinos em série com mais atenção, mas seus especialistas diziam que um assassino em série era muito mais difícil de capturar. Na maioria das vezes, era preciso esperar que ele matasse de novo e torcer para que o cometesse um erro.
O BTK matara cinco pessoas em 1974 - os quatro membros da familia Otero e Kathy Bright. Então parou porque ficou mais ocupado com o trabalho e a escola, e depois sua esposa ficou gravida de seu primogénito.
Ele voltara a matar em 1977. Shirley Vian, depois Nancy Fox.
Em seguida parou de novo. Ao longo dos anos seguintes, os policiais ficaram se perguntando por que.
A filha dele, Kerri, nasceu em junho naquele ano.
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BTK MÁSCARA DA MALDADE
RandomUma obra escrita Roy Wenzl, Tim Potter, Hurst Laviana, L. Kelly. Editora Darkside